II

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"Terminators"

Mamãe está estendendo um...acho que era para ser um edredom, no nosso varal enferrujado.

Aproximo-me e abraço-a.

Preciso de algum conforto, longe de toda essa sacanagem que está acontecendo comigo.

- Emily!- Ela fala, retribuindo o abraço. - Como passou a noite? Eu fiquei preocupada.- assinto, em sinal de que fiquei bem. Será que devo contar para ela sobre o bilhete?

- Mãe...?- Começo a falar, sem olhar em seus olhos.- Tem...tem uma coisa, que eu tenho p...- Quando eu ia começar a falar, ouço a voz do meu pai.

- Amma, venha aqui, por favor!- Mamãe olha para mim se desculpando.

Demonstro que está tudo bem.

Ela vai ao encontro do meu pai. Será que realmente, deveria contar? Acho que ela me chamaria de louca.

Mas, serei mais louca se não contar para ninguém. E é exatamente, nessas horas que sinto falta de um...irmão, tudo seria diferente.

Esses dias, ando muito sentimental, credo.

Isso tudo que está acontecendo, me faz pensar em Hell's City. Será que lá é tão diferente daqui?

Lá, pelo menos, todos são iguais e convivem sem o medo de que o pior aconteça porque o pior já aconteceu.

 E se eles estiverem planejando uma revolução, como já li em muitos livros?

A quem estou querendo enganar? Isso nunca vai acontecer.

Tudo o que eu queria, era ser eu.

Apenas isso. 

Sem ninguém me caçando, sem ser invisível, ou ter esse constante medo de morrer, eu quero ser notada, mas não pelos Terminators, pelas pessoas certas. 

Eu quero viver e não simplesmente, sobreviver como se eu fosse uma ninguém. Eu não quero isso.

E pode parecer loucura, mas esse caso dos bilhetes misteriosos, me causa uma certa excitação. É uma aventura nessa porcaria de vida.

Pego o segundo papel do bolso, e releio; "Decidi pegar algo, em troca do cervo". 

Para começar, o cervo me proporcionou uma bela de uma surra, paranoia e metade do corpo todo ferrado. 

Bom...o "beijo" foi bom, mas não posso me atentar a isso.

- Emy!- Ouço meu pai me chamar. Guardo o papel, e corro para ver o que ele quer.

Vou para a parte de trás da casa e o vejo parado com duas armas nas mãos.

- O que foi?- Pergunto, acho que um pouco ríspida.

Ele joga uma arma na minha mão.

- Vamos caçar.- O quê? Com armas de fogo? A primeira coisa que ele me ensinou foi a usar armas silenciosas.

- O que vamos caçar? Elefantes?- pergunto, confusa. Papai olha para a floresta, atrás de nós.

- Não o quê, mas quem. A pessoa que matou o cervo.- Meu coração dispara. 

- O que...?como? O senhor nem sabe quem é!- Ele não fala nada, apenas sai andando em direção a floresta.

Eu não tenho nada a fazer, a não ser, segui-lo.

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Estamos andando, há horas e nem sinal de nada ou de ninguém, minha barriga está roncando de tanta fome.

O Beijo de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora