Ao seu dispor- vol II- Mais esqueletos no armário- Prévia

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Com a cara mais lavada possível, o velho Augusto Paiva continuou com a afronta:

_ Aliyah, mande esses seus cães de guarda abaixarem as armas. Eu jamais faria algum mal aos meus filhos ou a minha neta. Só não posso dizer o mesmo quanto a esse sujeitinho insolente e a concubina de meu filho. Podem sair. Eu quero conversar com minha família em particular.

_ Esse velho me chamou de quê? Concubina sua é aquela jacaroa espanhola centenária! Eu sou namorado do seu filho, que você e aquele patife expulsaram de casa!

Uma discussão se iniciou entre Arnaldo e o velho. Algo cheio de palavrões, insultos e desejos de idas ao inferno, a merda e a puta que pariu de ambas as partes.

_ É um bom momento para você atirar, Marcos.- disse no ponto eletrônico.

_ Infelizmente só recebo ordens da sua noiva. Vou pedir a Ahmad que reveja esse conceito.

_ Me empresta a Glock rapidinho, então.

_ Você não sabe atirar, moleque insolente! E eu não posso rir agora.

Eu me sentei, cruzei as pernas e assisti ao espetáculo.

_ Gente! Gente por favor! Chega, caralho!- Aliyah gritou e todo mundo ficou quieto. Minha princesa era um poço de autoridade. - Eu sei que é impossível manter a postura ouvindo os desaforos do vovô, mas quanto antes ele disser o que deseja, o quanto antes ele vai embora e a gente segue na santa paz de cinco minutos atrás, certo? Então fala logo, vovô. O que o senhor está fazendo aqui? E meninos, baixem a guarda, é só meu avô, ok?

A equipe de segurança guardou as armas e voltou a circular pela área.

_ Finalmente uma decisão sensata. Vamos, saiam! Quero falar com minha família.

_ O que quer que tenha a dizer, o senhor pode falar na frente deles. Ou pode voltar pra casa, o senhor é que sabe.- tornou a falar com toda a razão que tinha.

_ Nem tudo é como a gente quer não é mesmo? Bom, eu vim até aqui para restabelecer a paz na minha família. E também para rever meu filho amado. Quanta saudade, meu filho! Você não envelheceu quase nada. E ainda se formou! Quem diria: Roberto Paiva é um médico!

Roberto revirou os olhos.

_ Como está, papai?

_ Melhor agora que te reencontrei. E você, Carlos, pode voltar para casa. Javier reconhece que se excedeu um pouco e te pediu desculpas, inclusive.

_ Se excedeu um pouco e ainda pediu desculpas? Que gentileza.

_ E Aliyah, fiquei muito feliz com a decisão do conselho em te nomear presidente. E embora tudo isso tenha acontecido e você ainda não tenha honrado seu compromisso, eu decidi manter o seu cargo.

_ Eu não acredito no que estou ouvindo. Não havia contrato nenhum!

_ Não me refiro ao contrato e sim a divulgar seu relacionamento com esse sujeito antes de atingirmos nossa meta. Por sorte, os investidores não viram nada demais nisso e não debandaram como imaginamos.

_ Sorte? Você chama meus excelentes resultados de sorte? Faz-me rir! Você não tem outra escolha a não ser concordar com a decisão do conselho em me manter no cargo. E agradeça por eu ter aceitado continuar, por amor ao que faço.

_ Amor este que te rende a décima posição no ranking das mulheres mais ricas do mundo, não é? Muito altruísta de sua parte. Enfim, eu perdoo todos vocês pelo que me foi dito no calor do momento, inclusive você, Roberto, por tentar me incriminar com um assunto de trinta anos atrás. A polícia federal está na minha cola e o conselho de acionistas, liderado pela sua filha, decidiu abrir uma sindicância para saber se o patrimônio da minha empresa vêm do tráfico de drogas.

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