Chuva em ré diminuto

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Kyungsoo sabe o que precisa fazer

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Kyungsoo sabe o que precisa fazer.

Naquele mesmo dia, ele se senta no assento vermelho de um velho cinema. Kyungsoo odeia muitas coisas, incluindo lugares barulhentos e filmes de ação. A sessão das sete e meia reúne as duas coisas.

Conforme as luzes diminuem, mais e mais pessoas chegam para assistir ao novo filme da Marvel. Como os trailers iniciais ainda não começaram, vozes se acumulam e produzem uma cacofonia tão intensa que ele afunda na cadeira, sob o olhar desconfiado dos colegas de faculdade.

— Kyungsoo, desembucha! — apressa Junmyeon, sentado à sua esquerda. — Por que você chamou a gente aqui?

— Você nem gosta de filmes de ação — comenta Yixing do outro lado, as sobrancelhas franzidas em confusão. — Todo mundo sabe disso.

— E isso na sua mão é Coca-Cola? Você não odeia refrigerante?

— Odeio — ele diz simplesmente, e depois dá mais um gole.

Mas refrigerantes são ricos em açúcar, que libera hormônios de bem-estar como a dopamina e a serotonina, e ele precisa muito disso. É a única coisa o impedindo de sucumbir à tristeza profunda e passar a noite no quarto, chorando em um balde de sorvete de flocos e imaginando o que Jongin e Hyejin estão fazendo agora.

— O que tá acontecendo, Soo? — pergunta Junmyeon, dessa vez mais empático. — Você brigou com o seu namorado ou algo assim?

À distância, ele e Jongdae trocam olhares. O amigo sorri, com os cantos dos lábios curvados, e balança a cabeça para incentivá-lo a falar. Kyungsoo prometeu que seria sincero com os amigos, que contaria a verdade quando se sentisse pronto. Ele ainda não tem certeza se está totalmente pronto, mas o prazo do namoro falso vence em dois dias. O tempo está acabando.

Como sempre, Kyungsoo não consegue decidir onde se apoiar, porque nunca sabe qual braço da poltrona é o seu. O esquerdo ou o direito? Ele acaba se encolhendo no assento, abraçado ao refrigerante, enquanto o canudo de papel inicia um processo acelerado de desintegração na sua boca.

Depois que o açúcar deságua na corrente sanguínea, ele se enche de coragem e de energia.

— Acho que esse é o grande problema — murmura, sem conseguir encarar os amigos. Em vez disso, olha para o telão ainda vazio do cinema. — Jongin não é meu namorado.

A expressão de Yixing desmorona.

— Ai, não... Vocês terminaram?

Ele balança a cabeça, negando.

— Nós nunca começamos, na verdade. Eu menti. O namoro era falso.

— Não acredito! — rebate Junmyeon, furioso. Uma reação perfeitamente aceitável, mas muito mais enérgica do que esperava. Até que ele gira na cadeira, aponta sobre o ombro e diz: — Acabaram de contar um spoiler ali atrás.

Amor em Quatro AcordesOnde histórias criam vida. Descubra agora