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part two




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Paz, é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, palavra pela qual muitos buscam ter e outros desejam alcançar ao longo da sua vida. A paz que eu queria era aproveitar o tempo com a minha família, sem nenhuma morte ou algo para me preocupar.

A um tempo atrás, a paz que eu tinha era ver a neve caindo devagar como a chuva caia, no entanto...mais fina. A sensação de paz que eu tinha quando começava a nevar, era a melhor existente, com essa sensação eu esquecia dos meus problemas. Existem muitas pessoas que são apaixonadas pela neve, assim como eu já fui um dia. Aquela sensação de ver a neve caindo era boa, mas...depois de tantos ocorridos enquanto a neve caía, aquela alegria que havia em mim morreu.

A neve que caía na minha frente, não me trazia a mesma sensação de antes. Era como se eu tivesse receio de ir na neve, como se ela fosse me machucar. Tomei coragem e fui dando passos largos, mas passos cuidadosos como se tivesse qualquer armadilha pronta para me pegar.

Mas essa sensação de medo, foi embora quando eu senti uma mão pousando nas minhas costas e ao olhar para trás, vi Nicolay com um sorriso tranquilizador no rosto e apontando para frente para que eu seguisse em diante, e não tivesse medo pois ele estava comigo. Bom, sua alma estava comigo. Movi a minha cabeça para  frente na intenção de criar coragem diante daquela imensidão paisagem, com um certo forro por cima. Meus passos a partir dalí foram os mais cautelosos possíveis, olhos focados, pés firmes sobre o chão, audição atenta a qualquer barulho que ousasse ser feito.  

Um leve arrepio passou por todo o meu corpo assim que parei no centro daquela paisagem, aquele arrepio continuou quando levei meus olhos até algo se erguendo na neve à minha frente, à minha direita, e à minha esquerda. Silhuetas, conhecidas, saíram por debaixo da neve e ficaram paradas como estátuas me encarando por segundos, como se eu fosse algum tipo de quadro precioso. A que estava na minha frente lentamente começou a tremer, o que me causou mais arrepios, por que diabos isso está tremendo?As outras, meio segundo depois da primeira, começaram também. E de repente, dezenas começaram a aparecer diante os meus olhos, eu sabia que isto era ruim, estava encurralada, pois após alguns passos para trás...senti algo esquisito de certa forma encostar em mim, o que me causou estranhamento ao entrar em contato com a minha pele.

Não conseguia pedir ajuda, minha voz não saia, minhas vistas estavam claras, raios de luz? Neve? Paisagem? Nada, eu não enxergava nada, além de uma imensidão branca. Dei apenas dois passos para frente e senti uma pancada forte na cabeça, o que me fez abrir os olhos na mesma velocidade em que senti a pancada. Eu conhecia aquele lugar, não sabia de onde, mas...conhecia, aos poucos fui levantando do chão e firmei meus pés no chão, abaixei minha cabeça e encarei minhas mãos cobertas por um sangue que não era meu. E em baixo das minhas mãos cansadas estava uma espada. A minha espada.

De longe, uma voz me chamou, desesperadamente eu peguei a espada e levei meus olhos até a voz. Syel, eu havia lembrado de seu aviso, mas sempre, sempre que qualquer coisa que envolvesse este garoto, me fazia desabar. Ele estava com um sorriso tranquilizador no rosto, mas seus olhos demonstraram tristeza, ele usava uma blusa de gola alta rasgada nos ombros, uma calça moletom,estava de joelhos quando suspirou e me deu um tchauzinho.

De novo, minha voz não sai, cai de joelhos vendo uma espada diferente da minha sendo enfiada pelo peito de Syel, e aos poucos fui vendo ele se desfazer a poucos metros de mim. Quando pensei em ir para cima da silhueta, os braços passaram por ao redor do meu corpo, e ao olhar era Cédric tentando me confortar, o que claramente não deu certo. Eu estava prestes a fazer algo, quando um portal abriu na minha frente e Cédric me puxou para dentro dele e de repente estávamos dentro de sua casa de novo.  

𝐒𝐓𝐑𝐄𝐄𝐓𝐒 - levi αckermαnOnde histórias criam vida. Descubra agora