APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?

PARTE II - CAPÍTULO 8

O parceiro dele chorava com um pavor ainda maior na face, parecia que havia encontrado a morte. Meu instinto humano começava a sentir pena por ele, apesar de todo mal que  me fariam se Caleb não surgisse para barra-los.

Meu marido, porém, não foi tão clemente quanto eu. Aproximou-se desse segundo, que agia feito um rato encurralado na parede tentando escapar, e que não via qualquer saída.

— Está com medo , não é? — O tom de voz de Caleb era assustador.

— Não. Senhor! Não quero morrer. Por favor, não me mate — Chorava aquele estranho clamando por sua vida.

Me afastei alguns passos, agoniada. Não queria mais assistir aquela cena de filme de terror. Era muito sangue.

— Querido, creio que já não seja necessário. Vamos embora! — Minha voz saia trêmula. Eu queria chorar pelo pavor que sentia.

— Ok, ok . Você está certa. Acho que esse aqui talvez não mereça morrer, querida! — Caleb falava de costas para mim. — Mas escolha uma mão, Samantha. Direita ou esquerda?

O que ele faria?

— Não sei, querido. O que quer com isso?

— Apenas escolha. Direita. Ou esquerda, benzinho?

Engoli em seco com os olhos tomados por lágrimas.

— Direita. — Praticamente balbuciei.

Meu marido me olhou por um breve momento e assentiu com a cabeça.

— Coloque as suas mãos estendidas sobre o capô do carro! — Ordenou Caleb aquele homem.

— Eu imploro, me deixe ir, senhor! Nunca mais me verá!

— Mas você ira embora! Apenas coloque a porr@ das mãos sobre o capô do carro. Você vai se lembrar todos os dias de nunca mais tocar mulher alguma sem a permissão dela.

E meu marido disparou contra a mão direita daquele homem, que gritava incontrolavelmente devido a dor. Ele
Olhava para a própria mão ferida e sua feição era toda tomada por espanto.

— Vamos, Samantha ! — Caleb colocou a arma de volta na cintura enquanto caminhava em direção ao estacionamento. Passou por cima do corpo do homem que havia matado.

Eu o segui. Chorando. Mas o segui.

~*~

A noite de sono fora agitada. Provavelmente pelo que meus olhos presenciaram naquele Jockei. Estava tão perdida e impactada que nem mesmo pensei nos corpos. Ou naquele homem que saíra vivo . Ele poderia nos denunciar. Caleb assassinara um homem!

Ao abrir os olhos a esfera era a mesma: sensação de que era uma prisioneira naquela casa, tomada por silêncios horripilantes. As vezes as madeiras estalavam e eu me assustava.

Os cômodos eram inúmeros e gigantescos , repletos de espaços vazios e com certa escuridão. Caminhava por entre eles sempre tendo a sensação de que algo surgiria a qualquer momento. Algo feito uma assombração. Aquela casa toda daria um bom set de filmagem para qualquer filme de terror.

Pela janela vi que não estava chovendo e que o sol se esforçava por espalhar alguns raios de luz pelas nuvens esparsas e algo acizentadas. Era uma excelente manhã para corrida.

Meu celular no chão ao lado de cama estava desconectado da energia e completamente sem carga. Agachei-me e coloquei o aparelho para carregar. Iria ouvindo música, as poucas da minha playlist que conseguira baixar com aquele sinal de Wi-Fi péssimo.

~*~

— Caleb ainda não acordou, Cassandra? — Disse sentada a mesa para o café da manhã.