O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

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Esse livro é cheio de frases marcantes, um daqueles que você termina grifando quase inteiro:

"A vida é uma questão de nervos, fibras, células, onde o pensamento se aloja e a paixão esconde os seus sonhos"

Essa especificamente é do ilustre Lorde Henry, que possui uma mente brilhante, mas totalmente apodrecida, pelo egoísmo do hedonismo e pelo desprezo à qualquer moralidade que exija renúncias de sua parte.

Esse livro é fluido, fácil de compreender e mesmo assim não deixa de ter sua profundidade. Trata, segundo o que mais se fala da obra, de vaidade, narcisismo, persuasão, homossexualidade, e todas essas coisas condenadas (teoricamente) na era vitoriana.

Muitos interpretam esse livro com um significado principal específico, que varia de acordo com o leitor. Eu o enxerguei particularmente, como uma representação bem excêntrica do gênesis, com Basil sendo o bom e bem intencionado criador, Dorian a criatura, e lorde Henry a serpente, com suas ideias perverte a criatura que se vê num estado de corrupção desenfreada enquanto se afasta e até despreza seu primeiro amigo, o criador, Basil Hallward.

Isso obviamente não é tudo, existe a questão do "feitiço", as afeições de Basil, o assasinato e tudo mais que floreia a história.

Em suma, o livro ao meu ver traz muito à tona o tema do pecado original, o contraste que é ser "feliz" buscando saciar todos os seus prazeres, mas encontrar nada além de um eterno vazio e como consequência ter uma alma apodrecida e repugnante. E a genial ideia de fazer o personagem perceber que até no seu momento de redenção, quando finalmente quis ser bom, percebeu que mesmo seus bons atos vinham de uma vaidade, e a incapacidade de Dorian de redimir-se por si mesmo fica clara.

O livro é muito bom, envolve, faz pensar, têm boas referências e trechos muito marcantes

Nota (4.5 estrelas)

Minhas Leituras (Resenhas)Where stories live. Discover now