prévia 2

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Greyce narrando...

Quando dá a hora do check out, eu deixo o hotel e sigo pro meu apê; na verdade , não é meu...

Eu ajudo nas despesas , o apartamento é de uma amiga, que assim como eu faz programas de luxo.
Estou num tédio tão grande, sabe? Tudo tão parado...Já era pra eu estar bem, já era pra eu ter pelo menos um patrocínio certo!

Enfio a chave na porta, giro a maçaneta e passo pela sala, corredor , em direção ao meu quarto.
Volto um passo, a porta do quarto da Cíntia está entreaberta e eu vejo algo que me chama atenção; fico ali, estrelada, meio congelada, sem ação.


O tapete bege, peludo, em frente a cama dela estava vermelho.
Vermelho molhado
Sinto minhas pernas bambas e um frio gelado , fino, como se fosse uma agulha congelada, percorrer toda a minha espinha!
Involuntariamente, sou conduzida pela minha curiosidade, que estica meu braço para abrir a porta.

A cena é chocante, terrível demais e eu grito!

O corpo dela estava deitado na cama, mas era como se ela estivesse sentada antes; as pernas pendiam e os pés encostavam o chão. 

O rosto dela, virado pra mim, olhos esbugalhados, boca semi aberta, uma perfuração no meio da testa e alguns muitos outros no peito.

Não sei se perdi as forças, mas meus joelhos bateram no chão e isso me trouxe a realidade: eu estava de frente ao corpo morto da minha amiga, ela havia sido assassinada !
Entro em desespero e não sei o que fazer, o medo é paralisante, mais do que qualquer outra coisa!
Uma voz grita na minha mente e me acorda
"Você precisa fugir daqui!"
"Você precisa sumir agora!"

Corro ao meu quarto e abro o armário, num lugar muito específico: Vazio!

Não...Meu Deus...

Pego a mala largada no canto do quarto, mal tinha sido mexida da viagem da semana passada, quando acompanhei um médico famoso e broxa , a uma convenção milionária em Buenos Aires.
Jogo algumas coisas na mala e passo a mão na bolsa a tira colo que estou, meus documentos estão ali.

Tremo muito, choro copiosamente , passo de volta pelo corredor puxando a mala de rodinhas meio sacudida no chão de sinteco.
Meu Deus!
Meu Deus!
Entro num táxi e peço o primeiro destino que vem a minha mente.
- Vidigal, por favor!

Algum tempo , que não sei precisar, depois, estou no limite de subida de carros do morro.
Tenho tentado ligar e não tenho sucesso!

- Merda! Não é possível!

Olho de uma lado pro outro; vejo no vidro de um carro que há um pouco do resto de rímel que sobrou do banho no hotel, borrado na minha pele; limpo!

Assim que vejo um beco, entro. Vou puxando minha mala , e a imagem da Cíntia terrível na minha mente.

Vejo um cara armado e ele não me era estranho! Me aproximo

- Oi, eu preciso falar com o Chuck! Pode me ajudar?

Óbvio que ele percebe minha voz trêmula e minha cara não deve estar nada bem; ele me tira de fim a abaixo.


- Pode falar comigo mesmo, qual é o caô ?!

- Eu tô aqui ligando pra ele, olha...Eu tô ligando pro Ramon , eu preciso muito falar com ele!

Ele me olha diferente quando me ouve chama-lo pelo nome e a lágrima descendo pelo meu rosto.
Reflete um pouco

- Pelo amor de Deus...Eu sou amiga dele há muito tempo, eu...Eu...vc já me viu com ele, por favor!

Eu começo a chorar

- Sobe aí! - Ele aponta pra moto e eu faço o que ele manda, ajeitando a mala da forma que dá.

Subimos, descemos, rodamos, até que ele para.

- Qual teu nome?
- Greyce...Quer dizer, não! - tempo - Bianca!
- Que porra é essa? Qual teu nome? - Diz, quando ambos descemos da moto.
- É Bianca!

Vejo ele seguir por um beco ; aquela imagem sombria não sai da minha cabeça, me deixa nervosa e
Me desespero com a ansiedade, meu choro se torna forte e eu tento segurar o mais firme que consigo. Tem muitos caras ao redor e me sinto examinada por cada um. Aquelas armas imensas me fazem pensar nos tiros no meio do tórax da Cíntia!

- Aê, chega aí!
Um cara diferente do que me deu a carona, me chama, meio na sombra do beco.
Eu estou apavorada com tudo e ainda seguro minha mala como se estivesse na moto.
Vou seguindo o cara e entro numa casa.

- Deixa tua bagagem aí que aqui não é aeroporto - o cara diz, rapidamente - Sobe as escadas e entra na porta lá no final!

O lugar estava cercado de homens armados e , claro , que o Chuck estava ali.
Assim que eu entro na sala, vejo o loiro alto que meu a carona até aqui, mas não voltou pra me buscar; ele me olha, baforando um cigarro de maconha

- Vai?

Eu faço que não com a cabeça; a segurança da personagem que eu sempre montei na cabeça sumiu, estou apavorada, sou a menina medrosa, sou a Greyce.

Uma porta na lateral direita se abre e meu coração acelera e se acalma ao mesmo tempo

- Chuck! - Vou até ele e o abraço apertado, como se ele fosse alguém da família...

Era o mais próximo disso!

O NOVO DONOWhere stories live. Discover now