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- Tenho um assunto importante para dividir com você.
Ele me disse.

O que um sequestrador queria falar de importante comigo? Ele vai me soltar? Impossível.
- Pode falar.
Ainda estranhando eu falei.
- Você é tão linda Emma!
Ele acariciou me rosto enquanto me elogiava, eu apenas olhava dentro de seus olhos.
- Sabe... Você é muito parecida com minha mãe. Ela era loira e tinha olhos verdes também.

E se... a mulher do sonho fosse a sua mãe? Ela era loira, olhos verdes e querendo ou não. Tinha uma semelhança comigo.

- E o que é importante?
Perguntei com medo.
- Você deve se perguntar. O por quê eu te peguei junto do garoto Blake. Não é?
Ele estava bizarro falando aquelas palavras com a máscara em seu rosto.

E era verdade, me perguntava sobre isso toda hora. Eram sempre garotos, e agora eu? Não fazia sentido mesmo.

- É, sim.
Respondi sua pergunta.
- Então... Vou te falar toda a verdade garota, do começo ao fim. Não dou explicações para minhas vítimas, mas você. Você é totalmente diferente, é mais especial.

Eu estava em choque, com medo. Muito medo. Eu era especial para ele? O que ele faria comigo?
Mantive meu olhar em seus olhos não desviando, preciso saber da verdade.

- Garota...Minha infância foi diferente da de qualquer criança.
Ele começou com os olhos com uma certa dor, de saber que sua infância foi dolorosa.
- A única pessoa que eu amava, foi minha mãe. Que foi morta dolorosamente pelo meu próprio pai, eu senti tanto ódio dele minha vida inteira.
Sofri muito na escola, em casa... Até que meu pai morreu de uma doença terminal, ficamos só eu e meu irmão. Estava na hora de me virar sozinho, trabalhei e comecei há mais de um ano a raptar vocês. Nunca me senti tão bem fazendo isso, fazê-las sentir dor e depois matá-las.

Ele falou tudo isso de uma vez, eu estava pasma com isso. Eu entendo que tenha sofrido, mas não é desculpa para matar adolescentes indefesos. Se ele quis me fazer sentir pena dele, infelizmente não conseguiu... O que eu sentia a cada palavra dele, era ódio.
Não disse nada, esperei ele terminar.

- Até que o dia de vocês chegou... Eu planejava sequestrar algum garoto, quando vi ele. Decidi que seria ele, mas ele estava acompanhado de você. Pensei em fazer o sequestro no dia seguinte, até que vi seu rosto... Você é muito bonita, parecida com minha mãe. Então quando te vi, raptei os dois.

Eu acho que estava certa sobre ser parecida com sua mãe, mas não entendo ainda. Me tirar do cativeiro para essa explicação apenas?

- Mas não era esse o objetivo de te vendar até aqui. Todos esses rituais que faço com os garotos são muito especiais, achei que você gostaria de talvez... Participar deles comigo. Eu sei que sou seu filho, você é uma reencarnação dela. Faremos tudo juntos, vai ser como uma vingança pelo papai.

O que como assim? Para ele, eu era uma reencarnação de sua mãe. Não faz o menor sentido, ele é louco.

- O que me diz? Estamos juntos de novo, faremos tantas coisas diferentes, você é minha mãe. Por favor, fique comigo. Ao meu lado, ao lado de seu filho.
Ele me disse implorando.

Se eu entrasse no jogo de fingir ser sua mãe, acredito que teria vantagens. Ele não mataria a mãe, ele ama tanto ela. Posso tentar ajudar ainda mais Finney.

- Eu fico com você.
Fingi estar emocionada pela suas palavras.
- Filho.
Me forcei a dizer que ele era meu filho, por mais que seja a palavra que disse com mais desgosto na minha vida.

