Joyland- Stephen King

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Joyland é um livro que engana pela capa. Quando vi, a primeira coisa que lembrei foi da coleção Rua do Medo do Stine que devorei no ensino fundamental 1, e quando comecei a ler fui me deparando com um foco totalmente diferente do que pensei ao bater o olho.

É um livro melancólico e nostálgico, onde a história macabra (que se espera de um livro de horror/suspense) é apenas um detalhe do enredo.

O Devin Jones (protagonista) pra resumir é um cara de 21 anos num tipo de crise pós término mal superado que decide trabalhar num parque de diversões pra esfriar a cabeça e sair daquele contexto universitário que o fazia lembrar da sua ex, e vive lá experiências que marcam a sua vida.

A atração de terror do parque ser mal-assombrada depois de um crime ter acontecido lá é uma trama clichê, mas sempre interessante. Mas como eu disse, não é muito explorada, poucas descrições e acontecimentos relacionados a isso são inseridos no enredo, mas isso pra mim não foi um aspecto negativo porquê eu entendi onde o foco do autor estava e gostei do que ele estava me contando.

Amizade, amadurecimento e divagações relacionadas à injustiça da vida são temas abordados pelo autor, e gostei de como foram expostos apesar de discordar de algumas ideias.

"This is a badly broken world, full of wars and cruelty and senseless tragedy. Every human being who inhabits it, is served his or her portion of unhappiness and wakeful nights. Those of you who don't already know that, will come to know it."

"I can't understand why people use religion to hurt each other when there's already so much pain in the world. Religion is supposed to comfort".

Foi o meu primeiro livro do King e pretendo ler mais, observei algumas coisas que já tinha ouvido falar dele, tipo como ele quase sempre mata personagens legais e como ele brinca com os estereótipos (aquele personagem com características vilanescas nunca é realmente o que pensam dele).

A estética de parque de diversão dos anos 70 é muito interessante, assim como os personagens do livro, principalmente os funcionários do parque que tem trejeitos legais e linguajares divertidos. O Devin é um menino bastante comum, mas bem explorado, gostei de como o King expõe seus sentimentos de maneira realista, como mencionar que ás vezes sua melancolia atingia pensamentos suicidas, mesmo que passageiros, e de como ele é um cara considerado bom, altruísta e modesto, mas ás vezes era ganancioso e maldoso nos pensamentos, como quando mentalmente desejava o pior para sua ex namorada por magoá-lo e como secretamente desejava a namorada do amigo, mesmo gostando de verdade dele.

O King faz referências legais em certos momentos, Tolkien, George Orwell, Jimi Hendrix, The Doors e Beatles são citados no livro como parte do gosto artístico do protagonista, e o cenário do livro é o estado da Carolina do Norte, numa cidade litorânea ficitícia chamada Heaven's Bay, que só era movimentada no verão.

Nota ⭐⭐⭐✨ (3.5 estrelas)
Músicas que me fazem lembrar desse livro: Parachutes (álbum) - Coldplay (não porque têm a ver com a história, mas foi o que eu estava ouvindo enquanto lia)

Minhas Leituras (Resenhas)Where stories live. Discover now