Serendipity of a dream

Viva sem medo

— SOLTA ELE PAI, POR FAVOR! 

Com a respiração descompassada, seu olhar vagou entre mim e a senhora Choi, aos poucos seu aperto foi se afrouxando até se afastar por completo, arrumando a própria gravata no corpo em uma tentativa de se recompor. 

— Vamos embora desse lugar agora Jimin! — Ordenou o senhor Park, nos dando as costas e caminhando até a saída. Sendo acompanhado pelo seu motorista, que permaneceu em silêncio durante toda a discussão. 

— Ele não vai! — falei firme.

— Jungkook, chega! Por favor. — pediu o loirinho passando as mãos entre seus fios. — Já basta! Por que você bateu no meu pai? Você ficou louco Jungkook? 

— E-Eu, desculpa Jimin, eu não pensei direito, eu só fiquei com raiva e… — Tentei me aproximar dele, mas desisti quando ele deu um passo para trás se distanciando. — Jimin…

— Eu tenho que ir embora Jungkook. — falou quando o motorista de seu pai apareceu na entrada, lhe dando ordens para ir com ele. Jimin não disse mais nada, apenas o acompanhou até o carro preto que os aguardava ao lado de fora do estabelecimento.

Um sentimento de arrependimento me invadiu por inteiro. Não era minha intenção fazer Jimin ficar com raiva, eu só queria ajudar ele. 

— Acho melhor você ir para casa também querido — falou a senhora Choi, fazendo um leve carinho em minhas costas. — Já está tarde, sua mãe deve estar preocupada. 

— Ela não está em casa — digo baixo encarando meus próprios pés. — Por que eu tenho que ser tão idiota assim, em senhora Choi? Eu só estrago a vida de todo mundo! — Meus olhos começaram a ficar marejados. 

Burro. 

Burro. 

Burro Jungkook, é isso que você é! 

— Ei, ei, não fala assim, Jungkook, o que você fez foi errado sim, mas vamos combinar que aquele homem bem que mereceu, como ele ousa chamar o Ho'omau de espelunca? Aishi, achei pouco o morro que você deu nele. 

— Senhora Choi! — exclamei tentando impedir meu sorriso de escapar por conta da forma engraçada que ela desabafou sobre o ocorrido. 

— É esse sorriso aí que eu queria ver mesmo. — Me abraçou de lado. — Não adianta nada você ficar se culpando, Jungkook, já foi, já passou, não tem mais como você voltar atrás, o único jeito agora, é enfrentar as consequências dos seus atos. 

Passei um tempo conversando com ela sobre a vida, depois me despedi e saí do cyber. 

A rua não estava tão movimentada, só alguns carros e pessoas andando de um lado para o outro como de costume. Levantei meu olhar para o céu vendo algumas poucas estrelas brilharem. Jimin ama o céu, e ver o brilho das estrelas me faz lembrar do brilho dos olhos dele. 

Decidi que não ia a minha casa, por isso peguei um outro caminho. 

Antes de chegar ao meu destino final, parei em frente a um restaurante de lámen, onde um garoto de mais ou menos a minha idade se apresentava, cantando para algumas pessoas presentes ali.  

Coloquei as mãos no bolso e me aproximei para escutar com mais clareza a letra da música que o rapaz cantava, com seu lindo timbre de voz. 

Forever and ever and ever 
Para todo o sempre

Only you can take my heart 
Só você pode ter meu coração

Dear my love love love 
Meu querido amor, amor, amor