o aconchego de um abraço

165 14 16
                                    

         Dias depois
       Depois daquele dia Karol voltou a pegar carona normalmente com Ruggero, ela e Gustavo se aproximaram bastante, cantavam juntos no intervalo quase todos os dias, e Ruggero sempre estava lá para apreciar o show. a mãe de Karol andava a ignorando, mas para ela não era algo ruim, assim elas não discutiam, por mais que sua mãe as vezes fosse má, Karol não gostava de discuti com ela.

— chegou seu motorista particular—Ruggero disse e parou bem ao lado de Karol na calçada.

—nossa, eu tô podendo — ela disse e eles riram, o caminho para casa foi cheio de risadas e cantarolas, fazia poucos dias que Karol havia descoberto que Ruggero também cantava, e muito bem por sinal, ele estacionou em frente a casa de Karol eles se despediram e Ruggero deu partida, ela foi até a porta de casa tentou abri-la mas viu que estava trancada.

— karol, sua mãe deixou suas coisas aqui, ela disse você viria buscar—disse o senhor Luis que era seu vizinho.

— e pra onde ela foi?

— você não sabe?

— não

—mais cedo encostou um caminhão de mudança aí e levou tudo, ela disse que tinha vendido a casa e que ia se mudar pra outro lugar — disse Luis

— eu não sabia ela não me falou nada— disse Karol pegando o celular.

— bom, ela deixou umas caixas aqui com umas coisas suas — Karol abriu o whatsapp para ligar para sua mãe e se surpreendeu ao ver uma mensagem dela que dizia "você já é bem grandinha, já pode se virar sozinha, você sempre foi um fardo, e não estou disposta a continuar carregando esse fardo"Luiza havia bloqueado Karol.

— seu Luis, pode deixar minhas coisas aí por enquanto? eu preciso...preciso pensar no que fazer — karol disse quase chorando.

— claro, não se preocupe, e se precisar de alguma coisa me fala.

        Karol saiu caminhando pela rua sem rumo, não sabia para onde ir ou o que fazer, ela andou por um longo tempo e chegou aquela praça, talvez ali ela conseguisse pensar melhor, ela sentou-se naquele banco e olhou para céu, o tempo estava fechado e já começava a cair algumas gotas de chuva, a praça estava deserta e alguns relâmpagos iluminavam a noite que estava caindo, ela deitou-se no banco e não demorou muito a cair uma forte chuva.
          Ruggero se sentia angustiado, seu coração estava apertado, ele ligou para sua mãe e perguntou se estava tudo bem e ela disse que sim,ele não disse o que estava sentindo não queria preocupa-la, sentia um nó na garganta, uma vontade incontrolável de sair andando sem rumo pelas ruas e foi isso que ele fez, pegou seu carro e saiu a dirigir sem se importar com a forte chuva que caia.

—With every small disaster
I'll let the waters still
Take me away to some place real

'Cause they say home is where your heart is set in stone
It's where you go when you’re alone
It's where you go to rest your bones
It's not just where you lay your head
It's not just where you make your bed
As long as we’re together, does it matter where we go?
Home, home — karol cantava deitada naquele banco de olhos fechados enquanto a chuva a molhava. O destino levou Ruggero até aquela praça ele parou o carro e viu algo no banco, ele baixou o vidro e escutou a voz de Karol que soava baixa e distante, mas o que ela estaria fazendo ali naquela chuva? ele precisava saber, então saiu e correu até ela.

— karol — assim que ela abriu os olhos e o viu ali parado a sua frente ela levantou rapidamente e o abraçou forte.

— o que está fazendo aqui nessa chuva? — ele questionou abraçado a ela.

— eu tô com medo, me ajuda — ela disse com a voz falha por conta do choro.

— o que houve? vem, você precisa sair dessa chuva — Ela pegou a mochila que estava jogada no chão e eles caminharam até o carro,Ruggero abriu a porta e Karol entrou em seguida ele deu a volta e entrou também — agora me fala o que aconteceu  — Karol abriu a mochila e pegou seu celular que por sorte não tinha molhado, ela abriu o whatsapp na conversa de sua mãe e entregou para Ruggero, ele leu aquela mensagem e ficou pasmo com o conteúdo.

— vou te levar para o meu apartamento, você precisa tirar essa roupa molhada ou vai acabar doente— ele disse e logo deu partida no carro. Ela encostou a cabeça no vidro da janela e se encolheu no banco,as lágrimas rolavam por seu rosto e seu corpo tremia por conta do frio, Ruggero dirigia rapidamente pelas ruas e depois de uns vinte minutos ele chegou ao condomínio dele, ele estacionou o carro e logo em seguida eles pegaram o elevador que os levou até o sexto andar, Ruggero pegou a chave no bolso abriu a porta de seu apartamento e  entraram, ele correu até o quarto pegou uma toalha, uma de suas camisas e levou Karol até o banheiro.

— toma um banho quente, se troca e depois conversamos tá — ele disse e ela apenas assentiu com a cabeça

     Quando Karol entrou no banho Ruggero foi rapidamente até seu quarto, tomou um banho rápido se trocou e quando voltou encontrou Karol saindo do banheiro. Ele a segurou pela mão e a levou até o sofá, ela se sentou e ele sentou-se a seu lado.

— me explica o que aconteceu— ele pediu.

— minha mãe vendeu a casa pegou tudo que era dela foi embora e me deixou, ela me abandonou — karol disse e as lágrimas voltaram a rolar por seu rosto.

—eu sinto muito — ele disse e a abraçou, o corpo de Karol tremia e ela não conseguia controlar o choro, a respiração estava descompassada, e a toda hora o ar faltava, ele podia ver o medo em seus olhos.

— karol, você está tremendo, está tudo bem?— ele questionou afastando seu corpo do dela.

    Ele reconheceu os sintomas,quando era adolescente teve o mesmo problema,crises de ansiedade, Ruggero a abraçou novamente e beijou o topo de sua cabeça.

— vai ficar tudo bem, estou aqui com você e vou te ajudar, não vou te deixar sozinha — Ela se sentou no colo dele e se aconchegou em seu peito o abraçando forte,aos poucos ela foi se acalmando e acabou dormindo ali mesmo, ele não viu malícia naquele ato, apenas um gesto desesperado de alguém que estava necessitando de cuidado e atenção. ele a pegou no colo e a levou até o quarto de hóspedes, com cuidado para que não acordasse ele a deitou na cama e colocou o cobertor sobre ela, ele acariciou seu rosto em seguida saiu do quarto.
         Ruggero se deitou em sua cama,não conseguia entender como uma mãe podia abandonar um filho, sua mãe sempre foi tão cuidadosa e amorosa com ele, mas Karol não deu a mesma sorte.

Tadinha da Karol gente🥺
Chorei feito uma besta escrevendo esse capítulo 🥺
Espero que gostem meus amores,amo vocês, beijinhos na testa 😘💋💋

no te voy a fallarWhere stories live. Discover now