2. παλας αθηνα

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Ele quer algo de mim.

Em sua maioria todos os homens sentados nas mesas com olhos lascivos que enchem o palco de dinheiro, querem.

Não é preciso explicar em palavras o que desejam porque os olhos normalmente dizem tudo que preciso saber para manter distância. Longe dos clientes e consequentemente longe dos problemas que eles traziam consigo. 

Mas ele me olha diferente de qualquer outro homem que frequenta esse bar.

Falta a depravação característica que estou acostumada, embora ainda haja desejo que infelizmente parece me atrair bastante. Aquela pequena parcela do querer que ele demonstra que não consigo definir precisamente me deixa alerta como também desperta minha curiosidade.

Seria complicado não reparar nele.

Lembro-me da primeira noite, ombros tensos rangendo o maxilar e olhos com raiva intensa e mesmo dançando consigo reparar, certificando-me de quais posso interagir e não ter problemas com um falso senso de intimidade que constroem. 

Seus olhos em confusão e como se tornaram apreciativos, consigo lembrar do toque firme em minha cintura oferecendo-me apoio. Assim como me recordo de suspirar em seu ouvido, conscientemente para provocar. 

Ele pareceu confiável.

Sempre ameaça seus clientes?

— Somente aqueles que têm um charme diferenciado, do tipo matador.

Ele literalmente engasga com sua bebida tentando esconder o belo sorriso que cresce, olhos brilhantes e outra pessoa se mostra com grande suavidade. Homens como ele não tinham o bastante em beleza? Precisava mesmo desse sorriso? 

— Piada ruim, acho.

— Desculpe, não pretendia levar na brincadeira, mas o jeito que você falou foi engraçado.

— Não sou acusada disso com frequência. 

— De que?

— Ser engraçada.

Eu não estava sendo exagerada sobre, outras palavras eram usadas para me definir e nenhuma delas chegava perto de algo que indicasse bom humor. Essa não era minha missão de vida, sempre seria de Oliver que deixava as pessoas confortáveis e eu mantinha uma distância segura.

Enquanto era a pessoa reservada que normalmente passaria longe de multidões, Oliver as atraia como um imã. Conquistando sorrisos, despejando alegria e tornando um momento simples em uma nova maravilhosa lembrança. 

Independente disso, tinha o feito sorrir.

— Então, quem é Atena?

— E eu acreditando que todos soubessem quem era a divindade da sabedoria e inteligência. 

— Em teoria ela seria protetora de alguns meros mortais — Ele começa esquecendo a bebida e virando para mim. — Você desvia o propósito quando os seduz. 

— A sedução é melhor. Homens podem gostar de quem lhes oferece proteção, mas eles prometem mundos quando cativados o bastante. 

— Você procura mundos?

— Eu cobiço corações.

A intensidade dos olhos me avaliava mesmo sabendo que a resposta estava pronta na ponta da língua prestes a saltar, entretanto seu movimento seguinte resumiu-se em umedecer os lábios com a conclusão presa.

E quando a fervor de seus olhos encontram os meus é o melhor momento.

Eu enxergo o desejo que sensibiliza a derme e dificulta a respiração, trazendo consigo uma sensação inebriante que oscila no ouvido. Somente a proximidade é suficiente para fantasiar sobre seu toque, seu cheiro e sua necessidade.

Partenon • Jjk • LongficWhere stories live. Discover now