Slide quatro.

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No quarto slide, Jimin encarava-se em um espelho grande

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No quarto slide, Jimin encarava-se em um espelho grande.

Ele chegou da casa de Hoseok, tomou um banho rápido e paralisou na frente do guarda-roupa composto por um espelho vertical. Pela adrenalina de estar em sua residência no horário combinado, somente teve tempo de passar o arquivo para o Pen Drive e obrigar o seu skate a percorrer pelas ruas, temendo chegar atrasado e levar um sermão.

No meio do trajeto, quando ousou subir em uma calçada, a parte frontal da prancha de madeira bateu forte no chão, levando-o a cair brutalmente no solo de concreto e obter vários machucados em ambas as mãos e joelhos. Sua pele estava uma confusão de cores roxas e vermelhas, e o garoto, que levantou-se com dificuldade, segurava as lágrimas teimosas. Como dito antes, acidentes de skate não são indolores. Dessa forma, ele resolveu terminar o caminho em passos arrastados, resmungando a cada segundo pela ardência dos machucados.

De volta ao quarto, os olhos pequenos passearam por seu corpo vestido apenas por uma cueca. Como queria ser diferente. Ele evitava olhar sua barriga com poucos músculos, as pernas pintadas de cicatrizes – todos em decorrência do skateboarding –, o rosto redondo, os óculos de armação grossa e as espinhas da adolescência.

Jimin suspirou fundo e, com uma expressão triste e de decepção, abriu a porta do guarda-roupa para pegar um conjunto de moletom e o kit de primeiros socorros.

— Meu bem? — a porta abriu inesperadamente, ocasionando em um Jimin ignorando a dor que sentia para correr exasperado até sua cama. Ele puxou o amontoado de cobertores e enfiou-se embaixo, desejando que a visita repentina não descobrisse os ralados adquiridos. — Tudo bem? — ela arqueou uma sobrancelha, terminando de entrar no cômodo médio.

— Sim. — trouxe o cobertor para o pescoço e fitou sua genitora colocar uma muda de roupa na superfície da escrivaninha bagunçada. Era seu uniforme.

— Vai. — ela curvou-se em direção da cama, cruzando os braços na altura do peitoral e afinando os olhos, como se soubesse de cada artimanha do filho. — Quebrou uma perna e está tentando me esconder?

Jimin percebeu que estava, de um modo patético, escondendo as lesões da única pessoa que o conhecia tão bem. Ele afastou o tecido grosso do corpo, revelando as novas e antigas contusões.

Com um olhar de desapontamento e preocupação, ela apanhou a caixa abandonada perto do armário e rumou para a cama. Jimin tremeu de nervosismo ao sentir seus pulsos sendo envolvidos pelos dedos finos e firmes.

— M-mamãe, eu sei que você 'tá brava. — pendeu a cabeça, constrangido. — N-não briga comigo.

Sua mãe, Park Subin, assim como todas as criadoras, não gostava de ver o filho chegar em casa cheio de fraturas. Ela era uma mulher muito forte, sempre cuidou de Jimin, mesmo quando trabalhava e fazia faculdade ao mesmo tempo. Seus pais, os avós de Jimin, ficaram espantados ao receber a notícia de que a filha mais nova estaria esperando um bebê no último ano do ensino-médio. Naquela época conturbada, ela morava com o pai, já que sua mãe estava no Brasil, então levava uma vida sem impedimentos.

Quando o Erro Vira AcertoWhere stories live. Discover now