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gianna não esperava por qualquer razão que fosse passar o fim de semana entediada. estar num país diferente, tendo a chance de vivenciar uma experiência tão cheia de entretenimento, seria bobagem de sua parte acreditar que seriam três dias de tédio. muito pelo contrário, havia tido alguns dias de antecedência para pesquisar as mais distintas coisas a serem feitas durante sua curta estadia na áustria, caso leclerc não pudesse estar próximo por qualquer razão.

ainda assim, ela não pensou que fosse se divertir tanto assim.

a sexta-feira havia voado. leclerc teve treinos no carro pelo período da manhã, ela o assistiu da garagem com os grandes protetores de ouvido, tendo acesso ao que ele e seus mecânicos, ou engenheiros, nunca sabia bem, conversavam vez ou outra. os ânimos eram agitados por todo o lugar, ela ia descobrindo algumas coisas sempre que tinha chance de se informar com alguém e o pessoal se mostrava acessível o suficiente para abraçá-la à família. pela tarde, ela e charles conseguiram algumas horas livres e saíram em uma caminhada calorosa pelas ruas da cidade, em busca de alguns doces e pães. o piloto divertiu-se ao assistir a namorada tentar falar a língua local com propriedade, falhando constantemente.

o sábado foi um pouco mais corrido e antes de saírem do hotel, gianna e charles mataram a saudade que sentiriam um do outro antes de deixarem a cama, cedo pela manhã. combinaram de estarem juntos para os momentos livres do piloto e a italiana aumentou o volume das notificações do telefone para o contato dele. queria explorar as cozinhas do paddock e ter algum tempo para dedicar ao menu que estava construindo. no final das contas, eles manejaram sem quaisquer dificuldades todo o tempo próximos e charles quis tê-la ali em cada um dos fins de semana de trabalho porque quando já estava no carro, recebendo as instruções, vestindo as luvas de proteção, gianna encontrou sua mão com a dela para um aperto carinhoso de seus dedos, num "boa sorte" somente sibilado. o monegasco não conseguiu aquele primeiro lugar, mas quando deixou o carro, seu coração ainda estava tão esperançoso do que quando havia entrado — suspeitou que o amor tivesse algum envolvimento em tudo aquilo.

então o domingo chegou e os nervos afloraram em todos com mais força. a tensão era clara e dessa vez, rambaudi preferiu ficar mais quieta, somente demonstrando o apoio pelo qual estava ali. queria que charles soubesse que acreditava nele com todas as forças do mundo. então pouco antes de ir para a largada, eles se despediram com um abraço longo, silencioso e mais reservado, sem tantas pessoas tão perto pela primeira vez.

"como você está se sentindo?" ela perguntou, buscando os olhos dele com cuidado. assistiu os ombros dele se erguerem, num gesto claro de certa indiferença, que não se sustentou quando ele finalmente voltou a olhá-la.

"tenso..." respondeu. "meio nervoso." completou, ainda sem dizer muita coisa. a morena desconfiou que aqueles momentos antes da corrida eram sempre assim, sem muitas coisas a serem ditas e então, balançou a cabeça, sorrindo em sua direção.

"vou torcer por você durante toda a corrida." concluiu, dando de ombros também, mas somente para demonstrar que aquilo era inevitável. e ele gostou de saber que ela quis estar ali.

e ela realmente o fez. as câmeras dos mais diversos fotógrafos espalhados pelo paddock, em algum momento, se voltaram para gianna e para toda a sua vontade de estar ali, claramente exposta enquanto pulava e emitia gritos de animação nos momentos de destaque do piloto. suas fotos estavam em cada página até o final do dia e quando leclerc finalmente deixou o carro parado atrás da placa de primeiro lugar, a italiana gritava em busca de jogar-se nos braços dele para comemorar a vitória tão merecida do ferrarista.

o beijo dos dois foi ovacionado pelos fãs e equipe vermelha. nada podia ser melhor do que estar ali por ele numa situação como aquela e gianna se pegou pensando em todas as próximas vezes que gostaria de presenciar sua grandiosidade. charles era único, talentoso e cheio de chances.

quando ele estava ali no pódio, ouvindo ao próprio hino e apreciando o local que tanto o pertencia, ela o assistiu com todo o amor que morava em seu peito àquele ponto. admirou sua grandeza e desejou que ele pudesse sempre estar ali. e que ela também pudesse, para amá-lo cada vez mais. então, quando seus olhos de encontraram mais uma vez, ela sibilou com calma um suave "ti amo" [te amo] para o qual charles sorriu abertamente, aproveitando ainda mais a forma como aquele fim de semana se encerrava.


capítulo curtinho porque é, majoritariamente, descritivo... mas eu queria muito postá-lo desse jeitinho, então achei melhor fazer algo mais sucinto. espero que vocês gostem! fico sempre querendo deixar esse amontoado de amor que acontece entre os dois bem visível porque enxergo a relação deles dessa forma. comentem, me contem o que vocês estão pensando e nos vemos em breve (:

the pianist ⁕ charles leclercWhere stories live. Discover now