13.

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Chegamos juntos no refeitório, onde os meninos já estavam todos reunidos na mesma mesa do costume, pegamos nossa comida e nos sentamos almoçando.

O tema de conversa foi sobre as aulas, maioritariamente uma treta que tinha acontecido entre o Chan e o professor de fisica, porque, segundo ele, todos os professores gostavam dele assim que o viam. 

Até ao dia de hoje. 

— Ele estava perguntando pra todo mundo quais eram seus hobbies favoritos. Quando chegou em mim e eu falei que produzia música ele me olhou de alto a baixo e revirou os olhos. Quando era assim não perguntasse.

— Você produz música? — Perguntou o Seung com os olhos brilhando.

— Seu amigo nunca falou isso pra você? — Chan apontou para o garoto ao lado da pessoa que tinha feito a pergunta — Ele produz comigo algumas vezes.

— Changbin-hyung! — Ele bateu de leve no braço do amigo — Porque você nunca me contou? Você sabe o quanto eu amo música! 

— Eu pensei que você não quisesse saber. Quando eu começo falando sobre alguma coisa com você que eu fiz, tu manda um "cala a boca, anão" e sai rindo alto.

O mais novo riu, lembrando a verdade e pediu desculpas ao Changbin. Mais uma vez, só o barulho dos talheres se fez presente na mesa. Até o silêncio ser quebrado pelo Hwang.

— Querem vir na minha casa depois do almoço?

Ah, é. Tinha esquecido completamente que não tinha aulas da parte da tarde hoje. Como você pode esquecer uma coisa tão legal, Jisung?

— Eu e o Ji, não podemos. Eu vou passar a tarde na casa dele. 

— A fazer um trabalho — Acrescentei atrapalhado pelos olhares perversos vindos do Felix e do Chan.

— Hum, um trabalho.

Estiu indignado. O Bang e o Felix continuam lutando por algo que não vai acontecer. Não gosto de garotos. Porque eles continuam insistindo numa coisa que não vai acontecer?

Parece que o I.N. viu minha cara de bunda porque logo se "desculpou" pelos amigos.

— Não leva a sério, Ji. Nós sabemos que você é hetero, só que já estamos acostumados conosco a sermos assim e sai sem dar tempo de pensar.

— Faz mal não, eu sei que ces tão zoando.

Os meninos começaram a se levantar e se dirigir para a saída da escola.

Saímos andando todos juntos na direção da casa do Jin - porque fica na mesma direção da minha - mas eu e Minho nos separamos do grupo duas ruas antes da casa do mesmo.

Quando chegamos em casa, eu abri a porta e deixei a chave pendurada no chaveiro.

— Omma, cheguei! — Gritei sem obter resposta. Aí eu lembrei — Aish..

— Que foi?

— Esqueci que minha mãe arranjou emprego ontem e hoje é o primeiro dia dela, então ela só chega hora do jantar.

Ele olhou para mim e sorriu malicioso enquanto me olhava de alto a baixo.

— Está olhando pra quem? Eu ein.

Ele soltou uma gargalhada e se sentou no sofá, ligando a TV, como se estivesse na sua própria casa.

Olhei para ele e suspirei. Porque tinha que ser justo com ele?

Aproveitei e mandei uma mensagem à minha mãe, perguntando como estava correndo o primeiro dia e se os colegas de trabalho eram simpáticos.

Quando olhei para o sofá para chamar o Lee, ele já não se encontrava lá.

— Hey, Han! Você tem alguma coisa de comer?

Fui ter com a voz irritante que saía da cozinha e retirei um pacote de bolachas do armário.

— Aqui — Respondi seco — Nem parece que acabou de almoçar. Anda.

Ele me seguiu, com o pacote de bolacha na mão, até ao meu quarto.

— Encosta a porta, por favor. Não gosto de deixar ela aberta.

Ele fez o que eu lhe tinha pedido e se sentou ao meu lado, de perna cruzada, na cama.

— Então, o que você sabe sobre biologia? — Perguntei enquanto abria meu portátil e colocava a senha.

— Sei que a definição mais resumida é estudo da vida.

Uau, isso até eu que nunca tinha tido uma única aula dessa matéria sei.

Comecei pesquisando mais sobre o tema e lendo algumas apresentações feitas por alunos também.

Sentia o olhar do Lee concentrado em mim e estava se tornando desconfortável o barulho dele mastigando as malditas bolachas.

— Você consegue fazer menos barulho? — Perguntei indignado tornando minha atenção para o moreno à minha frente.

— Me desculpa — Ele riu — Tambem quer uma?

Hesitei por um momento, mas me lembrei que estava hesitando por uma bolacha o que não faz sentido nenhum.

— Hum — Falei assentindo.

Ele pegou uma bolacha do pacote e a colocou na boca, deixando mais de metade fora.

— Vem buscar, então.

Rolei os olhos, desviei minha atenção novamente para o portátil e ignorei Minho que continuava me encarando. Depois lembrei do que minha irmã me tinha dito uns dias atrás e suspirei.

Tirei o portátil do meu colo, já perdendo a paciência com aquele ser.

Me aproximei devagar da cara dele e o olhei nos olhos antes de morder um bocado da bolacha com a minha boca e voltar para onde eu estava.

Ele continuou me encarando com um pequeno pedaço na boca ainda.

— Se pensa que eu vou fazer isso outra vez, eu não vou.

Ele colocou o resto na boca e riu.

Vinte minutos depois, estávamos os dois pesquisando e preparando uma apresentação, que estava ficando muito legal, por acaso.

— Você sabia que é fofo quando está concentrado fazendo alguma coisa?

Senti meu coração errar uma batida por conta do elogio vindo de Minho.

— Obrigada, eu acho.

O barulho de alguém subindo as escadas ecoou no corredor e foi ouvido por nós dentro do quarto.

Minha porta foi aberta de repente e uma Chaeyoung empolgada e que não parava de sorrir surgiu segurando a maçaneta.

— Jico, tu nem sabe o que aconteceu! — Nesse momento ela percebeu que tinha outro alguém no quarto — Quem é ele?

Eu estava já pronto para falar quando ele me interrompeu antes de eu abrir a boca sequer.

— Sou Lee Minho. Um amigo do seu irmão.

— Aquele Minho que tu me falou que-

Tapei a boca da Chae com minha mão antes que ela falasse merda.

— Esse Minho mesmo.

— Então você já falou de mim para a tua irmã, interessante.. Vocês são irmãos, né?

Nós dois assentimos ao mesmo tempo.

— Eu preciso de falar com o meu irmão sobre um assunto delicado.

— Atah, se quiser que eu saia eu saio. É só pedir.

— Se não contar pra ninguém.. pode ficar.

— Minha boca é um túmulo — Lee imitou com a mão uma chave fechando sua boca e depois ser atirada para longe.







Possessive || MinsungWhere stories live. Discover now