- Mãe terra, protetora de todas as criaturas. Eu, devoto da lua, peço proteção. Afaste-me de todas as energias negativas que pairam ao meu redor e me dê forças para enfrentar o mal desse mundo. - gotas de suor começaram a escorrer por sua testa e sentiu os movimentos voltando aos poucos.

- Vovó que me perdoe mas, quando ela voltar eu limpo isso aqui. Acho que vou pegar meu pijama e dormir lá na casa principal hoje. Antes um monte de velho roncando do que sabe-se lá o que tem aqui.

Encostou a pá e a vassoura na parede e quando estava dirigindo-se para a porta, escutou um estouro e a luz da sala apagou. Um novo arrepio percorreu seu corpo e mesmo no escuro, correu até a porta e a abriu com força. Desceu as escadas correndo e ficou petrificado quando percebeu que o andar debaixo também estava tomado pelo escuro. Tateou até o interruptor e o apertou com força por diversas vezes, sentindo os pelos do braço arrepiarem quando percebeu que não ia funcionar. Procurou o celular nos bolsos da calça e recordou-se que o havia deixado sobre o balcão da cozinha. A chaleira começou a apitar alto e mesmo tremendo de medo, o ômega sabia que precisava ir desligar o fogo.

Juntou toda a coragem que tinha em si e foi andando vagarosamente. A cozinha estava iluminada pela luz da lua cheia que entrava pela janela e pelo o fogo acesso. Buscou o celular e ligou a lanterna, procurando o botão e escutando a chaleira parar de apitar assim que desligou o fogo. Sabia que Namjoon não podia fazer nada estando em Seul mas, sabia que só de escutar a voz do marido sentiria-se mais calmo. Apertou o número um da discagem direita e se frustrou quando escutou o toque da operadora que a chamada não podia ser completada. Olhou o celular e percebeu que ele estava sem sinal.

- Sério, isso só pode ser brincadeira. Mas até parece que eu vou ficar aqui sozinho nessa escuridão. Só preciso lembrar onde deixei as chaves do carro, vou para a casa principal. - quando estava decidido a ir até seu quarto com o auxílio da lanterna do celular, escutou um grande estalo e as luzes se acenderam novamente. Olhou na tela do aparelho em sua mão e viu que ainda estava sem sinal. - Onde será que fica o modem dessa casa?

Um novo estalo foi escutado, dessa vez, mais alto. Todas as luzes se apagaram novamente e Seokjin sentiu o corpo paralisar mais uma vez. Estava de frente para a janela e teve a impressão de ter visto uma sombra. Queria gritar, sair correndo dali mas não conseguia mexer nenhum músculo. Sentiu que não estava sozinho e tomado pelo medo, decidiu fechar os olhos. Rezava mentalmente para que seus movimentos voltassem logo, não ficaria mais um minuto sequer dentro daquela casa. Escutou um barulho de vidro quebrando próximo a si e estava decidido a não abrir os olhos, até sentir a brisa da noite tocando seu rosto. Era medroso, mas também era muito curioso. Estava em um cabo de guerra mental e sua curiosidade acabou ganhando. Abriu os olhos devagar e deparou-se com um corvo preto no parapeito da janela estilhaçada. O corvo tinha os olhos vermelhos e observava Seokjin como se conhecesse todos os seus segredos. Lembrava muito bem o que sua avó falava, 'corvos são sinal de mau presságio'. Sentiu Agnes acuada dentro de si, afinal, ela era medrosa assim como o ômega. Teve a impressão que o corvo falava consigo mas, não conseguia escutar o que ele tinha a dizer. Seu celular começou a tocar, só podia ser Namjoon. O alfa com certeza havia sentido que o seu ômega estava em perigo. Tentou se mexer mas ainda não conseguia, lágrimas começaram a cair de seus olhos até tudo se tornar apenas escuridão.

Sonho

Estava em uma bela floresta e podia sentir o cheiro das folhas frescas. O sol estava se pondo e escutava o riso dos seres mágicos brincando através dos reflexos. Apesar de seu corpo estar leve, se espantou quando olhou para baixo e viu a grande barriga. Subiu um pouco da bata branca e acariciou, sentindo os pequenos chutes e a felicidade tomando conta de seu corpo. O que estava acontecendo? Onde estava? Finalmente tinha conseguido engravidar dos seus filhotes?

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