Desafios

282 25 0
                                    

Abri meus olhos e vi que eu estava no hospital... Estava de dia, eu não fazia ideia de que horas era. Minha cabeça doía muito.
Olhei para o lado devagar e vi Marcos mexendo no seu celular.

- Marcos... - Falei baixinho.

Ele levantou sua cabeça rapidamente e veio até mim.

- Meu amor... Como está se sentindo?- Perguntou ele alisando meu cabelo.

Levei minha mão até meu pescoço, ainda doía um pouco. E então chorei por lembrar de tudo que havia acontecido. Será que eu merecia ter passado por aquilo? Será que era o meu castigo?

- Já passou... - Falou ele tirando minha mão do pescoço. - Olha, uma notícia pra te deixar feliz... Aquele idiota tá preso. Ele jamais vai tocar em um fio de cabelo seu, porque eu não vou deixar. Entendeu?!

Concordei com a cabeça enquanto chorava, e ele me abraçou.

Era de manhã. Eu tinha passado a noite desacordada... Eu ainda estava em choque com tudo aquilo. Mais estava me sentindo bem por saber que Marcos estava ao meu lado.

- Quero ir pra casa. - falei enquanto ele limpava as lágrimas dos meus olhos.

- A gente vai, vou só chamar o médico pra te examinar. Volto já tá?

Concordei com a cabeça.

Enquanto Marcos tinha ido chamar os, olhei pro meus braços e vi que estavam cortados. Alguns cortes eram mais grave, tinha até alguns pontos, e outros eram mais leves.

Como eu deixei aquilo tudo chegar naquele ponto?!
Eu não devia ter ido enfrentar Alencar sozinho, eu sabia que ele era capaz de tudo, mas não daquilo... Ele estava disposto a me matar, a matar o Marcos também.

Não era mais hora de pensar no que podia acontecer, ou no que devia ser feito. Eu queria que ele se afastasse do restaurante, mais não daquela forma... Mais eu estava em paz, por aquilo tudo ter passado. Eu só espero que ele apodreça na prisão!

O médico me examinou, e me deu alta no mesmo dia. Me aconselhou a não fazer muitos esforço por conta dos pontos, e me passou um remédio pra ficar usando em cima.
Ele me disse que eu tinha chegado lá com muitos cacos de vidros no braço, e que foi difícil me livrar daquilo tudo. O bom é que eu estava desacordada, tenho certeza que foi uma dor insuportável.

Marcos não quis me deixar em casa, ele me levou pra casa dele. Disse que iria cuidar de mim.

Assim que chegamos a sua casa, fui ao banheiro lavar o rosto. Quando me olhei no espelho, vi que meu pescoço estava com as marcas dos dedos de Alencar. Toquei devagar com meus dedos enquanto chorava, eu nunca havia imaginado passar por aquilo tudo, não mesmo...

- Mas tarde a gente pode ir até sua casa pegar algumas roupas, mais não vou te deixar sozinha lá viu?! - Falou Marcos se aproximando do banheiro.

Peguei a toalha que estava pendurada e enxuguei meu rosto, tentando amenizar aquele choro. Eu não podia ficar assim por causa de um idiota!

- Tá tudo bem?! - Perguntou ele colocando a mão nas minhas costas.

- Vai ficar... - Respondi enquanto olhava pro espelho novamente, com os olhos cravados no meu pescoço.

- Isso vai passar... Essas marcas irão sair, e tudo vai voltar ao normal. - Falou ele tentando me animar.

- Se você não tivesse chegado lá... Eu não sei o que teria acontecido.

- Mais eu cheguei, um pouco tarde demais, mais cheguei! Desde a hora que te vi indo conversar com ele, eu tive uma sensação estranha, um pressentimento ruim... Quando resolvi ir até o escritório dele, escutei seus gritos e é desesperei.

- Queria apagar tudo aquilo na memória... - Falei me virando pra ele.

- Vamos tentar deixar isso pra trás tá? Bora focar na sua recuperação. - Faliu ele me abraçando.

- Obrigada por isso... Por tudo que tem feito por mim.

- Quero fazer ainda mais meu amor. Muito mais!

Marcos me contou que Duda estava arrasada com o que havia acontecido. Ele disse que ela tentou ficar do lado de Alencar, disse que eu quem podia ter ido atrás dele atrás de "algo a mais."

- Não acredito que ela pensou isso...

- Pois é. Ela tentou proteger ele ao máximo... Mais ele não tava nem aí pra ela, chamou ela de garota idiota. Ela caiu no choro igual uma criança... E quando os policiais chegaram, ele jogou na cara dela que só estava se aproveitando do corpo dela. Disse isso na frente de todos os funcionários e clientes que estavam presente na hora.

- Eu quero vê ela... Quero vê se ela está bem, conversar com ela. De alguma forma, ela também foi vítima.

- Não sei se ela quer conversar com alguém. Mais entrarei em contato com ela depois, e podemos convidar ela pra vim aqui, ou podemos ir até a casa dela.

Eu sempre soube que Alencar estaria se aproveitando de Duda, desde o início eu vi que ela estava cega por ele. Tão ingênua... Mais agora ela estava livre, livre daquele velho nojento.

Durante a noite, Ana entrou em contato comigo. Disse que ficou sabendo o que tinha acontecido, e me disse que se eu precisasse de algo podia contar com ela. Isso me surpreendeu de alguma forma, mais eu gostei da atitude dela!
Fiz um pedido a Ana, pra que ela esperasse eu me recuperar um pouco antes de vê Lucas. Eu não queria que ele me visse do jeito que eu estava... Também pedi pra ela ligar pra Italo, pra não levar Amanda pra me ver por enquanto... Eu queria poupar meus filhos de tudo isso, não queria que eles me vissem da forma que eu estava. Não queria que Amanda soubesse o que tinha acontecido comigo. Eu sabia que Italo ia conseguir conversar com ela sem entrar no assunto real, e também sabia que Ana iria me ajudar com isso tudo.

Cíntia ( Livro 3, final ) Where stories live. Discover now