O meu único refúgio

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Ele levantou o punho pronto para bater em Jungkook, porém, a senhora Choi interferiu. 

Ela se aproximou de nós tão sorrateiramente, que levei um pequeno susto quando a notei segurando o braço do meu pai, as mãos dela tremiam como prova de toda a força que estava sendo usada para impedir o homem. 

— O SENHOR NEM PENSE EM TOCAR UM DEDO NO JUNGKOOK, FAÇA ISSO, E EU O DENUNCIO AGORA MESMO POR AGRESSÃO. O SENHOR NÃO DISSE QUE AQUI ERA UMA ESPELUNCA? ENTÃO SAIA DAQUI AGORA MESMO! 

Nunca imaginei que veria essa senhora levantando a voz para alguém. 

— SOLTA ELE PAI, POR FAVOR! — supliquei mais uma vez, não aguentando ver aquela discussão patética acontecendo por minha causa. 

É tudo culpa minha!

— Vamos embora desse lugar agora, Jimin! — falou ao soltar Jungkook. Ele caminhou em direção à saída sendo acompanhado pelo seu motorista. 

Olhei de um lado para o outro confuso com tudo aquilo. Não posso simplesmente sair sem falar com o Jungkook, mas também não posso ficar aqui, pois tudo pode piorar por minha culpa novamente. 

— Ele não vai! — Jungkook disse firme e alto para que meu pai pudesse ouvir. 

— Jungkook, chega! Por favor. Já basta! Por que você bateu no meu pai? Você ficou louco Jungkook? 

Onde ele estava com a cabeça quando pensou em fazer isso?!

— E-eu desculpa, Jimin, eu não pensei direito, eu só fiquei com raiva e…— Ouço meu pai chamar por mim, nada contente com minha demora. Por isso acabo me afastando quando percebo Jungkook se aproximar. 

— Eu tenho que ir embora Jungkook. — falo antes de dar as costas, ando passando pela porta de saída sendo acompanhado pelo motorista que já me aguardava, a pedido do meu pai. 

Entro no banco de trás do carro, olho para o senhor Park, sentado ao lado do motorista. Ele nada diz, e continua assim todo o percurso em direção à nossa mansão. 

Isso não é um bom sinal…

No caminho inteiro fiquei relembrando de como o Jungkook agiu no Ho'omau. Ele foi sim, um idiota de ter batido no meu pai, mesmo quando eu pedi para ele não fazer nada, porém ele fez aquilo para me defender, Jungkook foi capaz de bater em uma pessoa por mim. 

É errado eu ficar feliz por isso? 

Não posso fingir que amo o meu pai mais que tudo nessa terra. No entanto, isso não significa que eu deseje mal a ele.

Ainda sinto vontade de chorar ao lembrar de suas palavras de ódio quando me bateu, pela primeira vez, aquela fivela de cinto marcou o meu corpo. Mas nada se compara às marcas que suas palavras deixaram em meu coração. 

Com o carro estacionado na garagem de casa, meu pai pediu para que eu entrasse e o aguardasse na sala. 

Saio do carro sentindo um frio na espinha só de imaginar o que esse homem é capaz de fazer comigo novamente. 

Eu deveria fugir novamente? 

Não, na última vez isso não acabou bem. 

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