Fantoche

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Jimin P.O.V

— Você não pode fazer isso! - Falei entre dentes segurando a dor das garras de meu irmão que acabara de me atacar.

— Aé mesmo irmãozinho... Fica vendo! - Ele segura aquela adaga que eu bem conhecia e bem odiava, e apunhala a mesma em meu abdômen, a dor e o veneno daquela lâmina mais uma vez corrompendo meus pensamentos, a pedra escura na base do cabo se iluminou em um cinza, como de costume, já sabia o que viria depois.
  Meu irmão me envenena mais uma vez com aquela maldita lâmina, minha visão turva pelas lágrimas de dor e o sangue pingando no chão  e manchando minhas roupas me fazendo odiar chanyeol cada vez mais, aquele monstro não era mais o meu irmão a muito tempo eu já havia notado, mas agora parecia que não sobrara nada do antigo ele.
  Isso se tornava cada vez mais frequente quando ele percebeu que eu estava ficando imune ao veneno da adaga, e não poderia mais me usar como fantoche, duas vezes ao dia ou talvez mais eu via meu sangue no piso de madeira causando malhas e mais manchas com cheiro podre do veneno junto ao meu sangue.

— Agora Jiminzinho... Vamos pra parte divertida, então vê se colabora dessa vez... - ele fala me levantando e retirando a adaga de meu abdômen.

   A dor saindo é ainda pior que entrando, a lâmina cortava ainda mais fundo com o pouco de cicatrização que havia se formado em volta da arma.
  A pedra agora carregada com meu sangue fazia de mim novamente um boneco, que apesar de ter noção do que eu fazia eu simplesmente não pudia me controlar.

— Park Jimin... - Sussurrou para adaga e logo meu corpo adormeceu, me tornei um espectador de meus atos. — hora de você terminar o que começou maninho... Agora... Vai atrás da sua amada Tayssa... E não falhe...mate ela!

"Não não ... Por favor não!"

Da última vez, o sangue de Jungkook acabou em minhas mãos. Eu preciso parar isso, não posso machuca-la.

"Como eu paro?" 

— Samantha! - Chanyeol gritou, a serpente esverdeada de olhos roxeados apareceu deslizando pelo chão. — Querida... Por favor certifique-se de que meu pequeno irmãozinho não cometa erros!

(...)

  Ao chegar na escola, o som dos alunos vazava para o lado de fora do portão, até a dita cuja serpente passar pelos corredores deixando sua névoa adormecendo todos ali presentes.
  Fui guiado para dentro do banheiro senti o cheiro familiar de Tayssa vindo de uma das cabines do banheiro assim que passei pela porta, ao parar em frente ao espelho vi minha imagem com os olhos esbranquiçados e profundo, uma tosse alta vinda daquela cabine como uma tentativa de fôlego chamou minha atenção.

"ela esta passando mal...?"

Uma pressão tonteou minha cabeça me fazendo vacilar os pés, emitindo ruídos do piso e minhas botas.

— Quem esta ai? - Ela perguntou assutada.

Fiz o máximo de força possível para que o feitiço não me controlasse naquele momento, se ela soubesse que sou eu, estaria em perigo.

"Vamos vamos... Preciso sair daqui"

Tentei me concentrar o máximo possível para correr dali, o efeito estava passando novamente, logo eu estaria sobre controle de mim mesmo.
   Corri para fora daquele banheiro e me levei para o mais longe possível, entrei na sala da diretora e tranquei a porta Samantha logo viria atrás de mim se percebesse que o veneno falhou.

"Vamos acorda..." - Repeti alto em minha mente. 
  A dor de resistir ao veneno queimava meu corpo, lutava contra mim mesmo para não abrir aquela porta, senti meu ombro bater repetidas vezes conta a porta já que com minha parte consciente eu segurava minhas mãos para não virar a chave e nem a maçaneta.
Aquela confusão ali dentro me deixava cada vez mais furioso.

— ACORDA! - Consegui gritar me jogando para o outro lado da sala, onde o armário da diretora foi feito em pedaços.

  Olhei minhas mãos, conseguia controlar perfeitamente todos os meus movimentos, olhei em volta aquele armário despedaçado, quebrado tão facilmente.
Me levantei, e vi que algo brilhava atrás daqueles escombros, era um cofre de vidro em um espaço dentro da parede e dentro dele uma espada.

"O armário era... Falso?" - Pensei por um instante o que lavaria a diretora ter uma espada em sua sala.

  Abri o cofre que por sorte não era fechado a senha, só por um pequeno cadeado onde a chave estava em uma das gavetas daquela sala, foi ridiculamente fácil de encontrar. A espada emanava uma forte energia, uma energia cheia de poder.
Ouvi o rastejar da serpente pelo chão do corredor de baixo, era fácil ouvir já que não tinha mais ninguém por perto que pudesse Fazer algum som.
  Corri de pressa com a espada para fora daquela sala, se Samantha viria atrás de mim teria que ser para fora da escola para longe da Tayssa ou ela mesma a mataria.

Em passos vacilantes carregando aquela espada ao virar em dos corredores tropecei em meus pés, derrubando a espada que fez um barulho alto, ao olhar para trás vi a serpente deslizar rapidamente em minha direção, com pressa e sem jeito me Ergui do chão e notei que próximo dali havia mais alguém, acordados e bem atentos.
Reconheci o odor confuso da mestiça, chutei a espada para seus pés, torci para que ela pudesse acabar com a cobra.
  Meus olhos não acreditaram no que viu, a garota que eu tanto implicava estava rodeada por uma chama brilhante e sua pele se transformará em escamas douradas, uma fisionomia tão incomum que se eu não gostasse tanto de história, jamais saberia que não existem mais herdeiros de origem dos guerreiros dourados, que deram origem ao guardião da lenda.
Ela pegou a espada de forma tão natural, que me lembrei exatamente da onde li sobre a tal espada, que nunca se teve registros mas a descrição de sua aparecia me remeteu rapidamente sua origem, era a espada de prata dos céus, a espada do guardião de mundos.

— Ela é... A guardiã? - Pensei alto e logo ouvi um estrondo, tão alto que sequer me dei o trabalho de verificar e corri o mais rápido para aquele banheiro, mas ao voltar lá, ele estava vazio.

Procurei meu celular desesperadamente e tentei ligar para Tayssa, mas só o que ouvi foi o celular tocar um pouco longe dali, segui o som em passos apressados e me deparei com a cena mais torturante que eu já vi, tinha como tudo isso piorar? Minha pequena estava desacordada no chão, as marcas das presas da serpente em seu ombro descoberto, os olhos abertos e fixos como se estivesse... Morta.

~ Boa noite... Querido... - Ouvi a voz chiada por cima de meus ombros, o ar fugiu de meus pulmões, meu corpo pesou violentamente indo de encontro ao chão, e a única coisa que pude ver antes de meus Olhão se fecharem, foi a face escamosa da serpente.

Vampiro dos sonhos - Min YoongiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora