Confesso que devido ao título e a capa, tive uma impressão errônea do que se trataria a história desse livro, pensei que seria um chick-lit, uma comédia romântica, algo assim. Mas assim que vi relatos de leitores afirmando que choraram horrores lendo e o quanto o livro tinha sido importante pra eles, me interessei pelo enredo.
Evelyn Hugo é uma estrela da era de ouro do cinema Hollywoodiano, inicialmente somos apresentados a ela na sua terceira idade, já aposentada no seu apartamento em New York, onde recebe Monique Grant, uma jornalista ainda inexplorada e subestimada na empresa que trabalha, mas justamente quem Evelyn especificamente desejava para conceder a tão disputada entrevista.
Monique sem entender muito bem o porquê ela foi escolhida, vai até Evelyn Hugo para descobrir que a celebridade na verdade queria dar-lhe a história de sua vida, o que parecia para ela um grande sonho impossível, afinal os detalhes da vida de Evelyn era um grande mistério para o público, que viviam de teorias sobre quem realmente foi o amor da vida dela, após sete maridos e muitas polêmicas.
O motivo pelo qual Evelyn escolhe Monique só é revelado no fim do livro, sendo o plot da trama. Entretanto, o primeiro plot que nos faz entender o porquê o livo foge do clichê é justamente a descoberta de quem verdadeiramente era o grande amor da atriz.
Ernie, Don, Mick, Rex, Harry, Max, Robert, nenhum de seus maridos foi realmente o ponto alto da vida amorosa de Evelyn Hugo, embora alguns deles ela realmente tenha amado. A bissexualidade da atriz foi a grande descoberta da trama, sendo sua melhor amiga Celia St James a estrela que Evelyn orbitava ao redor.
Glamour, abuso, poder, manipulação, amizade, egoísmo, remorso... São palavras que podem compor o que foi a trajetória desse ícone nada romantizado. A história me manteve interessada por usar como fundo justamente esse mundo aparentemente glorioso da fama, onde tudo parece tão incrível e mágico, até que se viva na pele.
"Obviamente as pessoas entenderam tudo errado. E nunca se preocuparam em esclarecer. A mídia só conta aquilo que quer contar. Sempre foi assim. E sempre vai ser."
Sempre prende a minha atenção ver vídeos e documentários sobre a vida de estrelas como Marylin Monroe e Audrey Hepburn, então me pareceu uma ótima escolha de leitura quando peguei este livro no auge de seu hype. Entendo completamente o motivo da repercussão e acredito que foi sim merecido, principalmente pela ideia genial de Taylor ao decidir escrever uma história como essa.
Evelyn Hugo não é nenhuma heroína, durante a leitura revezamos entre ama-la e odia-la , mas principalmente, em quase todas as vezes, conseguimos entender o que motivou Evelyn a tomar cada atitude que compôs sua história de altos e baixos. Esse livro não apresenta uma referência, um modelo a ser imitado, mas conta a história de uma mulher cheia de imperfeições e traumas, que nos inspira a refletir sobre o que realmente importa na vida, e que nos ensina com seus erros.
Aprender com os erros de Evelyn é importante para que a história seja considerada realmente válida de ser lida por todos que se interessarem.
Observações:
- Vou ser a chata novamente para pontuar que apesar de vários pontos positivos, Taylor, assim como em Amores Verdadeiros, ainda peca em criar personagens muito estereotipados (clichês). Monique, ao meu ver, é uma personagem batida e entediante. Me deu a impressão de já ter visto ela milhares de vezes antes. As descrições iniciais do ambiente de trabalho dela, a chefe, me lembraram muito de O diabo veste prada por exemplo.
- Harry, apesar de ainda ser um personagem previsível, foi o meu favorito do livro, a relação dele com Evelyn era linda, muito gostosa de se ler.
Nota ⭐⭐⭐⭐ (4 estrelas)
Músicas que me fazem lembrar desse livro:
Million Dollar Man - Lana del Rey
illicit affairs - Taylor Swift
