Eterna - Corvos e corujas (VOL. 1) [Físico em breve]

ℭ𝔞𝔭𝔦́𝔱𝔲𝔩𝔬 7 - 𝔄𝔫𝔢𝔩𝔦𝔠𝔢

Levar toalhas limpas para a marquesa tão tarde é algo que Anelice não gosta de fazer.

A senhora costuma pedir para que façam serviços em horários nada favorecedores aos assistentes. E o que mais tirava todos do sério, era que na maioria das vezes, ela fazia questão de pedir serviços que não faziam sentido, apenas para atrapalhar.

Dessa vez, Anelice precisou respirar fundo ao ouvir da mulher que a toalha que havia sido trocada na metade do dia, deveria ser trocada novamente e imediatamente, bem no horário em que todos estavam ocupados após o banquete.

Um pouco antes de chegar ao quarto da marquesa, pode ver o príncipe acompanhar a princesa até seus aposentos e ouvir um pouco do cortejo de ambos.

Ela estava feliz por Eliza, embora soubesse que seu amigo estava apaixonado pela garota. Mas sinceramente, sempre soube que um simples jardineiro não poderia alcançar o coração da futura rainha. Não que ela achasse que ele não era bom o suficiente, mas isso é o que a realeza acha. Inferiores aos olhos de todos.

Anelice bateu na porta da senhora Lennox e esperou um pouco até que a mulher de nariz empinado a abrisse com aquele olhar de desprezo habitual.

— Pedi a toalha há muito tempo, sua insolente!

E assim, Cateline arrancou a toalha das mãos dela e fechou a porta em sua cara.

Nada fora do comum.

Alguns nobres eram um pouco menos arrogantes que os outros e pelo menos a humildade da princesa e a modéstia da duquesa valiam a pena e de certa forma sobressaiam diante de todas as coisas ruins, ou de certa forma - tentavam.

Eliza cresceu brincando com alguns de seus assistentes e até hoje mantém boa relação com a maioria deles, enquanto Chrissie não havia olhado de forma diferente para eles em nenhum momento.

Isso é algo tão raro de acontecer que acabam se contentando com o mínimo.

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A cozinha estava agitada e todos os assistentes ainda tinham muito trabalho a fazer.

Anelice entrou escondendo seu sorriso vitorioso por ter descoberto mais coisas sobre os nobres, afinal não sabia se essa informação deveria ser repassada para suas colegas "fuxiqueiras ou xeretas", como se chamavam ou se deveria ficar na sua, o que era extremamente difícil para a jovem.

— Constance ainda está no mundo da lua — alguém cantarolou.

— Já disse que esbarrei no príncipe e nada aconteceu. Ele só disse que eu lembrava alguém e... — Anelice sabia que quando seus amigos queriam, eles poderiam infernizar a vida de qualquer um e a ruiva era o alvo perfeito. Tímida, suas bochechas atingiam a mesma tonalidade de seus cabelos por qualquer coisa e perdia a calma fácil por medo de rumores desnecessários.

— Esqueçam esse assunto. Ninguém vai querer saber o que aconteceu durante o banquete? — Constance olhou com gratidão para a amiga e voltou a seus afazeres rapidamente.

— É claro que queremos! — Rosinha, uma das assistentes, disse.

— Dorinha me disse que Otávio contou pra ele que Ritinha...

— Desembucha logo mulher! Estamos curiosos — dessa vez foi Tereza que falou repreendendo Anelice, que sempre enrolava antes de contar alguma coisa, deixando todos se corroendo de curiosidade.

— A parte que todos já devem saber é sobre a briga da duquesa e do conde e que o barão saiu correndo atrás da Vossa Graça assim que ela saiu pela porta do salão — a cacheada sorriu fazendo sua pausa dramática de sempre — Parece que os dois quase se beijaram, mas aí o homem saiu todo confuso antes do beijo acontecer!

— Do jeito que a senhorita Edevane saiu durante o jantar, eu bem que pensei que mais coisas aconteceriam — Rosinha riu.

Anelice adorava ver Rosinha rir. Adorava ver todos os seus amigos rirem.

A vida no palácio nunca foi fácil para nenhum deles e sempre existiu alguma coisa que pudesse servir para intensificar os insultos vindos da realeza. Rosinha era insultada regularmente por vários senhores e senhoras, taxada de ser "balofa", sendo acusada constantemente de comer algum bolinho antes de servi-los, o que a fez se afastar dessa tarefa e ficar sempre "atrás das cortinas", mas sinceramente, no fundo, todos estavam.

— Vi o príncipe acompanhar a princesa até os aposentos dela. Parece que tudo o que o rei planejou aconteceu! — Anelice sorriu, mas logo percebeu o olhar de Constance parecer perdido.

— Então andou ouvindo a conversa do rei? — Cecília entrou na cozinha limpando a garganta com seu tom autoritário — Terminem logo isso para que todos nós possamos descansar e você Constance, esqueça essa história de príncipe porque aqui não existe a história da garota serviçal que se casa com o monarca e todos os problemas dela desaparecem!

Todos gostavam da governanta, mas às vezes, ela era extremamente dura a ponto de magoar os outros. Todos sabiam que ela fazia seu trabalho, mas nesse dia Constance provavelmente não teria um boa noite de sono.

Bom dia, boa noite, boa tarde leitores!!

Primeiro, eu preciso agradecer ao carinho de vocês. 

Estou amando os comentários, os votos, quem está salvando na lista de leituras.

Ah, eu queria lembrar para quem se lembrar de votar, voltar nos capítulos anteriores e deixar a estrelinha para que o livro cresça cada vez mais.

E hoje tivemos uma das trocas de narradores porque esse livro vai intercalar entre primeira com a nossa querida Chrissie e terceira com alguns personagens :)

Então eu deixo vocês com esse capítulo e até o próximo :)

Um beijoooo para cada um que está acompanhando a história.