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17 de agosto de 1986

Era um domingo à noite. Eu estava pronta pra ir dormir quando ouvi algumas batidas em minha janela. Me levantei para ver quem se atrevia a me perturbar.

Abri a cortina e vi Munson com um sorriso maroto.

- Posso entrar, princesa?

- O que está fazendo aqui? - Perguntei dando espaço pra ele passar.

- Ah, eu senti saudades.

Ele me puxou pela cintura e me beijou calmamente e com delicadeza.

- Ei. Você não pode entrar no meu quarto no meio da noite e me beijar assim do nada. - Supliquei separando nossos lábios.

- E por que não? Você é minha namorada.

- É, mas a gente tem aula amanhã.

- A gente pode matar o primeiro horário, não? - Perguntou sorrindo.

- Não, Edward Munson. Nós não podemos.

Ele murmurou algumas reclamações e ficou quieto por um instante, pensativo.

- Então deixa eu dormir aqui? Por favor. - Perguntou de joelhos.

- Você não tem cama não? - Me agachei também pra ficar da sua altura.

- Não. Deixa por favorzinho.

- Só hoje Eddie. E se você me fizer chegar atrasada amanhã, eu te mato.

O garoto pulou me abraçando e nós dois caímos deitados no chão. Ele agiu rápido e se levantou, começou a fazer cócegas em mim, me fazendo rir alto.

Eu tentava me livrar dele dando alguns tapas e tirando suas mãos, mas rapidamente elas se direcionavam para outra parte de minha barriga.

- Para Eddie!

- Nunca! - Respondeu rindo também.

- Eu faço tudo o que você quiser. - Respondi rindo cada vez mais.

- Tudo?

- Tudo!

Eddie parou as cócegas e eu respirei fundo tentando encontrar ar, ainda rindo.

- Fechado, então agora você vai ter que usar a blusa do Hellfire.

- A blusa do seu grupo de rpg?

- Essa mesma.

- Eu não tenho uma.

Ele tirou a blusa do Hellfire que estava em seu corpo e jogou em mim rindo.

- Agora você tem.

- Eu ainda duvido um pouco o fato de que você toma banho. O que estava fazendo com a blusa do grupo de D&D da escola, se hoje é domingo?

- Ah, eu me encontrei com o pessoal hoje pra jogar. Foi divertido.

Tirei o blusão de pijama que eu estava usando e coloquei a blusa de Eddie.

- E aí? O que achou?

- Fica melhor em você.

- Eu sei que sou linda, obrigada. - Respondi fazendo uma leve reverência.

- Convencida.

- Você é que é. - Rimos.

Eu me levantei do chão e me deitei na cama puxando a coberta até tampar meu nariz. Eddie veio logo atrás e pulou em cima de mim, me abraçando.

Ele deitou sua cabeça em minha barriga e fechou os olhos. Irresistivelmente, fiz carinho em seus cabelos longos bagunçados. Ficamos em silêncio por um tempo, até que eu o quebrei.

- Eddie.

- Oi princesa.

- Você já sentiu como se estivesse perdendo a cabeça?

- Diariamente.

- Pelo o que?

- Bom, eu sinto que estou perdendo a cabeça agora. Por que eu sou incrivelmente e perdidamente apaixonado em tu.

- Eu também.

- Está incrivelmente e perdidamente apaixonada em mim ou incrivelmente e perdidamente apaixonada em você?

- Em você, Eddie.

- Bom, já que você se sente assim, poderia buscar um copo d'água pra seu namorado bonitão.

Sorri e me levantei indo buscar a água pra aquele garoto manhoso. No caminho, me deparei com Steve que me olhou seriamente.

- Se vocês fizerem alguma coisa, eu te expulso de casa, guria. - Disse.

- Vai dormir Steve.

- É sério.

- Eu sei que é. Também tô falando sério.

Steve deu língua pra mim e entrou em seu quarto, trancando a porta. Ri de sua ação e voltei para o quarto com a água de Eddie.

Quando abri a porta, encontrei ele fuçando minha coleção de fitas de música.

- Tem muita coisa legal aqui, você tem bom gosto.

- Eu sei.

- Não tanto quanto eu, mas dá pro gasto. - Respondeu enquanto bebia a água.

- Chato. Já que seu gosto musical é bem melhor, você deveria me emprestar algumas fitas.

- Não viaja.

- E por que não? A gente namora. Tudo que é meu, é seu e vice versa.

- Nada de vice versa.

Dei um tapa em sua nuca e voltei a me deitar. Eddie entrou debaixo das cobertas comigo e encaixou seu rosto em meu pescoço, dando fungadas em meu cheiro.

- O que você acha de...

- De?

- Me deixar fazer trancinhas no seu cabelo? - Perguntei.

- Nem ferrando.

Um tempo depois, eu estava prendendo liguinhas rosas nas pontas das mini tranças que eu fiz por todo seu cabelo. Eddie me olhava sério, mas eu sabia que no fundo ele estava amando. Só precisava pagar de bravo.

- O que você tinha dito sobre "nem ferrando", Munson? - Perguntei o zoando.

- O que eu não faço por você, não é? - Riu.

- Sua testa. Eu que implorei pra você me deixar fazer.

- Sim, e você é tão chata que eu tive que deixar.

- Eu não sou chata. Quem invadiu a minha casa foi você.

Nós rimos e deitamos novamente. Eddie passava suas mãos geladas pela minha cintura e as vezes dava beijinhos em minha bochecha.

Nós disputávamos pelo cobertor que parecia pequeno demais. Eu tinha medo do escuro e Eddie não conseguia dormir com a luz acesa. Nós discutimos sobre isso por um tempo, então ele esperou eu dormir pra apagá-las.

No final de tudo, fomos dormir uma da manhã. Muito tarde pra conseguir chegar na escola 08:15h? Sim, mas tudo vale a pena para passar um tempo a mais com Eddie.

me and your mamaWhere stories live. Discover now