Eu te amo

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— Tem certeza que não quer trocar com o Naruto? Ele não se importa de dormir no futon — ofereceu Kushina, praticando sua boa hospitalidade.

— Está tudo bem, Kushina, não se preocupe. Futons são tão bons quanto as camas — Sakura estava apoiada no arco da porta do quarto de Naruto, ainda com as pontas do cabelo molhadas pelos respingos de água do banho. A mãe de seu amigo terminava de arrumar um futon no chão, enquanto Naruto dava um jeito de organizar as roupas no armário, para que não pulassem para fora.

— Então… — começou a mulher, suspirando e inspecionando o futon uma última vez. — Espero que tenha uma boa noite, Sakura. — Ela deu um sorriso aberto, fazendo os olhos ficarem apertados.

— Uma boa noite para você também, Kushina — disse a garota, com uma leve reverência, que fez o seu pequeno coque de cabelos cor-de-rosa balançar. A mãe de Naruto tocou no ombro de Sakura enquanto passava por ela na porta.

— E eu adorei o seu pijama — comentou, antes de sair para o corredor. A garota olhou para as próprias roupas, como se tivesse esquecido o que vestia: Uma blusa cor-de-rosa de alça com uma estampa de sapinhos verdes e um short verde claro, além de meias brancas. Sakura gostava de dormir de meias.

— Arrumar minha bagunça é cansativo. Não venha mais aqui, Sakura — Naruto reclamou, depois de fechar a última gaveta com o pé e antes de se jogar de bruços na cama. O ruído que ela fez denunciou que aquela não era a primeira vez que o garoto se jogava nela daquele jeito.

— Você nem arrumou, só escondeu a bagunça, seu preguiçoso — argumentou ela, agachando-se perto de sua mochila para guardar o uniforme que vestia antes.

— Enquanto você tomava banho, minha mãe me fez limpar todo o chão e ele já estava limpo! — Naruto apoiava o queixo no travesseiro e encarava Sakura com uma cara de poucos amigos. Diferente dela, que usava um pijama combinando, o garoto só estava vestido com uma blusa amarela fina lisa e shorts de malha cinzentos, peças que pareciam absolutamente aleatórias.

— Posso apagar a luz? — perguntou ela, já com o dedo no interruptor.

— Você já quer dormir?!

— Pensei que nem me queria aqui, então vamos dormir para acabar com isso logo e… — Seu tom era sério, mas estava claramente brincando.

— Você pode apagar a luz, mas vamos conversar. E fecha a porta — Naruto propôs o acordo, o qual Sakura não tinha intenção de recusar.

— Aceito suas condições. — A garota fechou a porta e apagou a luz, mas acendeu a lanterna do celular para enxergar o futon e conseguir se deitar nele.

— Quase me deixou cego com essa lanterna.

— Não reclame.

— Tem certeza que não quer dormir na cama?

— Fique com a sua cama, Naruto. Já disse. Não se preocupe — falou a garota, pela milésima vez. Mesmo sendo preguiçoso e despreocupado, Naruto parecia um pouco ansioso por ser a primeira vez que Sakura dormia em sua casa. Ela se enfiou no futon e, quando se acomodou confortavelmente, suspirou.

— Do que você quer conversar? — murmurou o garoto, inclinado na beirada da cama, de bruços, para conseguir ver o rosto da amiga. Eles tinham jogado alguns jogos de corrida, dos quais Sakura gostava, além de terem visto um filme e comprado iwashis senbei para comerem. À noite, no escuro, tudo o que lhes restava era conversar até dormir.

— Hum… quero falar sobre o quanto você está distante — sugeriu Sakura, mas Naruto resmungou.

— Sermão agora?! — choramingou.

A Cidade no QuintalWhere stories live. Discover now