22.

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— Ela é minha responsabilidade. Deixa comigo.

Ouvi Easton dizer e voltei meu olhar para ele. Ava estava em silêncio, como se esperasse que eu me pronunciasse. 

— Não, Easton. — Eu soltei a minha mão da dele e dei alguns passos, me distanciando. — Eu vou com a Ava.

Ele me olhou de forma indecifrável, mas eu desviei o olhar rapidamente. A última coisa que eu precisava era de qualquer momento estúpido e confuso com Easton Conway.

— Ótimo, vamos. — Ava disse e levou a mão até as minhas costas, me incentivando a segui-la.

Eu a segui sem  olhar para trás, mas sabia que todos os olhares estavam sobre nós, em especial o de Easton. Assim que chegamos no quarto dela eu me agasalhei e me sentei no sofá, sentindo minha visão um pouco estranha.

— Você bateu a cabeça com força. — Ava disse.

— Eu me sinto bem. — Menti. — Você não precisa cuidar de mim.

— É minha responsabilidade como sua professora. — Ela se aproximou de mim com um olhar questionador. — Você quer chá? Um bolinho talvez? Pode ir deitar, eu pego pra você. 

Eu passei o resto da noite no quarto de Ava, dormi na cama que estava vaga depois dela me fazer mil perguntas sobre como eu estava me sentindo e me levar várias comidas diferentes.
De manhã, senti o sol batendo no meu rosto e uma voz familiar me chamando.

— Hailey?

Me levantei da cama coçando os olhos e sentindo o sol bater no meu rosto, calcei as pantufas que Ava havia deixado ali ao lado para mim e andei lentamente até a sala, onde Easton me esperava.

— Oi. — Sorri levemente para ele e andei até a porta da sacada, olhando para a praia. — Não acredito que perdi a última noite.

— Não foi tão divertido assim, acredite. — Ele me consolou. — Está se sentindo melhor?

— Estou bem, não se preocupe. Onde está a Ava?

— Ela tinha algumas coisas para fazer, então me mandou aqui para ver se você estava acordada. — Ele se aproximou de mim, o suficiente para que eu sentisse seu cheiro. — Ainda temos algum tempo antes do ônibus sair, você gostaria de comer alguma coisa? Eu vi um bom restaurante na praia. Eu posso te levar lá.

Eu suspirei. Havia me esforçado muito ontem para não ter qualquer contato que me fizesse reacender os sentimentos estúpidos que eu tinha por ele, me irritava ele continuar insistindo que passássemos tempo juntos, e pior, sozinhos.

— Eu vou passar. — Mantive meu olhar na visão da praia. — Tenho que arrumar as minhas coisas.

— Ah, tudo bem.

— Eu tenho que ir. — Finalmente olhei para ele e forcei um sorriso. —Te vejo mais tarde.

Saí do quarto sentindo um aperto no peito, o cheiro dele estava grudado na minha mente, eu não conseguia pensar em mais nada além disso. Cheguei no quarto e Candy não estava, supus que ela estivesse com Isabella em algum lugar, eu joguei todas as minhas roupas dentro da minha mala e a fechei, me sentando em cima dela em seguida.

Eu respirei fundo e liguei meu celular, abri o aplicativo de mensagens e inconscientemente abri a conversa com Easton. Li e reli pela décima vez as mensagens dele, sentindo o aperto em meu peito crescer cada vez mais. Quando fui notar, já era a hora do ônibus sair, então deixei o quarto com todas as minhas coisas em mãos. Uma vez na frente do hotel vi Zachary se aproximando de mim.

— Aí está você! — Ele me ofereceu um belo sorriso.

— Aqui estou eu.

— Você me deixou muito preocupado ontem. — Ele coçou a nuca. — Me desculpa de verdade. Eu fiquei me sentindo muito culpado.

Não me deixe cairWhere stories live. Discover now