CAPÍTULO EXTRA: Flashbacks e pezinhos de bisnaga

Начните с самого начала
                                    

Uma bela entrada triunfal na vida adulta, não acham?

Entretanto, não tenho o que reclamar. Minha tia sobreviveu ao ataque e, segundo a perícia, foi um milagre eu ter sobrevivido, visto que todas as outras pessoas que passaram pelo o que passei morreram lá. Então, acabei levando aquilo como um aviso divino de que precisava mudar a minha vida.

Deus me deu uma segunda chance, e eu faria valer a pena.

Depois de tudo isso, resolvi tentar ser a Fátima de antes, mas eu não a achava, pois ela morreu — não totalmente, mas ela não existia mais como antes. Eu necessitava encontrar a nova versão: a madura e juizada.

E assim começou minha jornada rumo ao esporte. Por mais que o skate não seja mais algo que pratique com frequência, ele ainda faz parte de mim e é minha recordação infinita da infância e adolescência. Então, seguindo essa vertente, fiz vestibular para aquilo que sempre me interessou internamente: jornalismo. Comecei de baixo, ralei ao ponto de sofrer diversas injustiças dentro daquele ambiente, mas cheguei onde estou hoje, sendo uma das maiores âncoras do Sportv.

E não me arrependo de nada.

Cada sorriso, lágrimas escondidas dentro do banheiro, discussões, algumas tentativas de assédio, pessoas que me apoiaram e viagens cansativas, tudo foi contribuinte para me tornar a pessoa que sou hoje.

É, essa foi a história da minha carreira: nem fácil nem impossível.

Quando crescemos, ninguém avisa que vem de cortesia algo que a adolescência não proporciona: o mundo real. Enquanto estamos dentro da nossa caixinha e sempre sendo protegidos pelos pais e responsáveis, não temos noção de como as coisas realmente são. Ou seja, assim que elas vêm, você se assusta, mas não desiste porque sabe que, se o fizer, não haverá ninguém que lute por você.

— Amor, você está bem? Ficou meio pensativa de repente... – Sinto a mão do meu marido fazendo carinho no meu rosto e acordo das divagações.

— Só estava pensando em como viemos parar aqui... Foi tanta coisa que às vezes me assusto. – Rio e ele acompanha.

— Tem razão. Fomos o Clark Kent e a Louis Lane da vida real. – Solta uma risada. — Acho que eu poderia tentar escrever um livro da nossa vida! Ele teria uma vibe fofinha e apaixonante, mas triste por um curto período de tempo. Só não sei ainda qual seria o nome... – Fica com um olhar pensativo e sorrio, encostando a cabeça em seu peitoral meio exposto pela blusa de botões parcialmente aberta. Ele agarra minha cintura gentilmente e um pouco possessivo.

Quando o João ficava com aquela cara, tinha certeza que estava pensando em mil e uma possibilidades de fazer aquilo acontecer, além das diversas coisas sem sentido que se passam por sua cabeça que só Deus saberia decifrar. Mas eu adorava cada detalhe.

João tinha uma essência diferente das demais pessoas e isso o fazia se destacar em meio a elas.

Por mais que alguns o achassem estranho, eu sempre o achei fascinante. A forma como ele levava a vida e deixava o ambiente mais leve foram as duas coisas que mais me chamaram a atenção quando ele entrou pelas portas da nossa escola a quase vinte e cinco anos atrás... Eu amo cada detalhe dessa coisinha indecifrável e romântica.

Confesso que não imaginava que ele sentisse algo por mim depois de tantos anos. Ele havia namorado com Rosaline durante dois, oras!

O que era eu ao lado daquela mulher?

Hoje em dia, depois de algumas conversas esclarecedoras entre nós e outras que não seriam apropriadas para menores de dezoito anos, eu sei a verdade. Entretanto, eu fiquei muito insegura no início. João havia se tornada o sonho de consumo de qualquer mulher com três neurônios na cabeça. Ele não era mais o garotinho que conheci no inteiror de Goiás, mas, sim, um homem feito e muito bem remunerado com a possibilidade de ter qualquer mulher que quisesse na hora que bem entendesse.

A Garota do All Star Azul || ✔Место, где живут истории. Откройте их для себя