Acordei por volta das onze da manhã.
Não sei como tinha acontecido, então não pergunte, eu acordei com minha cabeça no lado dos pés da cama e os pés do lado da cabeça.
Esta noite dormir excelentemente bem. Sem acordar pra beber água, pra ir no banheiro, porque meu corpo é estranho e a minha amiga ansiedade não me deixa dormir...
Dormi bem.
E todo mundo sabe que meu humor matinal é horrível. Minha mal disposição está a 101% quando sou acordado e podia dormir mais. E eu posso sempre dormir mais.
E adivinha o que aconteceu? Me acordaram.
Havia pessoas fazendo barulho demais lá em baixo na cozinha. Essas pessoas incluíam minha irmã e, provavelmente, um amigo. Dado que meu pai está trabalhando e minha mãe domingo de manhã vai sempre nas compras.
Desci as escadas, sem me pentear, sem lavar a cara, sem nada. Tinha acabado de acordar e já tava com ranço da Chae e do amigo dela.
— YA! — Gritei com os olhos semicerrados por conta da diferença de luminosidade entre os dois andares — Será que não podem fazer menos barulho?
As duas pessoas sentadas no sofá continuaram jogando na TV como se eu nem tivesse falado.
Me dirigi lentamente, ainda meio a dormir, na direção da televisão e desliguei ela do cabo. Ouvi gritos de raiva e desespero vindos de ambos.
— JISUNG! A GENTE TAVA JOGANDO!
— E EU TAVA DORMINDO!
Desviei o olhar da minha irmã pra ver quem era o amigo dela. Sentado ao lado dela estava um garoto de olhos castanhos me encarando com cara de cu.
— Mas o que ele tá fazendo aqui? — Perguntei irritado.
— Ele bateu na porta perguntando por você e me falou o que aconteceu ontem. Daí eu disse que tu ainda tava dormindo e deixei ele entrar.
Olhei novamente para o ser sentado no meu sofá. Eu até tinha gostado da surpresa SE não fossem plenas 11 da manhã.
— Oi, Hannie.
Minho sorriu pra mim depois de ver a cara que eu tava fazendo. Ele se levantou e me abraçou, me deixando sem reação.
Ele se afastou de mim e voltou a sentar no sofá do lado da minha irmã, mas desta vez deixando um espacinho pra eu sentar também. Ele deu palmadinhas leves no tecido me chamando e eu, contra vontade, fui.
A Chaeyoung ligou de novo a TV e eles voltaram pro jogo.
Eu me aconcheguei melhor no sofá e acabei deitando minha cabeça no colo do Lee onde acabei por adormecer minutos depois.
Quando acordei, novamente, já eram 14h da tarde e aquele ser tava ajudando minha mãe com o almoço. Pelos vistos ele tá almoçando cá. Só falta se mudar pra viver connosco.
Não é que eu não goste. Só não consigo aceitar que minha família aceita um estranho cá em casa como se o conhecesse faz um tempão só porque eu disse que ele era meu amigo.
Se eles soubessem quem ele é e o que ele faz comigo de verdade...
Continuando.
Eu me levantei e me dirigi à cozinha onde eles estavam. Falei um bom dia pra minha mãe - porque meu humor já tinha melhorado um pouquinho - e caminhei lentamente até ao Lee, que estava cortando uma cenoura.
Passei meus braços na cintura dele e coloquei minha cabeça por cima do ombro dele pra ver melhor o que ele estava fazendo.
Senti o olhar da minha mãe sobre nós e vi Minho olhar pra ela também - acho que foi uma das únicas vezes onde vi Lee Minho levemente assustado - mas ela soltou um sorriso e continuou fazendo o que estava fazendo.
Eu, mesmo sem ver a cara dele, consegui sentir que o Lee tava sorrindo. Isso aqueceu meu coração todinho e fez eu nunca mais querer o largar.
