Amizade em primeiro lugar

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Jungkook tem o rosto tão semelhante ao do pai, que julgo afirmar que quando for mais velho será o retrato falado de Ji-chul. Droga! Por que pensar nesse homem ainda é tão estranho? 

Ji-chul morreu e ele nunca mais vai voltar… ele não vai mais voltar. 

De repente sinto um aperto no peito, não como um indício de uma doença, é algo mais profundo, meu aperto no coração tem a ver com as lembranças do passado que ainda me marcam tanto. E eu odeio sentir isso. 

Fecho as páginas no computador, não quero mais ver esses noticiários que só aumentam a situação para ganhar engajamento no meu nome. Hoje quando cheguei na empresa fui recebido por vários olhares desconfortáveis, tive que pedir para a nova secretária que não  enviasse nenhuma ligação para mim, os meus sócios estavam loucos por respostas, um cliente cancelou um contrato de milhões de wons. Tudo por culpa do Jimin! Se aquele garoto me obedecesse uma vez na vida nada disso teria acontecido!

Quando cheguei em casa no outro dia, depois da minha mulher ter ido desesperada até a delegacia. O primeiro lugar que verifiquei foi o quarto de Jimin, e ele estava vazio, o garoto foi realmente embora assim como mandei. 

Sei que ele não vai demorar muito para vir me implorar por perdão. Tenho certeza de que quando perceber que meu dinheiro faz falta na sua vida, Jimin virá correndo pedir por ajuda e quando esse momento chegar terei ele na palma da mão. Jimin não terá mais nenhum tostão do meu dinheiro, vamos ver até onde ele aguenta. 

Deslizo a mão até o lado esquerdo do computador alcançando meu celular quando estou prestes a desbloquear a tela ouço batidas na porta do escritório. 

— Pode entrar. — falo com a voz firme, abaixo o celular sobre a mesa. 

A porta rapidamente se abre e meu motorista, alto, barba feita e com sua postura séria de sempre adentra a sala.  

— O senhor mandou me chamar? 

— Sim, mandei. — enfio a mão dentro de uma das gavetas e retiro de lá, um cartão na cor verde claro com o nome da empresa, e algumas informações para caso algum cliente queira entrar em contato. Pego uma caneta ao lado dos papéis e atrás do cartão anoto o endereço de uma cafeteria. Meu motorista apenas observa tudo em silêncio. — Pegue. — Dou o cartão a ele. 

— O que eu devo fazer com isso, senhor? — pergunta checando o nome escrito no papel. 

— Entregue isso para Jungkook. E diga a ele para me encontrar nesse endereço. 

— … Mas, Senhor, se me permite perguntar o que planeja com esse encontro? 

— Não que seja da sua conta, mas vou oferecer dinheiro para aquele garoto sumir da vida do meu filho. — batuco a mesa com os dedos apressados. — Tenho certeza que Jimin só está dando uma de rebelde, e esse Jungkook deve estar sendo a má influência, se Jimin se afastar dele vai ser fácil ter controle sobre ele novamente. 

— E se ele não aceitar o dinheiro? O que o senhor vai fazer? 

— Nada. — meu motorista parece confuso. — Já tracei o destino do Jimin ele está preso a mim a essa empresa para sempre, ele pode até achar que está livre por enquanto, mas logo, logo a verdade virá à tona e não vou precisar gastar um milésimo que seja do meu precioso tempo para afastar aqueles dois. 

— Senhor, porque fala assim do próprio, filho? Não acha que está sendo cruel demais?

— E você, não acha que está falando demais? — pergunto olhando duramente para ele. — Ande logo com isso, faça o que eu mandei, e saia da minha sala, tenho muito trabalho a fazer! 

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