Prólogo

27 5 0
                                    

Olho o saldo em minha conta do banco, e vejo que nada de diferente aconteceu dos meus 12 anos de idade para cá. Hoje, já com 25, tento juntar dinheiro o suficiente para conseguir pagar as despesas e investir no que mais quero ser... chefe de cozinha

(...)

Pego meus utensílios de cozinha, para testar uma receita nova com o pouco dos ingredientes que sobraram da anterior, broinhas de ricota polvilhadas com manjericão, receita de minha vó. Dona Margarida, avó de um único neto, e quem me ensinou a cozinhar, moro com ela desde muito pequeno, meus pais faleceram em um trágico acidente de carro me deixando órfão. Foi ai que precisei aprender e colocar a mão na massa, ajudando-a preparar, vender os quitutes e ganhar dinheiro para nosso sustento.

Vivíamos em uma casa pequena de 3 cômodos em um bairro humilde em São Paulo, a sorte, que não precisávamos pagar aluguel, era a única herança que ficou para minha avó e o que nos dava um respiro de alivio, pior seria não ter ao menos onde morar. Quando completei a maioridade, vendemos aquela casa e compramos uma maior e mais perto do centro da cidade, com a ideia de que as coisas melhorariam para nós, mas pelo visto a sorte ainda vem a passos pequenos e bem lentos.

Sonho com o dia em ter meu próprio restaurante, servir deliciosos pratos e quitutes aos clientes, várias mesas postas, uma equipe de garçons com suas bandejas indo e vindo. Em pensar que esse sonho está prestes a se realizar, mas tudo tem um preço a se pagar, e nisso não está sendo diferente, tudo por causa daquele maldito do contrato...

O Despertar do Paladar: 5 Sabores Where stories live. Discover now