28.

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O dia passou correndo. Já eram 19h da tarde quando os hyunlix saíram de minha casa. Lee Know foi levar a dupla a suas respetivas casas enquanto eu aguardava ansiosamente a sua chegada a casa.

Tentei me distrair com várias coisas. Tentei cozinhar, escrever algo, até ver anime, mas nada resultou. 

Na minha cabeça só passava o que eu ia falar pro Lee sobre o meu pai. Eu teria que explicar a história toda de novo.

E se ele não quiser gastar seu tempo procurando evidências de uma coisa que possa ser só da minha cabeça?

Tentei ordenar meus pensamentos dentro da minha cabeça, o que não deu muito certo. Então tentei ligar pra minha mãe pra saber como meu pai estava, mas ela não atendeu. 

Então decidi ficar mexendo no celular por algum tempo. Quando eu percebi, estava no bloco de notas escrevendo como abordar o assunto do acidente do meu pai pro Lee. Mas acontece que sempre que eu começava escrevendo algo, acabava por apagar porque pensava que aquela não era a melhor forma de dizer o que eu estava tentando dizer.

Depois de meia hora de minha perna estar tremendo sem controlo, ouvi alguém bater na porta. 

Bloqueei o celular, me levantei e o atirei de qualquer forma pra cima do sofá. Limpei minhas mãos nas calças, que estavam ficando suadas por conta do nervosismo.

Tudo o que eu tinha preparado naquele tempo literalmente sumiu da minha mente e eu já não sabia nem por onde começar o assunto. 

Primeiro temos de abrir a porta, ne Jisung. 

Parei de frente para a porta e inspirei fundo. Ouvi mais duas batidas na mesma. Coloquei a mão na maçaneta e a rodei. 

Lee Minho estava sorrindo com um saco de comida na mão direita. Sorri de volta pra ele e recebi um selinho. Me desviei o deixando entrar em casa. Ele foi direto à cozinha enquanto eu fechava a porta. 

Ele não falou nada desde que entrou em casa. O que eu achei estranho visto que ele está sempre falando sobre algo, mas também não proferi palavra sobre.

O único barulho existente na casa era o barulho do saco de plástico branco e das caixas de cartão cheias de comida serem abertas pelo Lee.

— Know, eu preciso falar com você.

Ele continuou focado na missão de abrir as caixas e distribuir a comida por dois pratos. Quando terminou, se sentou numa cadeira e me encarou esperando eu continuar.

Eu fui até à mesa e me sentei numa cadeira, virado de frente para o Minho.

— Então.. eu não sei como explicar isso pra você.

— Pode tentar começando pelo início. Eu to aqui pra ouvi tudo, leve o tempo que precisar. 

O Lee tirou uma garrafa de guaraná de dentro do saco e foi buscar dois copos no armário em cima do lavatório. Abriu a garrafa e distribuíu o líquido pelos dois copos. Se sentou novamente na cadeira e me encarou de novo.

— Eu queria pedir a você um pequeno favor — Fiz uma pequena pausa — Acho que o acidente que meu pai teve não foi um acidente. 

— Como assim? — Minho perguntou com um tom surpreso depois de parar a meio da tarefa de levar o talher na boca.

— Meu pai é dono de uma empresa, o que significa que tem muito inimigo. E já tentaram fazer mal a ele antes e eu não ficaria surpreendido se fosse isso que estivesse acontecendo outra vez.

— E onde eu me encaixo nessa história? 

— É.. O Hyunjin que teve a ideia. Eu não sei se você vai querer fazer mas será que podia investigar pra eu tirar essa ideia da minha cabeça?

O Lee sorriu e atrevessou a mão dele sobre a mesa até chegar à minha. Ele colocou a mão dele em cima da minha e começou a fazer carícias. 

— Mas é claro que posso — Eu sorri e olhei pras nossas mãos juntas voltando o meu olhar na direção do Minho poucos segundos depois — Ce quer que eu fique dormindo aqui hoje?

— Ah, não precisa. Acho que fico bem sozinho esta noite. Pode ser que minha mãe me ligue dando notícias do meu pai.

Ele assentiu com a cabeça e tirou a mão de cima da minha terminando com a fonte de calor que a tinha aquecido por alguns segundos. Voltou a focar maior parte da sua atenção na comida presente no prato.

Pode ser da minha cabeça, mas o Minho  tem algo ocupando sua mente. E após eu lhe falar sobre o meu pai ele pareceu ficar ainda mais pensante.

— Assim posso começar investigando logo que chegar no meu local de trabalho — Ele interrompeu meus pensamentos com sua fala — Posso até mandar mensagem pro Changbin pra ele começar trabalhando no caso agora já. 

— Não precisa de fazer isso já, pode terminar de comer primeiro. 

Mas minhas palavras não tiveram o mínimo efeito no Lee pois ele já estava teclando no celular uma longa mensangem de texto pro Seo. 

Dois minutos depois, Minho já estava focando sua atenção na comida outra vez. Falava uma vez ou outra comigo mas o tema não tinha nada de interessante. 

Quando terminamos de comer ele lavou os pratos e eu os sequei. Ficamos um pequeno bocado sentados grudadinhos no sofá assistindo um programa que nenhum de nós tinha visto antes. 

Eram 21:18h e o Lee tava pegando no casaco dele e se despedindo de mim com um beijo calmo. 

Acenou pra mim antes de fechar a porta e me deixar sozinho na sala, com os meus pensamentos, outra vez.

Tinha acabado de me sentar no sofá quando ouvi três batidas na porta. 

Ele deve ter se esquecido de alguma coisa aqui, pensei.

Me levantei, fazendo pressão nas minhas mãos e colocando todo o peso do meu corpo nelas. Fui arrastando os pés até à porta e a abri. 

Mas não era o Lee.

Um moço vestido de negro entrou dentro da sala e encostou a porta atrás dele. 

Durante essa ação, ele me empurrou forte e eu bati contra o móvel, caindo feio no chão de seguida.

Ele agarrou em meus cabelos, puxando minha cabeça para trás.

— Você não vai virar a cara pra tentar ver quem eu sou. Vai ficar aí paradinho. O menor movimento que eu sinta vindo de você ou se passar na minha cabeça que tu está tentando fugir — A pessoa riu alto — Ce nem quer saber o que aconteceria a você.

Fiquei paralisado no chão. Estava pensando numa tentativa de fuga mas depois das palavras do presente naquela casa, me arrependi só de ter pensado em tal coisa.

Vi botas pretas caminhando pelo chão de minha cozinha e as ouvi subindo até ao andar de cima.

Agora é minha chance.

Levantei sem fazer barulho e fui até ao sofá, onde agarrei meu celular. Comecei procurando o contacto do Lee. Afinal ele não deve de estar assim tão longe, acabou de sair daqui agora.

Meu plano era: ligar para o Lee e esperar ele atender, - muito provavelmente ele ainda deve estar conduzindo mas vai me atender na mesma - falar pra ele a situação em que me encontro e dizer pra ele me salvar.

Assim que achei o número dele, carreguei no ecrã, iniciando uma chamada.

Ouvi passadas mais altas vindas dos quartos, o que indicava que a pessoa estava cada vez mais perto de voltar para o andar de baixo.

O celular começou chamando e minhas mãos estavam suando de nervoso.

Ouvi uma musiquinha tocando atrás de mim e ficando cada vez mais alta.

Estava prestes a me virar pra ver de onde vinha o som, quando ouvi uma voz conhecida.

— Me procurando, Hannie?

Possessive || MinsungWhere stories live. Discover now