Ele acabou de cortar a cenoura e a colocou pra cozinhar junto com o resto dos ingredientes que ele já tinha preparado e pediu pra minha mãe se nós podíamos ir pro quarto. E ela obviamente que deixou.
Subimos as escadas sempre agarradinhos, íamos caindo mas a gente só ignora essa parte, e nos deitamos juntinhos na cama.
— O meu bebê está com sono? — Minho me perguntou com uma voz bem fofa que me fez corar. Também corei por conta do apelido mas a gente finge que não.
— Hum — Me mechi escondendo minha cara na curva do pescoço do Lee.
Ficamos assim por mais de dez minutos. Grudadinhos um num outro, fazendo carinhos de vez em quando e roubando beijos quando o outro não estava prestando atenção.
— Garotos, venham almoçar! — A voz da minha mãe soou abafada por conta da porta fechada.
Soltei um grunhido quando percebi que Minho estava se levantando e me deixando sozinho na cama.
— Você vem ou eu tenho que te levar? — Ele falou abrindo a porta.
Me sentei na beira da cama e o encarei. Calcei meus chinelos e me coloquei de pé. Andei devagar, molengando, até o garoto apoiado na ombreira da porta.
Roubei um selinho dele e comecei correndo escadas abaixo rindo que nem um louco da cara de surpresa que o Lee tinha feito.
— Vou te apanhar, seu esquilo! — Ele falou correndo atrás de mim com os braços esticados pra frente pra me agarrar.
Acontece que eu cheguei na cozinha primeiro que ele e logo me sentei na cadeira do lado da minha irmã como se nada fosse.
Ele encarou a cena e deitou a língua de fora pra mim, arrancando um riso abafado.
Ele sentou do lado da minha mãe. E obviamente, eles começaram interagindo animadamente um com o outro.
Eu só entrava na conversa quando perguntavam alguma coisa que me envolvia ou quando eu dava minha curta opinião sobre algum assunto.
Nós já tínhamos terminado a refeição mas a conversa entre as outras três pessoas estava tão boa que por mais que eu quisesse me levantar da mesa, não significa fazia, por questões de respeito.
Mas graças a Deus meu celular começou tocando no andar de cima e eu pedi autorização pra minha mãe se podia atender, ao que ela respondeu que sim.
Cheguei no meu quarto e vi o nome "Lix" aparecendo na tela. Atendi a chamada e fiquei esperando o outro falar alguma coisa.
— Oi, Ji! É o Hyunjin. Tô ligando do celular do Felix porque o meu morreu — Ele riu — Eu e o Felix fomos almoçar fora e aí a gente lembrou que você não devia ter nada pra fazer. A gente pode passar na sua casa?
Uau. Ele é mesmo direto.
— Ahm, claro. Deixa eu só perguntar pra minha mãe primeiro.
Desci as escadas com o celular encostado na minha orelha, ouvindo burburinhos animados do casal do outro lado da linha.
— Mamãe, uns amigos tão pertinho daqui e tão perguntando se podem passar cá em casa. Eles podem?
Minha mãe olhou pra mim, depois pra Chae e depois pra Minho que sorria alegremente.
— Depende de quantos forem.
— São dois — Respondi curto.
— Hmm. Se eles comprarem ramen no caminho pra cá, podem.
Aproveitadora. Mal acabou de almoçar, já tá pensando em comer outra vez.
— Ela tá falando que se comprarem ramen podem vir.
O Hyunjin e o Felix riram. O mais velho falou um "ta bom, em 20 minutos a gente chega" e desligou.
Parece que a minha casa tá virando um jardim de infância agora e minha mãe é a babá.
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Possessive || Minsung
FanfictionHan Jisung um rapaz normal e gentil, está andando sozinho para pensar e espairecer um pouco, e é sequestrado, sem motivo aparente, por Lee Know, o chefe da máfia mais temido da Coreia do Sul.