Primeiro Passo

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- Seja bem vinda ao nosso restaurante. - Respondeu ele estendendo a mão sobre a mesa.

- Obrigada. - Respondi sorrindo. - Já posso ir?

Ele olhou pra mim e se levantou da cadeira.

- Antes eu queria conversar mais uma coisa...

Merda... Meu coração acelerou, será que ele investigou minha vida?

- Aqui trabalhamos com honestidade, confiança. Se é que me entende.

- Entendo sim...

- Passei o dia analisando seu histórico Cíntia. E vi algo que não me agradou muito.

Minhas bochechas coraram, eu tinha certeza.

- Você não me disse que era ex detenta. - Respondeu ele ao meu lado em pé.

- É... Sim, bom... É uma longa história, me desculpa. - Eu ainda estava sentada na cadeira, e dava pra ouvir as batidas do meu coração. Eu não podia perder aquele emprego, eu não sabia se ia encontrar outro naquele exato momento.

- Suponho que procurou muito por um emprego. Eu sei que é difícil alguém contratar uma pessoa que já foi presa.

- Eu sei, mais quero que saiba que eu não sou um perigo ou algo do tipo. - Respondi olhando pra ele. - Foi um erro que cometi com meu ex marido, mais não quero que isso estrague minha vida agora, eu quero muito recomeçar e tentar de novo. Dessa vez fazendo o que é certo.

- Eu acredito em você. Mais me diz, o que está disposta a fazer pra conseguir seus objetivos? - Perguntou ele se escorando na mesa.

- Estou disposta a tudo... - Respondi enquanto lembrava dos meus filhos.

- Vi que você perdeu a guarda dos seus filhos. Eu sou pai, e imagino como deve está sendo essa dor.

- Eu só peço que me dê essa chance de trabalhar aqui, prometo que irei dá o meu melhor e não vou decepcionar o sr. Quero muito lutar pelos meus filhos, mais antes preciso trabalhar também, pra conseguir me sustentar.

- Eu entendo você. Bom, eu tenho um conhecido que provavelmente pode te ajudar com a guarda dos seus filhos.

- Sério? - Respondi olhando pra ele.

- Sim. Posso falar com ele e quem sabe você consegue.

- Nossa. Não sei como agradecer... - Respondi sorrindo.

- Vamos vê como você se saí aqui. E então eu te ajudo.

- Eu não sei como agradecer por isso. - Respondi ficando de pé a sua frente. - Muito muito obrigada.

Alencar estendeu sua mão pra mim e eu apertei. Senti que ia dá tudo certo, eu não sei como... Mais eu tinha certeza que ia conseguir.

No dia seguinte acordei bem cedo, resolvi dar uma passada de carro em frente a casa que Fernando estava morando com Ana. Eu sabia bem onde ficava... Meu plano não era falar com eles, mais apenas observar de longe. Eu precisava de um plano melhor antes de entrar em contato com Fernando. Certamente ele já sabia que eu já tinha sido solta, as notícias se espalhavam muito rápido.

Entrei no meu carro e segui até o bairro que eles moravam. Não era um condomínio fechado, mais um bairro mais sofisticado. E eu estava torcendo pra que eles ainda estivessem na mesma casa.

A rua não era muito movimentada, então tive que ser cautelosa. Eu não queria que Fernando me visse ali naquele momento.

Estacionei o carro três casas antes da sua, só havia mais um carro na minha frente. A rua era cheia de árvores grandes, em frente a cada casa havia uma árvore. Observei por alguns minutos mais ninguém saiu e ninguém entrou.
Ainda era cedo, então eu tinha esperança de vê pelo menos Lucas.
Esperei por cerca de meia hora, até o portão abrir. Fernando saiu em seu carro, os vidros estavam abaixados então percebi que ele estava sozinho. Me abaixei depressa quando o carro veio na direção que eu estava. E fiquei escondida até ele passar.

Cíntia ( Livro 3, final ) Where stories live. Discover now