The blind side of love

3.7

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Juliette estava deitada em sua cama, sonolenta, mas sem conseguir dormir. Ela acabou comprando café no caminho de casa após sair do apartamento de Sarah e isso foi um erro grave. Ela fechou os olhos enquanto sua mente voltava a pensar na atriz. Juliette sentia-se desesperada para esclarecer cada detalhe dessa situação. Ela queria juntar todas as perguntas que tinha, para que cada uma delas pudesse ser respondida. Sarah Andrade era Sarah Vieira e Sarah Vieira era Sarah Andrade. Tudo parecia surreal.

Seus pensamentos manteram sua mente agitada. Imagens aleatórias flutuavam em seu consciente: uma caneta, uma flor, uma bola de vôlei. Ela achou que finalmente ia conseguir dormir. Mas, então, o rosto da atriz apareceu de novo em sua mente.

Sarah Andrade é gay. Era isso que ela estava achando tão difícil de acreditar. Teoricamente não era nada demais, mas por quê Juliette não conseguia parar de pensar nisso?

Afinal, Juliette não era o tipo de pessoa que se preocupava com a vida privada de celebridades. Talvez a ficha dela só não tinha caído ainda. Sarah Andrade é gay e Juliette é uma das pouquíssimas pessoas que sabiam desse fato. Ela ainda estava meio em choque que a atriz confirmou quando ela questionou.

Quanto uma informação assim valia para a mídia? Provavelmente muito dinheiro. E Sarah Andrade confiou em Juliette para não contar.

Seus pensamentos vagaram novamente. Sarah era Sarah Andrade. Será que isso significava então que Sarah nunca namorou alguém de fato? Parecia inconcebível. E Arthur picoli? E quem era a Sra. Atespe? Será que Juliette a conhecia? Parecia quase um trabalho investigativo, reunir todos os detalhes vagos dos e-mails de Sarah e tentar encaixá-los no contexto da vida de Sarah Andrade. Ela não conseguia se lembrar do nome verdadeiro de Atespe e isso estava a deixando louca.

Ela abriu os olhos e estendeu a mão na borda da cama para pegar o notebook. Ela silenciosamente se repreendeu, mas continuou. Momentos depois, ela estava digitando palavras-chave em um mecanismo de pesquisa. Sarah tinha estado no Rio em dezembro e se Juliette lembrava corretamente foi quando o encontro com a Sra. Atespe tinha ocorrido.

Depois de um tempo e um monte de cliques de link em link e de blog em blog, ela eventualmente achou o que estava procurando. O título da manchete era: "Sarah Andrade experimenta da requintada culinária do Rio de Janeiro." e havia uma foto da atriz ao lado de uma bela loira. A legenda embaixo da foto dizia: "Sarah Andrade sai pra jantar com escritora-diretora, Fernanda Ferreira, comendo no 'Dogão do Naldo', localizado em Copacabana."

A matéria continuava, mas Juliette parou de ler. Ela olhou fixamente para a imagem por muito tempo. Então essa era Atespe. Nada do que Juliette tinha imaginado. Atespe em sua mente era uma mulher relativamente simples e cheia de espinhas, talvez com um número excessivo de piercings. Mas Fernanda Ferreira era tudo menos simples ou cheia de espinhas, na verdade, seu cabelo era longo, liso e ela parecia ter uma pele muito sedosa. As duas formavam um casal deslumbrante.

Mas elas eram um casal? Juliette voltou para seus arquivos de e-mail para verificar se ela de alguma forma perdeu um ou outro e-mail falando sobre o status atual de Sarah e Fernanda.

O último e-mail que Juliette tinha recebido sobre o assunto dizia que Atespe tinha sido coroada como a nova rainha dos sinais mistos. "Hmm." disse Juliette, voltando para o navegador da internet.

Encontrar informações sobre Fernanda Ferreira foi mais fácil do que Juliette esperava. A mulher estava por toda parte, até canal no youtube ela tinha. Sua descrição em seu perfil do instagram era: 'solteira, lésbica'. Juliette passou um tempo olhando para as fotos de Fernanda e lendo os comentários das pessoas antes de decidir que ela tinha 'stalkeado' o suficiente naquele dia.