APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?

CAPITULO OITO

Não era possível que aqueles criminosos tivessem encontrado minha casa em questão de horas. Eles não haviam conseguido me enxergar naquele breu.

Após deixar o copo com água sobre a bancada, peguei uma vassoura que estava próxima a porta da cozinha. Seja lá quem fosse, eu colocaria para correr.

A fechadura tremia com aquele alguém tentando entrar em minha casa. E conforme me aproximava o coração saltava no peito e o estômago retorcia. Quem poderia ser?

Quase saltei de pânico quando a porta abriu. Engatilhei a vassoura pronta para dar na cabeça daquele estranho invasor de casas.

- Sou eu, Samantha! - Roger se protegia com as mãos.

- Que susto me deu, Roger! - respirava profundamente com a mão no peito.

- Vim buscar outras coisas. Não queria incomodar você! - respondeu.

- Não faça mais isso. Me avise antes! - o adverti largando a vassoura - entra.

- Obrigado.
Revê-lo fez meu sentimento palpitar no peito. Por que eu gostava tanto daquele homem que só me fizera mal?

- Roger..

- Fala! - ele recolhia suas coisas do almoxarifado.

- O que aconteceu para o nosso casamento acabar? - Eu tremia ao perguntar isso, talvez temendo a resposta.

Roger parou o que fazia e me olhou. Aparentava se esforçar para encontrar as palavras certas.

- Bom, não quero ser ofensivo. Mas acho que o tesao acabou. Sei lá, não sinto mais atração.

E obviamente suas palavras atravessaram meu peito feito uma navalha afiada. Que dor horrível saber que o homem que você ama não te acha atraente.

- E filhos? Isso foi um fator importante também? - engoli o choro.

Nesse instante Roger bufou.

- Samantha. Bem, eu vou ser pai..
Uma onda de choque percorreu meu corpo e travou meus músculos. Repetia mentalmente o que ele acabara de dizer.

- Filho? - me sentei no sofá, já completamente desesperada.

- Aconteceu. Eu estou morando com a mãe do meu futuro filho. Sinto muito Sam, mas aconteceu.. eu te deixei a casa!

Também não saí ganhando nisso, entende?

Roger terminou de colocar suas tralhas numa sacola de pano e deu um nó.

- se importa se eu levar o ferro de passar?
- perguntou ele.

- Não, Roger. Pode ficar.

Ele teria filhos, seguiria sua vida e eu permaneceria ali, naquela imensa casa. Roger falava da casa mas eu sabia que a fortuna dele daria para comprar inúmeras daquela. Óbvio que apenas eu havia me ferrado. E todos os anos que gastei com ele? E se eu tivesse arrumado outro homem, que me respeitasse e amasse?
Roger partiu me agradecendo por tudo. Como se desculpas fossem aliviar minha dor.

- Amiga, tá tudo bem? - Mierra estava no alto da escada me observando.

- Não, eu não estou bem! - as lágrimas saíram dos meus olhos sem que pudesse contê-las.

- Meu Deus, Sam. Eu sinto muito! Eu vi que ele acabou de sair. - Mierra correu até o sofá e me abraçou.

- A dor que estou sentindo é péssima. Não desejo a ninguém, Mi. Por que ele fez isso?? - era uma revolta que eu sentia naquele momento.

- Entendo você, minha flor. Entendendo. Mesmo - Mierra acariciou meu cabelo e beijou minha testa - vem, vamos beber uma água pra você se acalmar.

Fiquei em silêncio boa parte do tempo ali na cozinha. Mierra não dizia nada e respeitava o fato de estar calada.

- Acho que preciso dormir! - disse quando as lágrimas secaram.

- Bom, estou aqui se quiser continuar falando, Sam.

- Outra hora, Mi. Agora só quero descansar. Ver se amanheço melhor! Pode ser?

- Mas é claro, amiga. Vamos subir. Eu coloco vc pra dormir - disse ela sendo muito fofa.

No quarto vesti meu pijama e escovei os dentes. Mierra deitou-se e ficou mexendo no celular por alguns instantes. Quando fui guardar o meu remédio de dormir no armarinho de parede do banheiro, notei que as toalhas estavam bagunçadas, como se tivessem vasculhado tudo.

- Mi, você usou alguma toalha do armário? -gritei do banheiro.

- Não, por que?

Será que eu estava delirando de fato? E se o delegado tivesse razão? Sobre o divórcio me fazer alucinar.

- Nada, amiga. Besteira - respondi ajeitando as toalhas no lugar.

Ou estava enlouquecendo ou alguém entrara na minha casa.