Mr. Pretzels

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Emma

Boa parte do trajeto até o nosso destino final foi feito em silêncio. Regina parecia tentar colocar sua cabeça no lugar, enquanto suspirava profundamente. Por mais que quisesse puxar algum assunto para quebrar todo aquele vácuo e, principalmente, para saber como a morena estava, eu entendia que aquele momento era importante para ela e a deixei apenas tomar o seu tempo. Quando estivesse pronta, eu sabia que tomaria a iniciativa.

— Por que? — sua voz saiu um pouco fraca, mas eu pude escutar. Sabendo que eu não havia entendido o sentido da pergunta, Mills voltou a fazê-la, mas agora de forma mais direta — Por que fica fazendo essas coisas, Emma?

— Que coisas, Regina? — meus olhos estavam presos na estrada, mas eu sentia que os seus me olhavam atentamente.

— Fica me levando para lugares, na intenção de me distrair e relaxar os meus nervos que vivem à flor da pele… — sorri fraco.

— Uma vez eu disse que você poderia contar comigo para dividir o peso de tudo o que carrega aí dentro e eu falei sério. Não quero que você se sinta completamente sozinha em meio a tudo isso — fui sincera.

— Por que? — voltou a questionar — Você nem me conhece, Emma — a segunda parte saiu um pouco mais baixa, como se falar aquilo a machucasse.

— Eu conheço o suficiente para saber que você é uma boa pessoa… — respirei fundo e percebi que já havíamos chegado. Adentrei o estacionamento e busquei por uma vaga próxima ao elevador. Ajeitei o carro na vaga e tirei a chave da ignição. Antes de fazer menção de sair do carro, respirei fundo outra vez e olhei para Regina — Por algum motivo que eu desconheço, você não confia muito nas pessoas e eu não a julgo, também é difícil pra mim confiar em alguém, ainda mais quando não conheço muito essa pessoa — Mills ainda não me olhava, seus olhos estavam fixos em algum ponto fora do carro — Mas, por alguma razão, eu confio em você e sei que merece esse voto de confiança. Então, tudo o que eu te peço é um voto de confiança também, pelo menos para hoje — nesse instante, seus olhos encontraram os meus — Viva essa noite sendo apenas a Regina e eu serei apenas a Emma. Nada fora desse shopping vai importar, pelo menos por algumas horas. O que me diz? Pode fazer isso? — a morena respirou fundo e um leve sorriso surgiu em seus lábios.

— Sim, eu posso fazer isso, Emma!

— Ótimo! — falei animada e logo desci do carro, vendo Regina fazer o mesmo.

— E o que faremos? Vai me levar às compras? — o sarcasmo em sua voz era nítido e isso me deixava mais relaxada. Regina estava levando a sério o que acordamos.

— Não! — um sorriso largo brotou em meus lábios, eu estava ansiosa para saber qual seria sua reação ao descobrir o que faríamos ali — Eu vou te levar ao fliperama.

Regina

Eu não saberia dizer se aquela era uma boa ideia ou não, mas a julgar pelo sorriso largo e o semblante ansioso de Emma, eu poderia esperar que, no mínimo, seria algo divertido. Enquanto entrávamos no elevador e seguíamos para o andar que Swan disse ser o do tal fliperama, era impossível não notar o quão empolgada a loira estava com aquela ideia.

— Você adora esse lugar, não é? — ela assentiu freneticamente.

— Quando eu era mais nova, eu vivia nesses fliperamas. Só tinha dois lugares possíveis para encontrar Emma Swan; biblioteca da escola ou no fliperama da esquina — riu e eu a acompanhei.

— Eu nunca entrei em um desses, mas sempre me perguntava como deveria ser quando passava em frente — respondi, deixando meus pensamentos vagarem pela época em que tudo o que eu mais desejava, era ser uma adolescente normal e fazer coisas que adolescentes fazem.

Entre Tubos de EnsaioWhere stories live. Discover now