Prévia 14

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Sábado, Vidigal
Alice narrando...

Acordei com uma dor no estômago terrível e cabeça latejando.
Talvez eu tivesse chorado demais, não sei.
Não sou chorona, não faço tipo mimimi, mas quem estando no meu lugar esperaria tanta coisa acontecendo assim que coloca os pés no Brasil?

Eu não estava preparada pro que me aguardava aqui...Primeiro que eu entendi que minha mãe JAMAIS voltaria comigo ao Vidigal...Jamais!

Não depois de tudo que houve...


Ela pediu pra eu desfazer minhas redes sociais, me convenceu que seria muito perigoso, já que o secretário do governador suspeitava que meu irmão tinha dado golpe de estado, forjando a própria morte - o que ele realmente fez!

Fizemos um trato de familia e todas nós saímos de redes sociais, trocamos nosso número, por números da rede Mexicana...Tudo que pudesse rastrear onde estávamos, foi apagado!

Isso não foi uma solicitação do meu irmão, mas do meu pai; e não dizemos não pra ele.

De mais a mais, não havia como dar qualquer tipo de mole...Quem vigiava meu irmão de perto, a inteligência da policia do estado, a policia federal, e até mesmo o ministério público, não jogam pra perder...eles não tem pressa, são meticulosos.
Eu já tinha idade e cabeça suficientes para entender as conversas que antes eu não dava atenção.

Usei muito o meu tempo livre para pesquisar sobre meu irmão na internet e li muitas coisas terríveis...terríveis!

Os fatos levavam a uma árvore genealógica do crime, que me mostrava como o sobrenome Yssuz era diferenciado e, portanto, marcado pela segurança nacional no Brasil.
Eu era integrante de uma família muito poderosa
Eu fazia parte de um grande legado de muitos anos e muitos milhões no tráfico.

Meu irmão custava caro, e o México era propício por sua corrupção já conhecida, mas também havia o outro lado da moeda...se alguém reconhecesse ele e fizesse um sequestro? Se a própria polícia, tão mal remunerada e suja daqui, tentasse algo contra ele?

Ele não era mais o chefe cheio de seguranças e armamento pesado...ele era só...só o nosso Deco!

Estávamos bem localizados,escondidos, num lugar que era quase que uma aldeia de pescadores bonita, mas ainda assim...não podíamos colocar tudo a perder!

A Lua grávida de novo, Solzinha toda cheia de novos truquezinhos dela...
Lembrar disso, da minha família, me deu força pra levantar.

Pego meu telefone e vejo uma mensagem da minha mãe.

Ué, ela saiu?
Flávia diz - Vamos almoçar juntas, chego por volta das 14:oo hs, capricha no café da manhã :*

Eu penso em onde ela pode ter ido sem mim, sem me avisar?

Me avisar...O que eu estava questionando?
Ontem eu saí sorrateiramente, fugida, enquanto ela dormia .

Olho pra minha mala enorme, abro e tiro uma roupa pra tomar banho.
Fiz um misto que como só pela metade, enquanto vejo o rapaz limpando a piscina.

A Jô chega com algumas sacolas e me oferece fazer um suco; aceito e entro junto com ela.

Fico sentada no balcão da cozinha americana e quando tomo coragem, engato um papo com ela.

_Jô...Você ...é...como tá aqui o Vidigal ...agora? - Porque eu estava sem graça de perguntar isso?

Bem, na verdade, eu sei onde quero chegar...ela não.

_Ah minha filha, pra mim que pouco me envolvo com essas coisas aqui...continua a mesma coisa! Igreja, casa, só saio mesmo pra resolver algumas coisas, pagar umas contas e...

O NOVO DONOWhere stories live. Discover now