Final alternativo parte 1.

Magsimula sa umpisa
                                    

– Ainda se sente sozinho?

– Não. Agora tenho quem eu realmente sempre deveria ter tido ao meu lado. Minha família, meus verdadeiros amigos, minha namorada... - coço a cabeça. - Quer dizer.. nós casamos.

– Como? - ele questiona com os olhos arregalados.

– Não, não... Tipo, não assim. É meio que... Ann.. Um casamento simbólico, sabe? Casamos por post-its. Escrevemos nossos votos, assinamos e depois nos beijamos.

– Ideia sua? - questiona anotando algo.

– É. Cara, esses dias ela anda extremamente confusa. Uma hora está feliz, outra hora nós brigamos, de repente ela me pede desculpa e do nada chora como se eu tivesse dito a pior coisa do mundo para ela. É bizarro. É como se fôssemos do zero ao dez todos os dias.

Assim como nas outras sessões, Lennox passa boa parte do tempo perguntando como me sinto com algumas coisas. Ele sempre me analisa e vê se estou progredindo. Dessa vez, ele notou algumas alterações físicas em mim.

– Eu visitei um oncologista alguns dias atrás. - digo me arrumando e ele me analisa firmemente.

– Por conta própria? - Lennox pergunta de olhos semicerrados.

– É.

– E o que aconteceu?

- "Cara, se você realmente acha que Deus existe, comece pedindo para que ele te livre dessa." - repito exatamente o que o médico havia me dito e Lennox esboça uma leve expressão de surpresa. - É, foi o que ele me disse. Isso destruiu meu dia.

– Ele te respondeu isso? - questiona e eu assinto. - O que mais?

– As coisas dentro de mim estão diferentes. - suspiro. - Não disse que é impossível, mas quase improvável. - completo me referindo a minha cura.

– Isso foi bem anti-ético, huh?

– Ele apenas virou pra mim, olhou minhas tomografias e disse que apenas um milagre pra me tirar dessa, tem noção? - minha voz começa a ficar embargada. - Aurora não sabe disso, eu preferi fazer tudo em sigilo, mas ouvir isso tem pesado tanto pra mim que todas as vezes quando acordo a vontade é simplesmente desistir. Mas aí eu lembro que prometi dar o melhor de mim nesse tratamento, e então é isso que estou fazendo.

– Desistir não é uma opção pra você, Justin. Nunca foi e não é agora que será. Você não está em metástase, você tem chance, você pode ser o milagre. Se agarre às pequenas coisas, elas sim irão te reerguer e te ajudar a ter mais força para passar por esse processo. - ele diz e eu enxugo lágrimas de exaustão. Eu não aguento mais.

– É tão doloroso, tão mas tão cansativo... É simplesmente sentir que você está nadando contra uma correnteza que a cada segundo que passa vai aumentando três vezes mais.

Lennox assente e me escuta desabafar por mais dez minutos sobre o quanto eu estou esgotado. É impossível não chorar diante de tanta coisa que eu havia guardado só para mim, mas depois de ter falado tudo eu me sentia mais leve, mais preparado para lidar com o que vier pela frente.

Desistir não é minha opção.

– Terminamos, então? - questiono me levantando.

– Se precisar pode me mandar mensagem ou fazer uma ligação. - ele responde levantando também. - Eu estou vinte e quatro horas por dia disponível pra você.

Na volta para casa, eu passei em uma loja e comprei um presente para Aurora. Na verdade, dois. O primeiro foi uma pulseira de ouro com pingentes, ela ia adicionando mais com o decorrer do tempo e cada um deles significaria alguma coisa. O segundo foi um colar de ouro com um pingente de âncora. Âncoras sempre me chamaram atenção, e nos últimos dias descobri que ela é símbolo de firmeza, força e tranquilidade. Ela trasmite esperança em momentos turbulentos. E pra mim, Aurora é exatamente isso. Ela me deu esperança e ao mesmo tempo transmitiu tranquilidade e força. Minha Grace é minha fortaleza, minha âncora.

Lifeline ✓Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon