Capítulo 21

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Minha progenitora veio até mim e tentou segurar a minha mão, mas não deixei

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Minha progenitora veio até mim e tentou segurar a minha mão, mas não deixei. Ela estava chorando muito.

— Me deixe pelo menos te dar um abraço, filha, um último abraço — implorou ela. Olhei para meus pais que me incentivaram. Tomei coragem e deixei que a mulher me abraçasse.

Não senti nada com aquele abraço, entretanto, ela precisava daquilo.

— Eu sinto muito por não ter sido a mãe que você merecia. Sei que vou prestar contas a Deus um dia por todo mal que te fiz — ela murmurou com a voz embargada.

— Eu sei como o vício pode acabar com a vida de uma pessoa. Ao menos você foi mais forte que ele, quando estava grávida e não me deixou morrer, ou coisa pior poderia ter acontecido. Vou ser eternamente grata a você por isso.

Ela sorriu entre as lágrimas.

— Você parece ser uma garota tão forte, segura de si e inteligente. — Ela olhou para a mansão da minha família antes de completar: — Rica. O destino foi ótimo com você. Quem me dera ter tido uma chance de mudar de vida.

— Sim, ele foi — respondi, então passei a observá-la melhor. A calça parecendo ser antiga, o tecido da blusa desbotado. — Vocês estão precisando de alguma ajuda financeira? É por esse motivo que vieram me procurar? — Olhei para meu progenitor que estava mudo, calado e sério.

— Não, nós somos pobres, mas conseguimos nos virar. Temos um emprego e uma casinha...

— Se quiser podemos ajudá-los financeiramente — ofereceu Leonel, meu pai. — Afinal vocês nos deram o nosso bem mais precioso — disse, olhando-me. Sorri para ele.

— Nós não queremos nada de vocês, somente queríamos rever a nossa filha. Podem ficar tranquilos que não vamos mais procurá-los — respondeu o meu progenitor. Assentimos.

— Adeus, filha, espero que seja feliz. Vou torcer sempre pela sua felicidade, mesmo que de longe — disse a mulher antes de beijar a minha mão. Ela parecia sofrer muito em se despedir. Já eu fiquei aliviada ao vê-los indo embora.

Meus pais adotivos me abraçaram, senti-me melhor por ter resolvido esse problema. Depois de terminar de abraçar meus pais, abracei Dominic, que estava com Miguel nos braços.

— Deixe que o levo — ofereci, logo em seguida peguei Miguel dos seus braços. O bebê se agarrou ao meu pescoço. Nós nos despedimos dos meus pais e entramos no táxi. Partimos para o aeroporto. No meio do trajeto, Dominic sussurrou em meu ouvido:

— Estou orgulhoso de você, da sua garra e coragem. Somente sorri e continuei muda e pensativa.

Aquele momento foi minha prova de fogo, passei entre as chamas sem me queimar e nem derramar uma lágrima. Ali eu entendi que era mais forte do que imaginava.

Chegando ao Mato Grosso Do Sul, nós fomos para fazenda do meu tio Saulo, pai de Dominic, a pedido de Flora, pois eles resolveram ficar mais uns dias em São Paulo, assim como as gêmeas e João Luiz, ela pediu que fôssemos até sua casa conferir se estava tudo bem por lá.

O FILHO QUE O COWBOY NÃO CONHECIAWhere stories live. Discover now