PARTE II - CAPÍTULO 22

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— Vou bem, tutor.

— Bom, temos uma missão para você.

Eu não estava com cabeça para missões. Mas era meu trabalho.

— Claro. Sobre o que é?

— Terá um roubo de carga na bandeirantes essa semana. É uma mega operação que alguns traficantes cariocas estão planejando juntamente com o crime organizado de São Paulo.

Algo inusitado. Nunca pensei que as duas facções pudessem agir ajuntas.

— E quem é o alvo? — Eu já abria um bloco de notas para anotar as informações— Certo, certo.
Vou passar na agência para me preparar e coletar mais informações.

Pelo que andei pesquisando, a polícia de São Paulo vinha sofrendo com roubos constantes de cargas nas rodovias do estado, principalmente na bandeirantes. Apesar da X—RENT nunca mencionar quem era o cliente contratante, com pouca pesquisa fui capaz de supor que o mandante provavelmente era a polícia do estado. Eles não estavam conseguindo pegar o principal bandi*do, o responsável pelos roubos e que encabeçava tudo.

Então eu deveria eliminá-lo. Era mais comum do que se imaginava.

~*~

No dia da operação eu vesti meu uniforme preto. Lembrava que no começo, quando iniciava pela agência,  me sentia um ninja ou algo do tipo e me divertia com o trabalho. Mas há tempos que me via completamente frustrado e sem propósito, repensando se tudo aquilo teria valido a pena. 

Se não tivesse entrado para agência eu jamais teria conhecido Samantha e consequentemente nunca me apaixonaria. E por fim qualquer sofrimento deixaria de existir em minha vida.

Ok, era saudade o que eu sentia naquele momento. Vestir-me daquele jeito me lembrava as vezes que me preparava para invadir a casa dela. Era sempre uma sensação de frio na barriga saber que iria encontrá-la dormindo ou distraída fazendo algo. Eu sabia que quando esse frio na barriga começou e o coração passou a bater mais forte ao ver Samantha, que eu deveria ter pedido para sair da missão. Mas não, me deixei levar e me apaixonei.

Fechei o zíper da mochila e vesti o gorro preto. Era hora de eliminar alguém da face da terra.

Estacionei com o carro bem no local em que meu GPS no celular indicava que o três caminhões com carga de eletrônicos passaria. O GPS também era capaz de detectar uma frota de carros vinda da direção oposta. Se moviam quase que em bloco. Eram os meus alvos certamente.

Abri minha mochila e tirei um protótipo de corda em aço de uns duzentos metros de comprimento. Era uma ferramenta que quando ativada emitia proeminências pontiagudas. Agiam feito espinhos de metal capazes de rasgar qualquer coisa — mas principalmente os pneus dos carro dos assaltantes. A X-RENT era repleta de apetrechos desse tipo, sob o lema de evitar ao máximo lutas corporais e exposições. Não era sobree agredir e sim eliminar seu alvo.

O GPS apontava que faltava dez minutos até que a frota de veículos com os bandi*dos passasse por mim. Tempo mais que suficiente para colocar a corda de aço pela largura da pista. 

Meu tutor já havia sinalizado que o chefão ficava no carro maior, que  ficava por último sempre. Era uma Range Rover blindada.

Houve tempo mais que suficiente para colocar a corda pela pista e me escorei no capô do meu carro, impaciente. A frota de veículos pareceu fazer uma parada. Eu precisava que eles passassem por mim antes dos caminhões com os eletrônicos, por razões óbvias.

E quando o GPS apontou um minuto de aproximação, ajeitei meu gorro e preparei minha AK 47, posicionando-me atrás do meu carro, na altura das rodas. Depois verifiquei a munição das duas pistolas que tinha presas na perna.

— 1... 2... 3... — Balbuciava para mim mesmo.

E ao ver o primeiro farol aceso, acionei o protótipo. Corri para o outro lado do meu carro e empunhei a AK 47 mirando os carros.

Quando o primeiro automóvel passou, ouvi o barulho dos pneus estourando e uma fumaça subir conforme o carro derrapava pela pista. Estavam em alta velocidade , então não houve tempo para parar. O impacto contra o poste foi intenso e a luz na rodovia chegou a piscar.

O carro que vinha logo atrás não conseguiu frear e também teve os dois pneus da frente furados mas nao houve estrago suficiente para um acidente.

Eu puxei o gatilho da Ak e disparei uma rajada de tiros contra os dois primeiros carros. Um dos criminosos tentou sair do carro mas meu tiro foi rápido o suficiente para impedi-lo.

Mas toda ação tem uma reação. Em resposta ao meu ataque, bandidos dos dois últimos carros — Incluindo os da da Range Rover dispararam uma rajada de tiros em direção ao meu carro. O barulho das balas acertando a lataria quase me deixou surdo.

Quando esse primeiro ataque cessou, ergui-me do chão e peguei a pistola. Era uma adrenalina que há tempos não sentia e que me fazia relembrar porque gostava do meu trabalho.

Feito um sniper, mirei os dois caras no carro em frente a Range Rover. Eles olhavam ao entorno procurando por mim. Acho que estavam decidindo se compensava descer e vir até meu carro. Mas antes que pudessem chegar a uma decisão eu mirei no motorista e efetuei um disparo. Foi Certeiro.  

Mesmo sendo um mata*dor de aluguel, eu não gostava da parte de ver sangue e miolos voando.

O bandi*do que estava no banco do carona apavorou-se e desceu do veículo, engatilhando sua arma pendurada no peito.

Outra vez fechei meu olho esquerdo e prendi a respiração. Estava agachado ao lado do pára-choque do meu carro tentando encontrar a posição certa para acertar o alvo. Ele parecia ser o último obstáculo até que eu pudesse alcançar o grande chefe, tal como em um jogo de videogame.

Com o gatilho puxado contei até três e atirei. Como o homem se movimentou, a bala pegou em cheio o joelho esquerdo dele, o fazendo cair no chão, tomado por uma dor intensa.

Sim, eu estava longe de ser um sniper.

Agora era apenas conseguir acessar a Range Rover e terminar meu serviço. Obviamente não seria uma tarefa fácil. Como o carro era blindado eu precisaria fazer algo que os retirasse do automóvel. Com balas isso não seria possível.

Na pequena maleta de bolso, apanhei duas pastilhas inflamáveis. A intenção seria que ateando fogo aos pneus as pessoas dentro da Range Rover precisariam sair uma hora ou outra. Era um apetrecho eficiente.

Mas não houve tempo para isso. Fui surpreendido em uma emboscada por duas pessoas logo atrás de mim que contornaram meu carro sem que eu eu visse. Nem tive tempo de desembalar as pastilhas para grudá-las no pneu da Range Rover.

— Paradinho aí! — Uma voz de mulher me fez ficar confuso. Esperava um homem.

E quando me virei meus olhos se arregalaram. Não parecia fazer sentido algum pra mim.

— Mierra????? — A pergunta era retórica e cheia de perplexidade.


Nota: Se tivermos mais de vinte comentários únicos eu libero outro capítulo hoje que vão deixar vocês de cabelo em pé!!!!!

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now