Eterna - Corvos e corujas (VOL. 1) [Físico em breve]

ℭ𝔞𝔭𝔦́𝔱𝔲𝔩𝔬 11 - ℭ𝔥𝔯𝔦𝔰𝔰𝔦𝔢 (𝖕𝖆𝖗𝖙𝖊 1)

Acordei sem nem ao menos notar que dormi. Foi apenas o tempo de um banho após minha última refeição. Apenas o tempo de me deitar na cama sem nem notar que a exaustão já espreitava à minha volta, pronta para me consumir assim que eu me deitasse.

Eu não sabia o quão cansada estava. O quanto precisava parar apenas por um momento. O quanto eu precisava de um carinho verdadeiro para dormir em paz.

— Vossa Graça? — ouço a voz de Constance.

— Entre — observei a ruiva adentrar o quarto com os cabelos cobertos com um pano, um pouco nervosa. Provavelmente deve estar com medo de causar problemas. Me sinto culpada, talvez eu só tenha piorado a situação — Não precisa se preocupar com nada.

— Eu não estou acostumada a servir ninguém, não de maneira direta — ela ruborizou.

— Eu diria que você é minha companhia matinal — saltei da cama e fui em direção ao armário.

— Deseja algum penteado especial hoje, Vossa Graça?

— Deixe-o solto hoje — abri meu guarda-roupa — E pode me chamar de Chrissie.

Escolhi um vestido lilás com corte coração e mangas cumpridas e o apoiei na minha cama.

— O que acha desse?

— O vestido é lindo e combinaria com um penteado meio solto — ela se aproximou cuidadosamente.

— Então está decidido — sorrio — E não precisa esconder seus cabelos dessa forma, use apenas a vestimenta padrão — com cuidado, aproximei minhas mãos do pano que cobria seus fios e desfiz o nó, revelando-os presos em um coque — Não deixe que aquelas senhoras a atinjam.

— A marquesa está bem irritada com toda situação — percebo que ela desvia o olhar, mas não deixa de sorrir com minha atitude — Não quero que sobre para você, Chrissie.

Só percebi que expressei um sorriso pelos meus olhos verdes quando notei os seus azuis brilharem. Meus lábios estão colados demais, como duas rochas impossíveis de serem movidas. Presos por algo muito poderoso. Presos pelo simples fato do meu nome sair em um tom tão grato dos lábios de Constance.

— Não se preocupe comigo — limpo a garganta — Posso lidar com alguns infortúnios.

— Obrigada. Usarei apenas as vestes habituais — vi um lampejo de confiança iluminar seu rosto. Eu passaria horas conversando com ela apenas para ver esse brilho novamente, mas agora eu preciso encontrar a pessoa que faz meu coração palpitar.

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Talvez eu tenha me precipitado demais porque dei de cara com Alexander logo após virar o primeiro corredor e para piorar, ele me analisou da cabeça aos pés com aquele olhar grosseiro dele.

Ignorei-o completamente e agradeci por alguns guardas terem aparecido para me escoltar até algum lugar a pedido do barão. Sim, a verdadeira pessoa que faz meu coração palpitar.