8. Encontros e Reencontros

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À esta altura já éramos as próximas da fila a entrar. Luíza checa o relógio e diz:

- Acho que a gente ainda pega uns vinte minutinhos do workshop de hoje e daí a gente já vê se é tudo isso mesmo que o pessoal têm dito.

Por dentro, o lugar é ainda mais interessante. São três ambientes: o primeiro, logo na entrada, é um amplo e arejado salão revestido por espelhos em quase toda a extensão das paredes. Bem à direita do salão, do lado do bar, há uma escada que dá acesso ao segundo ambiente: uma pista de dança também bem ampla, com dois bares em sua totalidade, um no canto direito, outro no esquerdo e um dj ao centro. Seguindo ainda em frente, há uma segunda escada da qual subindo-a, chega-se ao terceiro, último, porém não menos importante ambiente: uma espécie de barzinho.

- Quanta informação, amiga!

- Não é?! Mas pelo que a colega contou, depois do workshop lá embaixo, este terceiro ambiente será o mais interessante para mim.

- Por quê? – pergunto intrigada.

- Bom, você está vendo aquele palquinho ali na frente? – ela aponta o dedo em direção à uma cortina preta, não sei onde ela está vendo um palco.

- Estou vendo uma cortina preta.

- Cala a boca e escuta. Eu sei que tem um palco ali porque ela me contou, mas também não estou vendo nada além da cortina. – ela comprime um pouco os olhos como quem tenta enxergar algo com dificuldade. – se bem que tem uma escadinha do lado da cortina, aquilo ali deve ser o acesso para o palco, ceguetinha. – e sorri ao tirar um sarro da minha cara.

- É verdade, não tinha reparado.

- Então, continuando... neste suposto palco, depois que acaba o workshop lá embaixo, é onde acontece um show ao vivo. E tem mais... sabe lá em baixo, que cada semana é um país diferente e etc. Lá e aqui são o mesmo "tema", digamos assim. Por exemplo, hoje é Zumba lá em baixo, então o show aqui em cima também vai ser só com músicas do gênero, entendeu?

- Não sou retardada, claro que eu entendi. E que barato! Já estou amando este lugar. Mas vamos lá embaixo, quero participar do workshop.

- Tá bom, mas só tem mais uns dez minutos.

Descemos e guardamos nossos pertences na chapelaria antes de ir ao workshop.

- Essa semana foram danças da Colômbia, está vendo? – Luíza diz apontando para um telão que havia próximo de nós duas, pendurado em uma parede.

- Ah, sim! – Observo. – E hoje é Zumba. Perfeito!

Estava passando uma espécie de apresentação de slides neste telão. Primeiro com o país da semana e depois passava um breve resumo sobre a história da dança do dia.

- Olha lá , Dandara. A agenda das próximas semanas. – Luíza diz apontando para o telão novamente. – Semana que vem é a vez da Espanha. – Ela então dá aqueles gritinhos histéricos que eu odeio e completa:

- E na outra semana é o nosso "Brasilzão véio sem porteira". Arrasaremos!

Começo a rir depois de ver o ataque de pelanca e o contentamento de Luíza. Essa com certeza vai ser a primeira vez que ela vá se sentir em casa depois de tanto tempo longe do Rio de Janeiro.

- Cara, você não muda mesmo! A gente já perdeu tempo demais jogando conversa fora. – Seguro Luíza pelas mãos e a arrasto até o workshop. – Vem!


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Assim que chego à boate, quase resolvo mudar de ideia e voltar para a minha casa depois de ver o tamanho da fila. Mas Christopher chega bem na hora em que eu estou descendo do carro e já vai me empurrando em direção à fila.

Quem Vos Fala, Destino?On viuen les histories. Descobreix ara