Epílogo

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Regina

Despertei ouvindo pequenos ruídos no aparelho ao meu lado, como havia virado costume nos últimos seis anos e meio. Aos poucos, meus olhos se acostumaram com a claridade do quarto e assim que os mantive completamente abertos, me virei. Emma dormia tranquilamente ao meu lado. Seu semblante transmitia paz, enquanto um leve sorriso acompanhava seu sono. Mais alguns ruídos vindos da babá eletrônica e eu soube que precisava me levantar. E assim o fiz. Caminhei até o banheiro e fiz minha higiene matinal rapidamente. Quando voltei ao quarto, Swan ainda dormia, como se nada além daquele quarto lhe importasse e vê-la daquela forma arrancou um sorriso largo de mim. Segui pelo corredor até o quarto que, muito provavelmente, habitava uma garotinha a todo vapor. Assim que o adentrei, constatei minhas desconfianças: Hope estava com a cabeça pendurada para fora da cama, tendo seus cachos dourados quase encostando no chão e os olhos fechados, enquanto um sorriso largo brincava em seu rosto.

— Bom dia, meu Pequeno Sol! — falei já me aproximando de sua cama. Seus olhos, verdes como os de Emma, se abriram brilhantes em minha direção. 

— Bom dia, mami! — se sentou num pulo e logo estava em pé na cama, esticando os braços o mais alto que conseguia. Me aproximei um pouco mais e antes que eu pudesse me preparar, Hope se lançou em meus braços, como sempre fazia com sua outra mãe. 

— Vejo que está melhor! — fiz cosquinhas em sua barriga, fazendo-a abrir o sorriso mais lindo para mim. 

— Eu tô, mami e também tô morrendo de fome — assim que falou, seu estômago roncou, nos fazendo rir. 

— Você é igualzinha a sua mãe, sabia? — ela assentiu, concordando comigo. 

— Mas a mamãe fala que eu sou igualzinha a senhora, sabia? 

— Ah é? — perguntei já me virando em direção ao corredor novamente e minha pequena balançou a cabeça em concordância outra vez — E no que sua mãe diz que você é parecida comigo? 

— Ela diz que sou brava igual a senhora e que faço assim… — franziu as sobrancelhas e cruzou os bracinhos, exatamente como eu fazia — Quando eu quero alguma coisa. 

— Preciso admitir, sua mãe está coberta de razão, você é igual a mim — sorri. 

— O Henry diz que eu pareço a mamãe, mas sou igual a mami e ele parece a mami, mas é igual a mamãe — fez uma carinha adorável, demonstrando uma certa confusão. 

— O que o seu irmão quis dizer é que você se parece fisicamente com sua mãe, por conta do cabelo loiro e dos olhos verdes, mas que o seu jeito é igual ao meu — fez uma carinha que me dizia que ela estava começando a entender — Já o Henry se parece fisicamente comigo, mas tem o jeito da sua mãe. 

— Agora eu entendi! Obrigada, mami! — se agarrou ao meu pescoço e assim ficou até alcançarmos a cozinha. 

Sentei Hope em sua cadeirinha alta e comecei a preparar o café, enquanto a ouvia cantar uma música que eu conhecia bem e que me trazia ótimas lembranças. Lembranças de um dia feliz e que poderia descrevê-lo com detalhes. Enquanto sua voz infantil preenchia a cozinha, eu me deixei levar, cantarolando a mesma música que meu Pequeno Sol cantava. Não demorei para terminar de preparar o café e quando estava prestes a me virar para colocar tudo sobre a bancada, senti dois braços rodeando minha cintura. Sorri instantaneamente.

— Eu amo quando vocês cantam essa música! — meu garoto, que já não era mais tão garoto assim, adquiriu a mesma mania de Emma: me abraçar enquanto eu mexia em algo na cozinha — Bom dia, mãe! — Henry deixou um beijo em minha bochecha. 

— Bom dia, querido! — me ajudou a levar as panquecas para a bancada — Também gosto dessa música, Henry! Ela me traz boas memórias. 

— Eu nem imagino o motivo! — foi irônico, me fazendo estreitar os olhos em sua direção — Bom dia, Coelhinha! 

Entre Tubos de EnsaioWhere stories live. Discover now