PARTE II - CAPÍTULO 10

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~*~

Eu corria por inúmeras portas, fugindo de algo que não sabia dizer o que era. Havia apenas uma sensação de perigo iminente. Mas as porta que era aberta sempre levava de volta para a mesma sala escura com poucas janelas por onde uma luz fraca entrava.  Não importava a porta que eu escolhesse, voltava ao mesmo ponto que estive inicialmente.

— Romão? Romão? — Era a voz de Caleb ao longe, mas que cada vez ficava mais próxima.

Um gato pulou por cima da mobília e eriçou-se ao me ver, todo acuado.  As pupilas dos olhinhos dilatadas. Tanto ele quanto eu estávamos com medo.

— Aí está você. — Caleb entrou e foi em direção ao bicho, que já parecia mais calmo.

Meu marido pegou Romão no colo e ficou alisando o pelo do gato, que já se acalmara.

Porém, quando Caleb ergueu os olhos para mim, estes eram azuis. Azuis como o céu. E não pretos e profundos como já havia me acostumado a ver.

— Você não é o Caleb, não é? — Gritei correndo para a porta mais próxima a mim.

Tentava abri-la porém estava trancada. E conforme Caleb ia se aproximando eu ficava apavorada e tentava a todo custo escapar. Mas escapar para onde? O pavor que me invadia fazia com que tentasse destrancar a fechadura a todo custo, antes que aquele estranho com um gato no colo me apanhasse.

Outro pesadelo, para variar.

Meus olhos se abriram e e respirei aliviada mais uma vez por ter sido tudo um sonho horrível apenas. Ergui-me na cama e peguei o copo com água no apoio ao lado. Um gole farto no líquido e fiquei sentada um tempo relembrando cada parte do sonho. Olhos azuis. Um gato chamado Romão. Esse nome não era estranho.

Após alguma meia hora,  um som de estalido leve entrou pelos meus ouvidos. Olhei para os lados tentando identificar de onde vinha, porém o quarto era grande demais para que eu acertasse de primeira.

Mas o barulho continuava , agora com mais frequência. Finalmente minha atenção se direcionou para a Janela e deduzi que o som vinha daquela direção.

Calcei minhas pantufas enquanto tirava fios de cabelos do rosto. No meio do caminho respirei profundamente e passei a mão pela pele do rosto. Queria me certificar de que não estava sonhando outra vez.

O estalido permanecia constante e tornava-se mais agudo conforme eu me aproximava da janela. Engolia em seco temendo ver algo que não queria ou assombração. Tudo naquela casa me assustava e em nada me admiraria se houvesse mortos vivos rondando a propriedade.

Lentamente afastava a cortina de véu e abafei um grito que despertaria a todos na casa. Lá
Embaixo, no gramado, um homem encapuzado jogava pedras contra a minha janela. Era muito parecido com aquele do dia anterior.

Sem raciocinar, ajeitei o robe pelo corpo. Uma epifania tomou conta de mim e iria definitivamente descobrir o que aquele estranho queria. De quem se tratava.

Já não estava mais preocupada se iria acordar quem quer que fosse na mansão. Desejava apenas encarar o encapuzado e descobrir quem era.

Provavelmente ele nao estaria mais lá quando eu abrisse a porta, mas eu tentaria.

E pelo contrário. O encapuzado ainda permanecia em pé e parado. O rosto encoberto por um gorro preto. Estava um pouco mais distante do que antes.

— Quem é você? — Perguntei.

Não houve resposta. Apenas um silêncio.

— vai ficar aí parado sem dizer nada? An? — descia pelos degraus encarando o estranho.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now