menos cem pontos para a grifinória

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hogwarts, quinto ano, 1976.
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Era uma daquelas tardes quentes de primavera que serviam como um singelo lembrete de que o ano letivo estava chegando ao fim, dando aos estudantes um vislumbre das tão sonhadas férias de verão. Alguns deles já haviam marcado reuniões regadas por cerveja amanteigada e whiskey de fogo em suas casas, enquanto outros planejavam ir à partidas de quadribol juntos, dar longos passeios de vassoura ou competir quem era capaz de tomar os sabores de sorvete mais esquisitos da Florean Fortescue. Parecia até uma maldição imperdoável que toda essa felicidade estivesse sendo bloqueada por quilômetros de pergaminhos e diversas provas de conclusão.

Essa expectativa fazia com que esperança e desespero tomassem conta do clima na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. Contudo, havia um aluno em particular que tinha motivos consideravelmente mais pessoais para estar cheio de esperança e desespero.

Remus Lupin estava caminhando pelos corredores sinuosos de Hogwarts com muita esperança de encontrar alguém.

— Está procurando teu namoradinho, Remus? — uma voz esganiçada assustou Lupin.

— Não enche o saco, Pirraça — respondeu ele, com rispidez.

— Ele não apareceu para o almoço, não é? — soltou o poltergeist, vendo Remus finalmente parar para encará-lo. — Também pudera, ele acabou de passar por aqui acompanhado de uma garota muito bonita, se quer saber...

— Ele quem? — continuou se fazendo de desentendido, a fim de encobrir seu real interesse acerca daquele assunto.

— Quem! O teu namorado, oras! Sirius Black.

— Ele não é o meu namorado e eu não estou procurando por ele! Agora vá zoar com a cara do Filch e me deixe em paz, huh?

— O que faz aqui então se não está procurando pelo teu namorado?

— Só estou me certificando que não tem nenhum rebelde aprontando por aí.

— Patético! — gritou Pirraça, entre gargalhadas. — Você é um mentiroso deplorável.

— Quem disse que estou mentindo? — insistiu Lupin, mesmo sabendo que aquela era uma péssima desculpa. — Eu sou monitor, esqueceu? É literalmente o meu trabalho.

— Monitor... sei... Me diga, qual outro monitor está andando por aí no horário de almoço?

Nenhum, pensou Remus em resposta, fazendo uma chavinha virar dentro de sua cabeça, porque eu realmente estou aqui por ele. 

Não havia mais a quem enganar, estava tudo tão claro quanto veritasserum agora, e foi então que o desespero invadiu seu âmago. Ele definitivamente precisava fazer algo a respeito.

— Eu se fosse você — o poltergeist tornou a implicar —, me apressava em ir atrás dele antes que fosse tarde demais.

— P— Pra onde ele foi?

Pirraça apontou para uma passagem logo em frente e, é óbvio, não perdeu a oportunidade de gongar Lupin mais uma vez quando o viu seguir a passos largos na direção indicada.

— Remus bobeou, Sirius escapou! — saiu cantarolando escada abaixo, parando para rir antes de repetir. — Remus bobeou, Sirius escapou!

Lupin questionou-se sobre a possibilidade de azarar um poltergeist enquanto fazia a curva no corredor apertado que Pirraça indicara, mas todos os seus pensamentos se esvaíram ao dar de cara com aquele alguém. Mal pôde acreditar em seus próprios olhos ao ver o meliante escorado em uma das paredes de modo bastante sugestivo, sorrindo ladino depois de entregar um pequeno pedaço de pergaminho à uma garota desnecessariamente bonita.

— Ei, Moony! — aquela voz soou animada, como sempre fazia ao vê-lo. — Não morre mais! Nós estávamos falando de você.

— O que você pensa que está fazendo, Sirius Black? — repreendeu o monitor aluado.

Neste momento, a garota amassou o pequeno pedaço de pergaminho que dizia "Desculpe, mas acho que meu namorado não vai gostar nada disso!" e saiu furiosa.

— Bem — começou a se explicar quando a lufana já havia sumido de vista —, eu estava procurando você e...

— Menos 5 pontos para a Grifinória! — interrompeu Lupin, com receio de saber o que ele realmente tinha aprontado.

— Quê? — fez Black, entre risos. — O que você está fazendo?

Remus cruzou os braços e o encarou com os olhinhos semicerrados, tentando disfarçar o fato de ainda estar formulando uma resposta. Por fim, tomou fôlego e falou o primeiro amontoado de orações que sua mente ansiosa fora capaz de formular.

— Estou te dando uma advertência por ficar passeando pelos corredores enquanto deveria estar almoçando!

— Não é como se isso fosse proibido, Remie — apressou-se Sirius em se defender.

— É proibido quando você é estupidamente lindo e atrai todo o tipo de gente... Você... você está distraindo os outros alunos... Isso se configura como Perturbação da Ordem. Menos 20 pontos pra Grifinória!

— Está soando mais como um abuso de autoridade.

O semblante de Black trazia uma mistura de perplexidade com divertimento, o que irritou Remus a ponto deste se virar e sair batendo os pés.

— Para mim soa como uma detenção — esbravejou enquanto se afastava. — Hoje, depois das aulas. Me encontre no quadro da Mulher Gorda!

— Moony, seu idiota, volta aqui! — soltou Sirius quando finalmente se deu conta do que estava acontecendo. — Por um acaso você acabou de me chamar para um encontro do jeito mais estranho possível?

— Talvez — escutou a voz de Remus ecoar ao longe.


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corta para o dumbledore tendo uma crise de pelancas com o tanto de ponto que a grifinória perdeu porque o sirius é gostoso demais.

PATRONUS ❪wolfstar❫Where stories live. Discover now