8.

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— Ah, amor, você chegou! — Easton falou e se aproximou.

— Oi? — Perguntei confusa.

— Tina, essa é a minha namorada. — Easton continuou e eu o olhei, incrédula.

Nesse momento eu vi a garota de cabelos curtos e franjinha olhar o fundo da minha alma, fervendo de raiva. Ela não era tão bonita, na verdade tinha uma bela cara de escrota. Como eu notei isso? Só em olhar pra cara dela era o suficiente para notar.

— Você tá brincando, né? — Ela se virou para ele depois de me dar mais uma bela encarada.

— Tô falando muito sério. Eu segui em frente. — Easton passou o braço por minha cintura e nos aproximou, me dando um sorriso.

— Eu não acredito em você. Não tem como vocês estarem namorando. — Ela cruzou os braços e nos encarou, suas sobrancelhas finas estavam franzidas e ela quase fazia um bico como se fosse um criança estúpida.  — Ela nem é tudo isso.

Mas que ousadia!

— Como é que é? — Perguntei.

Easton me olhou como quem pedia socorro e eu pensei por alguns segundos em que benefícios toda aquela situação me traria. Bom, talvez só ver aquela mulher se debatendo no chão de tanto chorar fosse benefício suficiente.

Fazer o que? Eu não fui com a cara dela.

— Sim. É verdade.— Encostei minha cabeça no ombro de Easton, com meus olhos fixos nos dela.—Ele não quer mais saber de você.

— Vocês não me parecem apaixonados. — Ela insistiu. — Vamos, Easton, para de brincar.

Puta que o pariu, que mulher chata.

— Não, é? — Foi como se um choque tivesse passado pelo meu corpo e tirado todo meu autocontrole. Eu me virei para Easton e segurei na gola de sua camiseta, o puxando na minha direção. Evitei completamente qualquer contato visual que pudesse me fazer mudar de ideia. Eu devia estar louca. Fechei os olhos e então eu o beijei.

Eu o beijei.

 Eu o beijei e ele soluçou em surpresa, mas não me afastou. Em vez disso, ele colocou seus braços em volta da minha cintura e me puxou para mais perto. Era quase como se ele não quisesse que eu parasse de beijá-lo. Sentir sua boca na minha era, sem dúvidas, muito melhor do que eu pensava que seria. 

Não que eu tenha pensado muito nisso. 

Seu hálito se misturava com o meu e minhas mãos correram até sua nuca, nos aproximando ainda mais. Era um beijo falso, como os de teatro, então não significava absolutamente nada, mas ainda assim eu não queria que ele terminasse.

— Tá bom, chega! — Ela se esgoelou ao nosso lado e eu desejei que fossem apenas as vozes da minha cabeça, porque eu não queria que tivesse que acabar. Nós nos separamos e eu automaticamente desviei meu olhar dele. Era quase como se Tina não estivesse mais lá. Mas ela estava. — Esse beijo foi...

— Muito bom. — Easton sorriu sem tirar os olhos de mim.

— Então você realmente seguiu em frente, não seguiu? — Vi nos olhos dela a pequena esperança que ainda lhe restava indo embora completamente.

— Sim. — Ele respondeu simplista.

— Valeu por ter vindo. — Falei ironicamente. — Mas como você pode ver, você não é mais bem-vinda aqui.

— Desculpe, não vou mais fazer isso. — Ela falou antes de virar as costas e fazer o caminho até a porta. — Adeus, Easton. — Ela fechou a porta atrás dela.

Não me deixe cairOnde histórias criam vida. Descubra agora