Prólogo

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— Acorda!

Levanto de maneira brusca quando sentir o travesseiro bater em meu rosto.

— Ei! Sai do meu quarto!

Gritei esfaqueando o meu irmão mentalmente.

— Quem ganha dinheiro na cama é puta!

Reviro os olhos tentando raciocinar o mundo.

Gaara saiu do meu quarto pisando duro.

Desde que a mamãe morreu, e meu pai "sumiu", eu vivo com ele, e o seu gênio que está cada dia mais difícil.

Levanto com contra gosto, saiu do meu quarto com minha toalha no ombro, e entro dentro do banheiro para fazer minhas higiene.

Depois de terminar, já com o uniforme no corpo, tomo o meu café da manhã que o meu irmão já deixou preparado.

Tranco a porta quando já estou arrumada.

— Bom dia.

Levanto o olhar encontrando o rapaz que mora ao meu lado, ele sempre sai no mesmo horário que eu.

— Bom dia.

Respondi.

Caminhamos juntos até o elevador, a esse horário, não costuma ter muita gente, o que sempre resulta em nós dois juntos, esperando o elevador parar e sairmos.

Em silêncio.

Nunca tínhamos um assunto, ou, nunca tivemos vontade de conversar.

Caminhando para fora do prédio ainda em silêncio, seguimos até o ponto do ônibus e aguardamos ele chegar, para então subirmos.

Como sempre, eu sendo a primeira.

Combinamos que sentaremos juntos, não gosto de pessoas desconhecidas ao meu lado, eu sempre fico na parte da janela, e ele ao meu lado.

Gosto dessa segurança que isso dá.

Coloco os meus fones e observo a paisagem.

Sempre que chega no ponto para descer, ele levanta primeiro e me dar a passagem, essa parte eu não pedi, mas ele sempre faz, e isso também me da uma segurança.

Desço do ônibus, e continuamos andando em silêncio pelos corredores do colégio, ironicamente, sempre paramos no armário, o dele é do meu lado, e depois seguimos para as mesmas aulas, ainda juntos, em silêncio.

Sentei em minha cadeira e observei o quadro branco, esperando que a professora entrasse.

Assisto as aulas que deveria, e vou para o refeitório comprar comida para comer, sozinha.

Não gosto de pessoas, na verdade, acho que elas fazem muito barulho.

Por isso, coloco os meus fones, e como em silêncio apenas apreciando o meu silêncio.

Sentir alguns dedos me cutucar.

Retiro o fone da minha música favorita, dou o pause e observo o sorriso aberto da garota.

— Então, como sabe, é nosso último ano e gostaria de saber se você irá querer participar da viagem.

Analisei a moça de fios rosados.

— Depende do valor.

Não passo necessidades, meu pai apesar de estar na puta que pariu, ele sempre pagou tudo, embora Gaara esteja sempre de mal humor por ter que lidar com a empresa que ele largou, seguimos sem passar dificuldades financeiras, mas não estou afim de pagar caro para ficar sozinha.

— Bom, o pai do Naruto irá bancar tudo, mas precisamos saber quem vai!

Balancei a cabeça em concordância.

— E aonde seria essa viagem?

Perguntei.

— Vai haver uma votação, será uma excursão ou iremos dar um passeio no mar.

— Pode colocar meu nome, Sakura.

No dia eu decido se eu vou.

A vejo anotar algo e sair.

O rapaz se aproximou da minha mesa, colocou a bandeira de comida e sentou, em silêncio.

Como sempre.

As vezes me pergunto se o Shikamaru é mudo.

— Você vai fazer a viajem?

Eu perguntei, levantei o olhar, pensei em desviar quando recebi o seu olhar, seus olhos escuros me penetraram, e eu por um segundo pensei que ele poderia ler meus pensamentos.

— Você vai?

Sussurrou.

Sorri de lado e apoiei meu cotovelo na mesa.

— Acho que sim.

Shikamaru devolveu um sorriso, ainda olhando todos os meus pecados.

— Eu também acho que vou.

Desviei o olhar, mas ainda podia sentir seus olhos escuros invadindo o meu cérebro.

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