24.

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Acordei por volta das onze da manhã.

Não sei como tinha acontecido, então não pergunte, eu acordei com minha cabeça no lado dos pés da cama e os pés do lado da cabeça.

Esta noite dormir excelentemente bem. Sem acordar pra beber água, pra ir no banheiro, porque meu corpo é estranho e a minha amiga ansiedade não me deixa dormir...

Dormi bem.

E todo mundo sabe que meu humor matinal é horrível. Minha mal disposição está a 101% quando sou acordado e podia dormir mais. E eu posso sempre dormir mais.

E adivinha o que aconteceu? Me acordaram.

Havia pessoas fazendo barulho demais lá em baixo na cozinha. Essas pessoas incluíam minha irmã e, provavelmente, um amigo. Dado que meu pai está trabalhando e minha mãe domingo de manhã vai sempre nas compras.

Desci as escadas, sem me pentear, sem lavar a cara, sem nada. Tinha acabado de acordar e já tava com ranço da Chae e do amigo dela.

— YA! — Gritei com os olhos semicerrados por conta da diferença de luminosidade entre os dois andares — Será que não podem fazer menos barulho?

As duas pessoas sentadas no sofá continuaram jogando na TV como se eu nem tivesse falado.

Me dirigi lentamente, ainda meio a dormir, na direção da televisão e desliguei ela do cabo. Ouvi gritos de raiva e desespero vindos de ambos.

— JISUNG! A GENTE TAVA JOGANDO!

— E EU TAVA DORMINDO!

Desviei o olhar da minha irmã pra ver quem era o amigo dela. Sentado ao lado dela estava um garoto de olhos castanhos me encarando com cara de cu.

— Mas o que ele tá fazendo aqui? — Perguntei irritado.

— Ele bateu na porta perguntando por você e me falou o que aconteceu ontem. Daí eu disse que tu ainda tava dormindo e deixei ele entrar.

Olhei novamente para o ser sentado no meu sofá. Eu até tinha gostado da surpresa SE não fossem plenas 11 da manhã.

— Oi, Hannie.

Minho sorriu pra mim depois de ver a cara que eu tava fazendo. Ele se levantou e me abraçou, me deixando sem reação.

Ele se afastou de mim e voltou a sentar no sofá do lado da minha irmã, mas desta vez deixando um espacinho pra eu sentar também. Ele deu palmadinhas leves no tecido me chamando e eu, contra vontade, fui.

A Chaeyoung ligou de novo a TV e eles voltaram pro jogo.

Eu me aconcheguei melhor no sofá e acabei deitando minha cabeça no colo do Lee onde acabei por adormecer minutos depois.

Quando acordei, novamente, já eram 14h da tarde e aquele ser tava ajudando minha mãe com o almoço. Pelos vistos ele tá almoçando cá. Só falta se mudar pra viver connosco.

Não é que eu não goste. Só não consigo aceitar que minha família aceita um estranho cá em casa como se o conhecesse faz um tempão só porque eu disse que ele era meu amigo.

Se eles soubessem quem ele é e o que ele faz comigo de verdade...

Continuando.

Eu me levantei e me dirigi à cozinha onde eles estavam. Falei um bom dia pra minha mãe - porque meu humor já tinha melhorado um pouquinho - e caminhei lentamente até ao Lee, que estava cortando uma cenoura.

Passei meus braços na cintura dele e coloquei minha cabeça por cima do ombro dele pra ver melhor o que ele estava fazendo.

Senti o olhar da minha mãe sobre nós e vi Minho olhar pra ela também - acho que foi uma das únicas vezes onde vi Lee Minho levemente assustado - mas ela soltou um sorriso e continuou fazendo o que estava fazendo.

Eu, mesmo sem ver a cara dele, consegui sentir que o Lee tava sorrindo. Isso aqueceu meu coração todinho e fez eu nunca mais querer o largar.

Ele acabou de cortar a cenoura e a colocou pra cozinhar junto com o resto dos ingredientes que ele já tinha preparado e pediu pra minha mãe se nós podíamos ir pro quarto. E ela obviamente que deixou.

Subimos as escadas sempre agarradinhos, íamos caindo mas a gente só ignora essa parte, e nos deitamos juntinhos na cama.

— O meu bebê está com sono? — Minho me perguntou com uma voz bem fofa que me fez corar. Também corei por conta do apelido mas a gente finge que não.

— Hum — Me mechi escondendo minha cara na curva do pescoço do Lee.

Ficamos assim por mais de dez minutos. Grudadinhos um num outro, fazendo carinhos de vez em quando e roubando beijos quando o outro não estava prestando atenção.

— Garotos, venham almoçar! — A voz da minha mãe soou abafada por conta da porta fechada.

Soltei um grunhido quando percebi que Minho estava se levantando e me deixando sozinho na cama.

— Você vem ou eu tenho que te levar? — Ele falou abrindo a porta.

Me sentei na beira da cama e o encarei. Calcei meus chinelos e me coloquei de pé. Andei devagar, molengando, até o garoto apoiado na ombreira da porta.

Roubei um selinho dele e comecei correndo escadas abaixo rindo que nem um louco da cara de surpresa que o Lee tinha feito.

— Vou te apanhar, seu esquilo! — Ele falou correndo atrás de mim com os braços esticados pra frente pra me agarrar.

Acontece que eu cheguei na cozinha primeiro que ele e logo me sentei na cadeira do lado da minha irmã como se nada fosse.

Ele encarou a cena e deitou a língua de fora pra mim, arrancando um riso abafado.

Ele sentou do lado da minha mãe. E obviamente, eles começaram interagindo animadamente um com o outro.

Eu só entrava na conversa quando perguntavam alguma coisa que me envolvia ou quando eu dava minha curta opinião sobre algum assunto.

Nós já tínhamos terminado a refeição mas a conversa entre as outras três pessoas estava tão boa que por mais que eu quisesse me levantar da mesa, não significa fazia, por questões de respeito.

Mas graças a Deus meu celular começou tocando no andar de cima e eu pedi autorização pra minha mãe se podia atender, ao que ela respondeu que sim.

Cheguei no meu quarto e vi o nome "Lix" aparecendo na tela. Atendi a chamada e fiquei esperando o outro falar alguma coisa.

Oi, Ji! É o Hyunjin. ligando do celular do Felix porque o meu morreu — Ele riu — Eu e o Felix fomos almoçar fora e a gente lembrou que você não devia ter nada pra fazer. A gente pode passar na sua casa?

Uau. Ele é mesmo direto.

— Ahm, claro. Deixa eu só perguntar pra minha mãe primeiro.

Desci as escadas com o celular encostado na minha orelha, ouvindo burburinhos animados do casal do outro lado da linha.

— Mamãe, uns amigos tão pertinho daqui e tão perguntando se podem passar cá em casa. Eles podem?

Minha mãe olhou pra mim, depois pra Chae e depois pra Minho que sorria alegremente.

— Depende de quantos forem.

— São dois — Respondi curto.

— Hmm. Se eles comprarem ramen no caminho pra cá, podem.

Aproveitadora. Mal acabou de almoçar, já tá pensando em comer outra vez.

— Ela tá falando que se comprarem ramen podem vir.

O Hyunjin e o Felix riram. O mais velho falou um "ta bom, em 20 minutos a gente chega" e desligou.

Parece que a minha casa tá virando um jardim de infância agora e minha mãe é a babá.

Possessive || MinsungWhere stories live. Discover now