III

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"Onde estão?"

A coisa mais sacana, que existe (além dos políticos) é o destino.

Eu disse que queria ser notada, e realmente fui. Mas por adoráveis Terminators.

Acho que já fazem umas três horas, que estou numa sala vazia, toda branca, com apenas uma cadeira no centro, nunca vi nada parecido ou tão limpo.

Estou paralisada, sem poder me mover, tudo por causa do maldito tiro, com aquele maldito soro, que por sinal, não deixou nem marcas no meu braço, ainda bem.

Se meus pais não estão aqui comigo, então onde eles estão? Será que estão mortos? Foram banidos para Hell's City? Por que nos separaram?

Escuto uma porta abrir, tento me mover, para ver quem é, mas não consigo, só mexo os dedos.

- Olha quem acordou!- diz um Terminator, aparecendo na minha frente. - Você é uma criminosa!- Ele fala, bem perto do meu rosto, sinto seu bafo de esgoto e quase desmaio. - Matou meu irmão!- Nossa, vou morrer de arrependimento.

-Não tive escolha.- Digo na maior cara de pau, já estou cancelada mesmo. O Terminator me encara, e quando menos espero, me dá um tapa forte no rosto, que me deixa tonta.

Que filho da puta.

Tento fingir que nem doeu.

- Eu juro, que vou te matar lentamente, te torturar das piores formas possíveis, vou matar seus pais, na sua frente.- Aquilo fez meu estômago embrulhar. Ele poderia fazer qualquer coisa comigo, mas com os meus pais não.

Minha vontade é de arrancar as bolas dele, e depois fazê-lo engolir.

- Onde estão...meus pais?- Pergunto.

- Estão sendo julgados. Temos um tempinho, antes de ser sua vez.- Ele passa suas mãos por meus cabelos.

Porco!

Não, os porcos não merecem tal comparação.

- Por favor...- Forço as lágrimas.- Eu não queria matar nenhum de vocês.- Na verdade eu queria, mataria de novo.

O Terminator burro, sorri, pegando uma espécie de controle remoto e aponta-o para mim, apertando um botão vermelho.

De repente, sinto um choque percorrer meu corpo, caí da cadeira me contorcendo pela dor.

Mas isso serviu para que eu percebesse uma coisa: posso me mover.

Solto um longo suspiro de alívio. Porém isso dura pouco, o Terminator agarra minhas pernas e me lança contra a parede.

A dor do impacto, misturada ao zumbido do choque é pior que qualquer coisa que já senti. O mesmo me vira de frente para ele com um chute e sobe em cima de mim.

- Você vai se arrepender.- Ele diz, com a voz fria.

O Terminator inclina a cabeça para baixo, então dou-lhe uma cabeçada e o impacto vai todo em seu nariz. - Vadia!- Ele grita enquanto o sangue escorre. Aproveito sua distração e puxo um bastão de seu macacão, acerto seu rosto, retirando-o de cima de mim.

Levanto-me e tento correr, mas ele puxa meu pé, me fazendo cair no chão novamente.

Começo a chutar seu rosto, uma, duas, três, quatro, e muitas outras vezes. Ele me solta, mas continuo chutando até ele perder a consciência.

Levanto-me novamente, estou ofegante, vou em direção a porta pela qual o Terminator entrou. A chave está na fechadura. Giro e abro-a.

Logo, dou de cara com um grande corredor branco, não vejo ninguém além de muitas portas.

O Beijo de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora