aquelas palavras

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          Ruggero passou a dar carona para Karol todos os dias, Karol por sua vez quando chegava em casa escutava várias piadinhas de sua mãe,coisas do tipo "quando ele vai te assumir?" ou "capaz que seja até casado" falas seguidas de risadas sacarticas,nas primeiras vezes Karol até reclamou mas percebeu que não adiantava nada,então resolveu ignorar.Ruggero gostava de dar carona pra ela,a achava uma garota madura e interessante,eles sempre conversavam sobre músicas,livros,cultura, é sempre bom conversar com alguém que tem gosto parecidos com os seus.

            Os dias passaram rápido e logo chegou a primeira semana de provas do ano,as provas foram feitas e no fim de semana Ruggero estava cheio delas para corrigir,ele pegou as provas do terceiro ano B e começo a corrigi-las,ele pegou a de Karol e sorriu ao ver que era dela,depois de ter checado todas as questões ele viu que a nota dela foi bem baixa,ele até estranhou,ela estava sempre prestando atenção nas aulas e parece ser tão inteligente,como podia ter tirado três? ele continuo com a correção das outras provas mas a nota de Karol não saia de sua cabeça,então ele decidiu que segunda feira iria procurar entender o motivo da nota tão baixa.

          Na segunda feira Ruggero foi até a sala dos professores e lá encontrou Ana,a professora de espanhol ela davas aulas naquele colégio a bastante tempo.

— Ana,você conhece a Karol Sevilla do terceiro B?questionou Ruggero.

—sim,a conheço desde que tinha uns onze anos,mas por que a pergunta?

—sabe dizer se ela tem algum problema de aprendizagem,ou se tem problemas faliares que possam estar atrapalhando no aprendizado dela.

—quanto a problemas de aprendizagem acho que não,ela é muito inteligente,muito mais que a maioria dos alunos daqui,fui professora de espanhol dela quando entrei nesse colégio,pasme,ela fluente em espanhol desde os onze anos de idade,quando a questionei onde ela tinha aprendido,ela disse que tinha aprendido ouvindo músicas,estranhei aquilo e descidi conversar com a mãe dela,questionei a mãe dela se alguém da família falava espanhol,ou se ela tinha feito algum curso,e ela me disse que não,e que também não sabia onde a filha havia aprendido.

—nossa,então o que será que aconteceu?ela foi muito mal na minha prova.

—bom,não sei dizer,pode ser que ela tenha um problema de aprendizagem exclusivamente com números,ou apenas não se deu bem com a matéria passada neste mês,pode ser que nas outras provas ela se saia bem.

— é,talvez tenha razão.

— se quiser podemos sair depois das aulas,conversa mais um pouco—ana disse insinuativa.

—infelizmente não vou poder,estou cheio de coisas pra fazer,planos de aula e o restante das provas para corrigir,quem sabe outro dia — ele disse e logo em seguida saiu da sala, Ruggero já havia percebido o interesse de Ana nele, ela era uma mulher bonita, loira, olhos azuis, tinha entre trinta e quatro e trinta e cincos anos,mas Ruggero não estava afim de sair com ninguém,desde que perdeu Carolina ele não se envolveu seriamente com nenhuma mulher,até ficava com várias, mas ninguém que fizesse seu coração acelerar como a presença de Carolina fazia.

         Ao fim das aulas Karol saiu para ir bora, estava triste com sua nota em matemática,ela havia realmente se esforçado,mas não tinha dado resultado,ela estava caminhando quando escutou uma buzina,ela já sabia que era Ruggero e logo ele parou a carro a seu lado.

—por que não me espera no estacionamento já que sempre vamos juntos pra casa?— ele questionou

—pra todos ficarem comentando que saiu todos os dias de carro com você,acho que você gosta do seu emprego né? — ela disse em tom de brincadeira.

— você tem razão — ele disse com um sorriso sem graça.Ela entrou no carro e sentou-se no banco do carona.

—sua nota em matemática foi bem baixa,o que houve?

—eu não sei,desculpe,não queria decepciona-lo — ela disse e logo baixou a cabeça,estava triste consigo mesma.

—ei,não estou decepcionado,só quero saber o que houve para que eu possa lhe ajudar, eu não expliquei direito?

— não, ao contrário professor,você explica muito bem.

—esta acontecendo alguma coisa na sua casa? — ele questionou e ela respirou fundo, até estava acontecendo, o clima em sua casa nunca era bom, mas ela não queria falar sobre isso.

— a verdade é que nunca fui boa em matemática,sempre passava nas provas com a média depois de muito me esforçar, mas nessa prova fui muito mal, bem pior que das outras vezes.

—nao fique chateada com isso,acontece, sei que vai se sair melhor nas próximas.

— prometo que vou me esforçar mais,no te voy a fallar — ela disse e viu Ruggero frear bruscamente,seu corpo foi pra frente e voltou e ela acabou batendo com a cabeça no vidro da janela.

— esta tudo bem? — ele questionou rapidamente arrumando o cabelo que estava em seu rosto e acariciou para que ela se acalmasse.

—o que ouve? — Ela perguntou com a voz falha, a respiração ofegante e os olhos arregalados,estava muito assutada.

—eu não sei, acho que me distrai —ele disse,mas sabia muito bem que havia sido aquelas palavras que tinham o desestabilizado, No te voy a fallar,aquelas palavras tinham um significado tão forte pra ele,fazia dezessete anos que ele não as ouviu,e tê-las escutado assim do nada o causaram um forte impacto.

— está tudo bem ok,se acalma — ele disse e a abraçou forte, ele podia sentir o coração acelerado dela, mas logo foram interrompidos por várias buzinas,afinal Ruggero tinha parado no meio da rua, ele voltou a dirigir mas estava claramente nervoso e ela também.

— está tudo bem?— Ruggero questionou

—sim,eu bati com a cabeça no vidro da janela,mas está tudo bem,não me machuquei.

—desculpe,vou ficar mais atento a estrada,escuta,antes de acontecer aquilo,você falou algo—Ruggero disse.

—o que? não lembro o que foi.

—no te voy a fallar.

—significa não vou falhar com você,sempre falo isso quando prometo algo a alguém.

—entendi — ele disse e logo estacionou o carro em frente a casa de Karol.

—obrigada pela pela carona,até amanhã professor.

— até.

—e toma cuidado na estrada—ela disse e ele sorriu.

—pode deixar,eu vou tomar— Ruggero deu partida indo em direção da sua casa,mas aquelas palavras não saiam de sua cabeça.

         Karol entrou em casa e encontrou com sua mãe sentada no sofá,como sempre irritada.

—o que aconteceu? —Karol perguntou

—samuel foi embora com outra—disse sua mãe.

—nossa,mãe eu sinto muito — disse Karol sentando ao lado da mãe.

—sente muito o que?era meu marido e eu não tô me importando,por que você se importaria? — ela disse e levantou do sofá indo em direção ao quarto,nem em um momento difícil como aquele Luiza baixava a guarda com Karol,ela claramente não estava se importando que ele tinha ido embora,mas Karol estava triste, Samuel era a única pessoa que fazia algo por ela.

Espero que gostem meus amores,amo vocês, beijinhos na testa😘💋💋💋

no te voy a fallarWhere stories live. Discover now