Kyungsoo é um universitário falido que está prestes a trancar a faculdade por falta de pagamento. Quando seus amigos o desafiam a paquerar alguém em troca de dinheiro, ele não vê outra saída a não ser mergulhar em uma aposta perigosa. O alvo escolhi...
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Jongin tem muitas paixões.
Tocar baixo, gravar vídeos, viajar de carro, dormir até mais tarde, dormir no sofá, dormir, dias chuvosos, comidas de micro-ondas, a cor vermelha, música alta, tatuagens com significados, The Strokes, outono, contato físico, trilhas sonoras instrumentais, festas de Halloween, filmes antigos, pimenta calabresa.
A lista seria infinita se incluísse todas as bandas que curte ou os lugares que gosta de visitar.
Ele também ama a quietude de finais de shows, quando a apresentação termina e eles se reúnem do lado de fora. Tem algo de fraternal em assistir aos carros passando na avenida numa noite fria de sábado com seus três melhores amigos do colegial, a camiseta suada e algumas notas a mais no bolso da calça.
O cachê nem sempre é tão ruim. Às vezes, como hoje, eles dividem a maior parte do dinheiro e o restante guardam em um cofrinho na garagem de Chanyeol, para gastar com manutenção de instrumentos e emergências.
Quase sempre sobra. Jongin gasta com tatuagens, Baekhyun com cigarros, Chanyeol com tênis novos e Sehun com palhetas personalizadas.
Na calçada, Baekhyun pega um pacote de Lucky Strike, coloca o cigarro na boca e se inclina para perto de Sehun, que o acende com a ponta do próprio cigarro. Jongin e Chanyeol trocam olhares, os sorrisos confidentes, porque o vocalista e o guitarrista não conseguem esconder que estão se pegando em segredo. E eles nunca comentam nada, claro, porque... bom, é mais divertido desse jeito.
Jongin largou o cigarro há dois anos, então se contenta em acender e apagar o isqueiro de metal que sempre carrega com ele em dias de show. Abre a tampa, acende, vê a chama queimando e apaga.
Acende e apaga. Acende e apaga. É um ciclo vicioso.
A van deles está estacionada em frente à porta dos fundos. Era do pai de Baekhyun, que trabalhava com transporte escolar durante o fundamental. Ela é preta e coberta por desenhos, rabiscos e recados de fãs escritos à caneta branca. Alguns borraram com a chuva. Eles também cobriram quase todas as antigas flores coloridas na lateral, mas, dependendo da luz, ainda dá para ver a pintura original por baixo. Parece uma versão rock 'n' roll de A Máquina de Mistério, do Scooby-Doo.
Nos bancos de trás, Chanyeol está conferindo os vídeos que sua namorada gravou do show. De vez em quando, olha para Jongin com uma sobrancelha levantada, como se dissesse "Vi a Hyejin saindo do nosso camarim".
— Vi a Hyejin saindo do nosso camarim — ele diz.
Jongin dá risada, porque aquele cubículo é tudo: um depósito, um armazém, um estoque, um quartinho da bagunça, um portal para o submundo. Menos um camarim.