- Mamãe, eu te amo!
Ele me deu um abraço.
- Eu também.
Falei quase vomitando pela situação.
- Não poderei te soltar agora, logo farei isso, por enquanto ficará no mesmo lugar. Te darei suas roupas que tanto ama, você se lembra delas mãe?
Ele disse com se por acaso, eu lembrasse de alguma roupa da mãe dele.
- Sim, eu lembro. Eu amo elas, pode me entregar?
Atuei novamente.
- Claro, já trago. Vou te colocar lá de novo, está bem?
- Tá bem, filho.
Ele estava quase pulando te tanta empolgação, saber que sua  "mãe" estava ali.

Ele fechou a porta, e eu apenas fiquei chocada pela situação. Não acredito que agora, eu teria que ser a mãe de um sequestrador. Parece uma brincadeira de casinha, ridículo.

- Cheguei com as roupas! Aqui mãe!
O homem disse com várias roupas em sua mão.
- Agora vou sair rapidinho, já volto mamãe! Te amo!
Falou saindo.
- Tchau meu filho!
Acenei para ele.

Puta que pariu, o que eu estou fazendo? É uma chance de sair daqui, fingindo que sou uma mãe. Estranho e bizarro, mas... A coisa que mais quero é fugir.

* Ponto de vista Finney*

Tudo que se passava no cativeiro da Emma, eu conseguia escutar pelo buraco. Espiei ela saindo do local onde estava e sendo levada, uma preocupação enorme veio. Depois de uns 5 minutos ela voltou, chamando ele de... Filho? E ele de mãe? Eu estou perdido.
Quem esse filho da mãe pensa que é para começar a chamá-la de "mãe".

Ele saiu entregando roupas a ela, esperei um pouco e chamei seu nome.

- Emma! Aqui!
Disse pelo buraco na parede. Ela se virou e foi até mim. Atravessou para meu cativeiro.
- Finney!
Ela deu um abraço, parecia com medo de algo.
- O que houve? Eu escutei vocês se chamando de " mãe" e "filho".
Perguntei curioso.

Ela se explicou, era tudo uma loucura. Quase não era de se acreditar, mas onde estamos tudo é possível.
Levei a garota até meu colchão e dormimos juntos. Acordamos rapidamente, afinal ele iria voltar.

- Não recebi mais ligações. Será que acabaram?
Confessei a ela.
- Não, só acho que elas estão vindo no tempo certo. Apenas quando não estamos mais nos virando para uma saída, acho que vamos conseguir agora que ele é meu "filho".
Ela riu e eu também, primeira vez em que eu rio aqui dentro desde que cheguei.

- Ele já deve estar de volta, vou tentar fazer alguma coisa se tiver oportunidade.
Disse Emma.
- Toma cuidado, por favor. Só vou esperar uma ligação, se precisar de ajuda para alguma coisa. Estou aqui.
Falei.
- Tá, você também. Eu gosto de você, não morra.
Um senso de humor da parte dela, rindo da nossa própria desgraça, melhor rir do que chorar aqui. Ri concordando.

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𝐏𝐫𝐨𝐦𝐞𝐭𝐢, 𝐞𝐬𝐭𝐚́ 𝐚𝐢! 𝐅𝐨𝐢 𝐩𝐞𝐥𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚́𝐫𝐢𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐝𝐢𝐧𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬. 𝐀 𝐥𝐨𝐮𝐜𝐮𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐪𝐮𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫 𝐞́ 𝐢𝐧𝐬𝐚𝐧𝐚, 𝐬𝐨́ 𝐯𝐚𝐢 𝐥𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐚 𝐛𝐚𝐢𝐱𝐨.
𝐅𝐨𝐢 𝐢𝐬𝐬𝐨, 𝐠𝐮𝐲𝐬!

𝕂𝕚𝕤𝕤𝕖𝕤.
𝔸𝕥𝕖𝕟𝕒

𝐒𝐮𝐫𝐯𝐢𝐯𝐞; 𝐅𝐢𝐧𝐧𝐞𝐲 𝐁𝐥𝐚𝐤𝐞Where stories live. Discover now