— O que você quer Caleb? — Minha voz saiu cautelosa e senti os ombros retesarem de tensão. — Agora não, por favor... — Sussurrei, recostando a cabeça na almofada acoplada a borda da banheira e fechei os olhos, tentando voltar a relaxar.

— Ah Duda... — Ele soltou um longo suspiro. — Por que você não me informou? — Dava para sentir a chateação em sua voz e nem precisava abrir os olhos para saber que ele estava passando as mãos pelos cabelos, frustrado.

Abri os olhos só para confirmar, virando a cabeça para ele e quase sorri ao constatar que o conhecia tão bem.

— Qual o motivo do sorriso? — Ele me encarava, com uma sobrancelha arqueada e me forcei a desfazer a cara de satisfação, apertando os lábios.

— Nada. — Balancei a cabeça e voltei a fechar os olhos. — Só uma constatação do quão bem te conheço. — Dei de ombros.

— Se me conhece tão bem, por que deixou que eu soubesse de algo tão grave assim pela boca de outra pessoa? — A tensão voltou a se instalar em sua voz e não pude evitar o longo suspiro que escapou de meus lábios.

— Porque queria evitar exatamente essa dor de cabeça que estou tendo agora. — Respondi, sem abrir os olhos.

— Já tínhamos falado sobre isso, Maria Eduarda! — Sabia que ele estava puto, pois nunca me chamava pelo nome. — Da primeira vez a Dani veio direto a mim e, eu e você conversamos que não deixaríamos o mesmo erro acontecer. — Ouvi seus passos se aproximando de mim.

Abri os olhos e me virei para ele, Caleb estava recostando na pia, um pé sob o outro e os braços cruzando, deixando seus bíceps tensionados, os cabelos estavam bagunçados devido a quantidade de vezes que seus dedos devem ter percorrido aqueles fios, os olhos escuros por conta da tensão e a camisa estava quase toda aberta.

Apertei as pernas, lutando contra o formigamento que tentava subir pela minha barriga.

Droga! Ele estava absurdamente sexy!

Respirei fundo, tentando umedecer a boca que naquele momento estava tão seca quanto o deserto do Saara.

Ele ficava gostoso demais quando estava bravo!

— Para de pensar em putaria Duda! — Sua voz me distraiu de meus pensamentos. — Sei que está com as coxas pressionadas e sei o quanto está me desejando nesse momento. E mesmo que... — Ele enfiou as mãos no bolso da calça e quase gemi ao ver o volume entre suas pernas. — Esteja louco para te foder dentro dessa banheira, estou puto demais para isso! — Apertei os dedos nas coxas e umedeci lentamente os lábios, de novo, fazendo Caleb soltar um longo gemido.

Fechei os olhos e respirei fundo, deixando o calor da água acalmar meu corpo e dissipar a tensão que pesava nos ombros.

— Quando você me deu a Jones para cuidar, me prometeu que nunca iria interferir em minha gestão por mais que não concordasse com o modo que eu trabalhasse. — O encarei. — Você prometeu, Caleb Jones! — Ele abaixou a cabeça concordando e senti a decepção em seus olhos.

Uma coisa que ele sempre odiou, era quebrar sua palavra. Ele acredita que um homem sem palavra, é um homem sem caráter! E eu também acredito, por isso nunca cogitei que ele quebraria sua promessa.

— E na primeira oportunidade você a quebrou. — Me endireitei na banheira, puxando os joelhos até o peito e apoiando o queixo neles. — Você não cogitou em vir conversar comigo primeiro, em procurar saber o que realmente tinha acontecido. Simplesmente decidiu em resolver as coisas sozinho, como se eu não passasse de uma substituta na empresa, uma subordinada a você e ao seu ego. — Olhei para ele antes de questiona-lo. — É isso que eu sou para você? Somente mais um peão no seu jogo de xadrez?!

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Where stories live. Discover now