Indolência

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Os lábios de Ino se contraíram quando notou que nem Sakura e nem Naruto tinham chegado na classe. Ela odiava ser a primeira dos três a chegar, porque não teria com quem conversar antes das aulas começarem. Não por ser impopular com os outros colegas de classe, poderia conversar com todos eles se quisesse, mas era seletiva com amigos tanto quanto era com possíveis interesses românticos. Por isso, tinha poucos do primeiro grupo e inexistentes no segundo.

Depois de deixar a mochila sobre a mesa em que se sentava de costume, Ino saiu da sala, indo esperar os amigos no corredor quase vazio. Com o celular em mãos, a garota encostou na parede ao lado da porta, abrindo suas redes sociais sem pensar, pelo costume. Contudo, não teve tempo de se distrair pelo feed, porque algo fora do celular chamou a atenção: Hinata andando no corredor ao lado de dois esquisitos.

Pensou em ignorá-la, como tinha prometido a si mesma que faria, já que a garota não queria mais saber da Gangue. Porém, lembrou-se de Sakura dizendo que Hinata tinha entrado no clube de arte e aquela seria uma ótima oportunidade de tentar descobrir se valia a pena encarar essa empreitada para ter algum romance.

Como se nem se lembrasse que nunca conversava muito com Hinata, ou que nunca se rebaixaria para falar com quem tinha decidido ignorar, Ino foi atrás do trio.

— Oi, Hinata! — cumprimentou a loira, dando uma corridinha para alcançá-los e tocando no antebraço da garota para chamar sua atenção. Os olhos azuis pareceram surpresos quando ela se virou, mas curiosos. O garoto ruivo sem sobrancelhas também parou, encarando Ino com uma expressão seca e a garota com cabelos cor de palha a observou de cima a baixo. — Oi para vocês dois também — falou, erguendo as sobrancelhas. Gaara desviou os olhos, mas Temari acenou, dando um sorrisinho de canto.

— Ino? C-como vai? — O rosto de Hinata ficou um pouco corado. Ino sentia que aquela garota sempre tinha tido medo dela, mas ser temida não era tão ruim.

— Estou ótima! E vejo que você também, já que conseguiu substitutos para nós — ela indicou com a cabeça as duas pessoas paradas, provocativamente.

— Eles não são… substitutos — Hinata parecia ainda mais envergonhada.

— Bom, tanto faz. O que eu queria te perguntar mesmo era sobre o clube de arte. Estava pensando em entrar também, para aproveitar meus últimos meses no colegial. Como eu faço para entrar e quando são as atividades do clube?

— Você? No clube de arte?! — A expressão no rosto cor de tomate era clara: Ino combinava tanto com o clube de arte quanto uma ferradura encaixada na barbatana de uma foca.

— Que foi? Não me acha artística o suficiente?? — Nem Ino se achava muito artística, mas queria ver como Hinata saía dessa. Contudo, antes que a garota pudesse gaguejar qualquer coisa, Temari deu um passo à frente, se aproximando.

— Ela quer dizer que você não tem nada a ver com qualquer um do clube — disse, fazendo Hinata soltar o ar de alívio. — Se você tem talento ou não, só dá para descobrir se tentar. Tem coragem o suficiente?

Ino torceu o nariz, encarando, com uma expressão entediada, a garota que tinha um ar arrogante dos que ela menos gostava. A arrogância só não era pior do que a irritante insegurança de Hinata.

— Eu vou entrar no clube de arte, mas definitivamente não é por sua provocação infantil. Já queria entrar quando vim falar com a Hinata — afirmou Ino, o que não era mentira. Temari soltou um rápido riso anasalado e, em seguida, ficou séria.

— Tudo bem, ser de tão madura evolução, bem-vinda ao clube. Você tá dentro — A garota de cabelos cor de palha estendeu a mão. — Eu sou a representante. 

A Cidade no QuintalWhere stories live. Discover now