Amendoim e Avelã

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Emma

Despertei aos poucos, sentindo aqueles lençóis macios sob o meu corpo e os meus movimentos, por mais tranquilos que pudessem ser, fizeram com que aquele cheiro marcante de Regina, invadisse meu nariz. Estiquei a mão, na esperança de tocá-la, mas senti o espaço vazio da cama. Abri os olhos lentamente, apenas para ter certeza que a morena não estava ali. Levantei e segui para o banheiro na intenção de fazer minha higiene pessoal, o que não me custou muito tempo. Segui para a cozinha e encontrei algumas coisas em cima da ilha, que indicavam que Regina esteve ali há pouco. Me virei em direção a pia e peguei um copo para beber água. De repente, senti braços delicados e aconchegantes rodeando minha cintura.

— Bom dia! — sua voz cadenciada soou bem próxima ao meu ouvido, me fazendo arrepiar e um sorriso surgir em meus lábios.

— Bom dia! — me virei ainda dentro de seu abraço e apoiei meus braços em seus ombros — Já estava me perguntando onde você estava — falei e deixei um beijo casto em seus lábios.

— Bom, eu estava organizando o nosso café e reparei pela janela bem ali… — apontou em direção a janela que ficava acima da pia — Que o dia estava lindo e provavelmente muito agradável, então decidi levar o nosso café lá para a área da piscina — explicou em meio a um sorriso.

— Você é realmente um gênio, Regina Mills! — arranquei uma risada gostosa da morena com o meu comentário.

— E só agora que você percebeu, Emma Swan? — ergueu uma de suas sobrancelhas, mas não deixou o sorriso sumir.

— Não, mas essa é a primeira vez que tenho a oportunidade de dizer isso em voz alta e olhando em seus olhos — senti meu interior se remexer ao perceber os olhos de Regina brilharem um pouco mais.

— Certo! — fingiu não prestar atenção no que eu havia dito, mas eu sabia que ela tinha ouvido bem cada palavra — Me ajude a terminar de levar as coisas, antes que esfrie… — se afastou do meu corpo e começou a pegar algumas das coisas que já havia deixado separadas e se virou para a saída — E no caminho, você me conta mais sobre dizer que sou um gênio, Emma! — me olhou por cima do ombro e piscou um dos olhos. Meu estômago revirou. Eu estava ferrada!

Caminhamos até a área externa da casa e a primeira reação foi me surpreender com o espaço. Não tinha muitas coisas, mas o que tinha era muito bem distribuído e organizado. A parte em que estávamos, que ficava próxima a porta que dava acesso a casa, possuía uma mesa redonda e não tão grande, cercada por quatro cadeiras. Alguns vasos grandes compunham a decoração, deixando o ambiente um pouco mais harmonioso. No nosso lado direito, tinha um sofá suspenso de dois lugares e a nossa frente a piscina, que tinha o formato convencional, mas os seus azulejos eram em um tom verde água, dando a impressão da água ser natural, tornando-a mais aconchegante. Em volta havia um deck de madeira clara, que comportava bem as espreguiçadeiras e os guarda-sóis fixos que haviam ali. Mais ao fundo, depois da piscina, havia um espaço para churrasco e almoços, um banheiro e um chuveiro de praia.

— Você tem uma casa muito bonita, Regina! — falei assim que nos sentamos.

— Mérito do senhor Henry Mills! — respondeu de maneira leve — Meu pai escolheu cada mínimo detalhe dessa casa, ignorando e muito, alguns palpites da dona Cora. Essa era a casa dos sonhos dele, então ele a fez como gostaria que fosse.

— Ela não deve ter ficado feliz — comentei enquanto servia café para nós duas.

— Nem um pouco, mas depois ele fez uma casa como ela queria que fosse, então… — deu de ombros.

— Uma vez você disse que era de Nova York… — Regina concordou — Porque seus pais tinham uma casa aqui em São Paulo?

— Desde quando eles se envolveram com o Konrad, eles vinham muito pra cá e minha mãe odiava ficar nos condomínios que o Instituto disponibiliza, então meu pai comprou essa casa, a reformou como quis e sempre que vinham para o Brasil, ficavam aqui.

Entre Tubos de EnsaioDonde viven las historias. Descúbrelo ahora